Idade para ter juízo
Por Helena Matos
É O QUE TEM certamente Portugal. Já os portugueses ou estão senis ou endoideceram de vez e resolveram indignar-se com umas declarações de Maitê Proença sobre Portugal. À parte a senhora cuspir, que é uma coisa nojenta e bem escusada, Maitê tem todo o direito de pensar aquilo, de o repetir à exaustão e de amanhã o negar ou reafirmar.
O problema não é Maitê nem o que ela pensa ou diz. O problema somos nós que interpretamos como uma declaração de interesse mundial qualquer elogio feito por um estrangeiro ao nosso país ou a nós mesmos portugueses. Existem aliás em Portugal grupos profissionais, como os cineastas e os arquitectos, que têm sabido tirar um extraordinário partido desta nossa idiossicrasia pois têm consciência que ser elogiado “lá fora” – e o lá fora pode ser logo ali na Extremadura espanhola – é o melhor expediente para passar a ser apreciado e apoiado “cá dentro”.
Felizmente para nós a dita Maitê não sabe nada de Portugal pois nesse caso teria muito que contar sobre um país onde o patriotismo é mal visto e onde foi necessário que um brasileiro se tornasse seleccionador para que cantássemos o hino com orgulho. Indignarmo-nos com as palermices da Maitê como se elas fossem uma ofensa a Portugal é apenas o reverso de sermos portugueses envergonhados.
É O QUE TEM certamente Portugal. Já os portugueses ou estão senis ou endoideceram de vez e resolveram indignar-se com umas declarações de Maitê Proença sobre Portugal. À parte a senhora cuspir, que é uma coisa nojenta e bem escusada, Maitê tem todo o direito de pensar aquilo, de o repetir à exaustão e de amanhã o negar ou reafirmar.
O problema não é Maitê nem o que ela pensa ou diz. O problema somos nós que interpretamos como uma declaração de interesse mundial qualquer elogio feito por um estrangeiro ao nosso país ou a nós mesmos portugueses. Existem aliás em Portugal grupos profissionais, como os cineastas e os arquitectos, que têm sabido tirar um extraordinário partido desta nossa idiossicrasia pois têm consciência que ser elogiado “lá fora” – e o lá fora pode ser logo ali na Extremadura espanhola – é o melhor expediente para passar a ser apreciado e apoiado “cá dentro”.
Felizmente para nós a dita Maitê não sabe nada de Portugal pois nesse caso teria muito que contar sobre um país onde o patriotismo é mal visto e onde foi necessário que um brasileiro se tornasse seleccionador para que cantássemos o hino com orgulho. Indignarmo-nos com as palermices da Maitê como se elas fossem uma ofensa a Portugal é apenas o reverso de sermos portugueses envergonhados.
(Público e Blasfémias)
Etiquetas: autor convidado, HM
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