Para ver se cola
ESTE ANÚNCIO da Pepsi, já antigo, é um primor de economia de meios e de publicidade-sem-palavras: repare-se na extremidade da palhinha da esquerda que, transfigurando-se em duas expressivas mãos, se recusa a mergulhar numa lata de "outra cola" (só em teoria não-identificada...)!
Vem isto a propósito das declarações de Miguel Portas segundo o qual o PS e o PSD são como a Coca-Cola e a Pepsi-Cola, não se distinguindo um do outro. Pois bem; não sei se esse argumento "cola ou não cola" mas, pelo sim, pelo não, aqui deixo um pequeno apontamento que, embora possa ser um mito-urbano, dá que pensar:
Julgo que não é segredo que o volume de vendas da primeira, a nível mundial, supera o da segunda. O que não admira, pois, se perguntarmos a um grupo de adolescentes qual das duas eles preferem, a resposta - segundo diz quem sabe dessas coisas - vai nesse sentido. Mas (e ainda a crer nos 'entendidos') a resposta pode até ser a oposta se esses mesmo jovens tiverem de se pronunciar após um teste-cego, sem saberem a marca da que ingeriram!
Retomando, de caminho, a analogia com os partidos: não será que a maioria dos eleitores vota, simplesmente, no da sua preferência - independentemente do conteúdo das propostas que lhes façam ou deixem de fazer? Que percentagem, por exemplo, muda de opinião em função dos outdoors que por aí infestam a paisagem?
Vem isto a propósito das declarações de Miguel Portas segundo o qual o PS e o PSD são como a Coca-Cola e a Pepsi-Cola, não se distinguindo um do outro. Pois bem; não sei se esse argumento "cola ou não cola" mas, pelo sim, pelo não, aqui deixo um pequeno apontamento que, embora possa ser um mito-urbano, dá que pensar:
Julgo que não é segredo que o volume de vendas da primeira, a nível mundial, supera o da segunda. O que não admira, pois, se perguntarmos a um grupo de adolescentes qual das duas eles preferem, a resposta - segundo diz quem sabe dessas coisas - vai nesse sentido. Mas (e ainda a crer nos 'entendidos') a resposta pode até ser a oposta se esses mesmo jovens tiverem de se pronunciar após um teste-cego, sem saberem a marca da que ingeriram!
Retomando, de caminho, a analogia com os partidos: não será que a maioria dos eleitores vota, simplesmente, no da sua preferência - independentemente do conteúdo das propostas que lhes façam ou deixem de fazer? Que percentagem, por exemplo, muda de opinião em função dos outdoors que por aí infestam a paisagem?
4 Comments:
Mas alguém muda o sentido de voto pelo apelo de um cartaz? Ainda por cima, a maioria é de um gajo fugir. É só poluição visual e dinheiro deitado à rua.
Talvez naItália do senhor Berlusconi, com as fotos dos modelos e outras "artistas" possa resultar.
Aqui vai, então, outro ponto-de-vista, baseado num caso concreto:
Refiro-me ao "duelo" Vital Moreira/Paulo Rangel, e à necessidade que Sócrates teve de ir a correr, em apoio do primeiro, para evitar a desgraça que se perfilava no horizonte.
Mas aí, mais uma vez, esse descalabro nada a tinha a ver com as propostas de um serem melhores ou piores do que as do outro.
Tinha, sim, a ver com a falta de jeito de Vital - a sua postura, a sua arrogância insuportável, até a sua voz desagradável. E (o pior de tudo) as posições opostas em relação ao PS.
Acresce, ainda, o facto insólito de Elisa Ferreira e Ana Gomes concorrerem 'cá e lá' ao mesmo tempo!
Em termos de imagem, era difícil arranjar um trio pior. Foi fácil a Rangel, por contraste, passar uma imagem de seriedade.
Mas - repito - nada disso está relacionado com as propostas CONCRETAS de um e do outro.
"Politiquices" à parte, e como me interesso por um bom spot ou campanha publicitária: tenho pena que em Portugal não seja possível (permitido) este tipo de publicidade comparativa.
Provavelmente, apareceriam por aí coisas bem engraçadas...
Respondendo à 2.ª pergunta: 0%
Quanto à 1.ª, há diferentes visões, mas a minha opinião é que as pessoas votam em partidos e, sobretudo, em pessoas, devido a inclinações emocionais.
O "conteúdo das propostas" só é tido em conta se servir para reforçar a inclinação (des)favorável face a um candidato. E mesmo um comportamento desastroso como o do candidato Vital só produz efeitos em quem já estava de "pé atrás" face ao candidato ou ao partido.
As substanciais tranferências de voto só se dão quando a actuação de um político, continuadamente, provoca uma alteração emocional, como é exemplo dos professores "magoados" com o PS.
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