Coalizão
Por João Paulo Guerra
SE RESULTASSE seria a primeira vez que o CDS daria estabilidade a um governo.
Sócrates pode informar-se junto de Mário Soares o que aconteceu com o Governo PS-CDS, quando três ministros "centristas" pediram a demissão e o CDS denunciou o acordo e tirou o tapete ao Governo. Também poderia aconselhar-se com Pinto Balsemão que se recordará como caiu a AD arrastada pelas críticas do CDS aos resultados autárquicos da Aliança. Mais recentemente, toda a gente se recordará ainda das quezílias motivadas pela ambição desmedida do "partido-canguru" em dominar mais terreno que o da sua bolsa marsupial, no governo de Durão Barroso e no respectivo sucedâneo. Na era carnavalesca da democracia portuguesa, o consulado de Santana / Portas, as zangas na coligação eram mais frequentes que as reconciliações, celebradas em almoços a dois para a foto da primeira página do Diário de Notícias. Um forrobodó. Sem o CDS, o PSD era como um coxo sem bengala pelo que a governação passou a ser, usando uma imagem shakespeariana, como que o passeio de um cego guiado por um louco.
De maneira que falar de uma eventual parceria com o CDS em nome da estabilidade, seja qual for a modalidade - coligação, pacto de governo, sociedade de contrapartidas -, é como falar do pacto das raposas para a estabilidade do galinheiro. Um dia, julgando que chegou a hora da emancipação, o hóspede da aliança tira-se dos seus cuidados e faz como as raposas: come as galinhas. É canja.
Talvez José Sócrates tenha sorte e consiga um acordo com CDS para viabilizar um governo “estável”, hipótese que alguns jornais têm sugerido como provável, não na modalidade de coligação propriamente dita mas de coalizão impropriamente feita: à sorrelfa.
SE RESULTASSE seria a primeira vez que o CDS daria estabilidade a um governo.
Sócrates pode informar-se junto de Mário Soares o que aconteceu com o Governo PS-CDS, quando três ministros "centristas" pediram a demissão e o CDS denunciou o acordo e tirou o tapete ao Governo. Também poderia aconselhar-se com Pinto Balsemão que se recordará como caiu a AD arrastada pelas críticas do CDS aos resultados autárquicos da Aliança. Mais recentemente, toda a gente se recordará ainda das quezílias motivadas pela ambição desmedida do "partido-canguru" em dominar mais terreno que o da sua bolsa marsupial, no governo de Durão Barroso e no respectivo sucedâneo. Na era carnavalesca da democracia portuguesa, o consulado de Santana / Portas, as zangas na coligação eram mais frequentes que as reconciliações, celebradas em almoços a dois para a foto da primeira página do Diário de Notícias. Um forrobodó. Sem o CDS, o PSD era como um coxo sem bengala pelo que a governação passou a ser, usando uma imagem shakespeariana, como que o passeio de um cego guiado por um louco.
De maneira que falar de uma eventual parceria com o CDS em nome da estabilidade, seja qual for a modalidade - coligação, pacto de governo, sociedade de contrapartidas -, é como falar do pacto das raposas para a estabilidade do galinheiro. Um dia, julgando que chegou a hora da emancipação, o hóspede da aliança tira-se dos seus cuidados e faz como as raposas: come as galinhas. É canja.
«DE» de 16 de Outubro de 2009
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2 Comments:
Excelente exercício de isenção jornalística : a propósito de um critério atarantado de Sócrtaes, para a formação do seu novo Governo, Deus o guarde, consegue passar o tempo a zurzir em Barroso, Santana e Portas.
Não é que estes não mereçam sê-lo, mas já o foram grandemente, a seu tempo, ao passo que Sócrates prossegue o seu reinado circense, perante o gáudio das massas, anestesiadas por jornalistas esquecidos do seu dever.
Corrijo o nome de Sócrates. Nem pela figura me não ser simpática, desejo distorcer-lhe o nome, de resto,um distinto nome, com nobres evocações, vindas lá dos longes da História, da ilustre Atenas, viveiro de valores e de virtudes.
Pena é que este, que aqui responde pelo onomástico, não se mostre à altura do prestígio do dito.
Duras malfeitorias que certos Pais infligem aos Filhos, crismando-os de nomes sublimes que eles dificilmente poderão honrar...
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