Boa sorte, professor!
Por Joaquim Letria
“AGORA, É LEVANTAR A CABEÇA e seguir em frente”, deverá dizer Cavaco Silva 30 vezes, todas as manhãs, à frente do espelho, tal como os futebolistas nas “flash interviews”, depois dos jogos.
Acabadas que estão, por agora, as eleições, três duma volta só, também deverá o prof. Cavaco deixar para trás o passado, deitando sal grosso nos cantos do palácio, atrás das portas, sem nunca falar alto por causa dos microfones direccionais.
Quando a D. Maria for a Lisboa, encomende-lhe que passe no Largo da Anunciada, e sem nunca olhar para o Solar dos Presuntos, deverá a senhora entrar no célebre ervanário e comprar “chá de entre casca de cajueiro”. Além de fazer muito bem à diabetes, neutraliza o mau-olhado.
Às quintas-feiras, dia de reunião com o primeiro-ministro, tem o chefe de estado de ter um cuidado muito particular, apresentar-se ao tête-a-tête com um crucifixo num bolso interior do casaco, do lado do coração e, logo que o chefe do governo saia, devem as equipas de desinfestação entrar com os fumeiros, sem perda de tempo.
Os jornalistas não deveriam passar do Pátio dos Bichos. Sempre achei que, além dum sítio frondoso e bonito, é onde eles ficam bem.
E boa sorte, professor. Palpita-me que a corja vai continuar a fazer-lhe a vida negra, sem descanso.
“AGORA, É LEVANTAR A CABEÇA e seguir em frente”, deverá dizer Cavaco Silva 30 vezes, todas as manhãs, à frente do espelho, tal como os futebolistas nas “flash interviews”, depois dos jogos.
Acabadas que estão, por agora, as eleições, três duma volta só, também deverá o prof. Cavaco deixar para trás o passado, deitando sal grosso nos cantos do palácio, atrás das portas, sem nunca falar alto por causa dos microfones direccionais.
Quando a D. Maria for a Lisboa, encomende-lhe que passe no Largo da Anunciada, e sem nunca olhar para o Solar dos Presuntos, deverá a senhora entrar no célebre ervanário e comprar “chá de entre casca de cajueiro”. Além de fazer muito bem à diabetes, neutraliza o mau-olhado.
Às quintas-feiras, dia de reunião com o primeiro-ministro, tem o chefe de estado de ter um cuidado muito particular, apresentar-se ao tête-a-tête com um crucifixo num bolso interior do casaco, do lado do coração e, logo que o chefe do governo saia, devem as equipas de desinfestação entrar com os fumeiros, sem perda de tempo.
Os jornalistas não deveriam passar do Pátio dos Bichos. Sempre achei que, além dum sítio frondoso e bonito, é onde eles ficam bem.
E boa sorte, professor. Palpita-me que a corja vai continuar a fazer-lhe a vida negra, sem descanso.
«24 horas» de 16 de Outubro de 2009
Etiquetas: JL
2 Comments:
Os jornalistas não deveriam passar do Pátio dos Bichos. Sempre achei que, além dum sítio frondoso e bonito, é onde eles ficam bem.
A cuspir no prato onde come...
Pelo contrário, Demóstenes, o JL continua a assessorar o agora presidente Cavaco.
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