Apoios
Por João Paulo Guerra
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O Partido Socialista deveria anunciar o seu apoio à reeleição do professor Cavaco Silva, retribuindo assim a gentileza do PSD, que em 1991 apoiou oficialmente a reeleição de Mário Soares.
SEMPRE SERIA mais transparente e sério que andar a jogar às escondidas com a candidatura de Manuel Alegre, que incomoda os socialistas mais direitinhos. Além disso, o apoio do PS à reeleição de Cavaco Silva passaria a pressão para o lado do actual chefe de Estado, na hipótese de ser reeleito, quanto a uma eventual dissolução do Parlamento e convocação de eleições.
Então porque é que o PS, que tem tantas reticências em relação à candidatura de Alegre como em relação ao socialismo, não se decide a apoiar a candidatura de Cavaco Silva? Provavelmente porque não tem a certeza que tal apoio garanta a reeleição. (...)
Então porque é que o PS, que tem tantas reticências em relação à candidatura de Alegre como em relação ao socialismo, não se decide a apoiar a candidatura de Cavaco Silva? Provavelmente porque não tem a certeza que tal apoio garanta a reeleição. (...)
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10 Comments:
Nesta crónica, há 2 partes que merecem uma atenção especial.
São elas:
«Uma leitura sociológica das legislativas do ano passado confirma a esquerda como maioritária no país. Se o PS quisesse eleger o próximo Presidente avançava com um candidato consensual e garantia a eleição»
e
«Há cinco anos (...) a esquerda esteve a escassos milhares de votos de forçar uma segunda volta entre Cavaco e Alegre».
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O autor parece dar como assente que o eleitorado de esquerda vota num candidato só por ele ser de esquerda.
Isso pode ser verdade nas legislativas, mas não o é, necessariamente, numas presidenciais.
Nestas, o que está em causa é muito mais do que a dicotomia esquerda/direita.
Num período de crise económica como o que actualmente atravessamos, é bem provável que gente que normalmente votaria à esquerda vote em Cavaco.
quem sabe... a núvem formada devido ao vulcão da islândia, faça com que o actual chefe de estado não possa regressar a atempo de disputar as próximas presidenciais...
até porque os vulcanólogos não são capazes de prever quanto tempo mais irá estar o vulcão activo e... se a núvem vai ou não parar e ou mudar de direcção...
o que nos pode fazer crer que, ou vêm a penates, ou então...
segundo me parece a estadia até pode ser frutuosa, na medida em que o presidente da república das checas... com cobertura... se mostra disposto a ministrar alguns ensinamentos de economia e gestão ao nosso Pê RÊ.
cá pra mim desde que não impessam as checas de nos visitar... tudo bem...
Parece que M. Alegre anda aborrecido porque o PS tarda em apoiá-lo.
Se assim é, significa que ainda não percebeu que os votos que teve da última vez lhe foram dados, em boa parte, pela sua postura de afastamento em relação aos partidos.
Inversamente, também não percebeu quanto o prejudicou o apoio apressado de B.E.
É que uma coisa é vir a ter o apoio (de um ou mais partidos), mas DEPOIS.
Outra, muito diferente, é tê-los à partida.
No 2.º caso, é inevitável que apareça aos olhos do eleitorado como sendo "o candidato do partido X" o que, em eleições presidenciais, não sei se será boa ideia...
Tendo em conta a imagem desastrosa dos partidos actuais, quanto mais distância um candidato tiver (ou aparentar...) em relação a eles, melhores resultados obterá.
Eu falo por mim e pelas pessoas que conheço de perto. Mas posso não estar a ver bem...
se o PS declarar o apoio a Alegre e nos entretanto, não surgir um candidato vindo do PS, mas independente, como aconteceu com Jorge Sampaio... pode ser que Manuel Alegre consiga arrebanhar os votos da maioria do PS, do BE e da CDU e... nesse caso a coisa fica renhida...
Nessa hipótese, haveria que ter em conta a política executada pelo PS até essa data - ou seja: a que aí vem a caminho para os próximos tempos.
Se ela fosse considerada como uma política de direita, então a "unidade da esquerda" (em torno de um candidato proposto por quem executasse essa política) não faria grande sentido.
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Já agora:
Em termos de PR (e é só disso que estamos a falar), Cavaco pode ser mais aliciante do que Alegre, em termos de credibilidade das políticas que aí vêm (medidas que, de esquerda, pouco terão...)
meu caro, não consigo ver as "coisas" por um ângulo tão definido, como as apresenta.
Alegre, apesar de se apresentar incomparávelmente mais "radical" nas suas posturas políticas e públicas, tem concerteza uma noção concreta e apropriada de estado.
não faço ideia nenhuma de qual será o apoio que Alegre possa receber por parte dos outros partidos.
penso até que neste momento, para além dos apoios directos e declarados ao candidato Alegre, muitos dos futuros apoiantes, se encontram ainda indecisos, divididos, até.
a partir da declaração oficial do PS ao candidato e das primeiras sondagens serem divulgadas, é que os apoios se irão definir.
penso eu, de que...
Cada um sabe de si, e o Alegre já é crescidote.
Mas a experiência mostra que são mais bem sucedidos os que avançam primeiro e só sãoapoiados depois.
Foi o que sucedeu com Cavaco, com Sampaio, etc., e até ele teve 1.125.000 votos devido a isso.
Se Alegre quer inverter a ordem (procurar apoios partidários antes de avançar), é lá com ele...mas depois fica com uma imagem de menos independência, e isso tem um custo significativo em votos.
a conjuntura que elegeu Sampaio, foi diferente da que elegeu Cavaco.
a que irá eleger o próximo presidente adivinha-se diferente de todas as outras... talvez por esse motivo, Cavaco não declarou ainda a sua intenção de se recandidatar.
Sim, mas o que eu abordo é o aspecto dos apoios partidários.
Enquanto que os deputados de um parlamento (ou de uma assembleia municipal) representam partidos (e ficam, de certo modo, comprometidos com os respectivos programas), o PR é um órgão unipessoal que, nas suas funções, não está preso a qualquer programa partidário.
Sendo, nas suas funções, supra-partidário, um candidato a PR tem toda a vantagem em apresentar-se assim logo durante a campanha eleitoral.
Que é como quem diz:
O ideal, para ele, é candidata-se por sua vontade pessoal, embora possa receber apoios partidários, mas só depois
Os candidatos 100% partidários (como os do PCP, p. ex.) funcionam com a lógica oposta, mas o seu objectivo é outro. E os resultados também são outros.
Se Alegre só avançar depois de ter o apoio do PS, vai estar inevitavelmente conotado com a governação PS (para o bem e para o mal).
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O facto de Cavaco ainda não ter anunciado a sua candidatura, não altera o que eu disse. Ele não está à espera de apoios partidários para se candidatar.
Antes pelo contrário: quem o apoia é que está à espera da decisão dele.
está a brincar, não está, Medina Ribeiro?
tirando o que refere acerca dos candidatos da CDU, que realmente se revestem de uma forma de apoio suigéneris, todos os outros... pluralistas, independentes ;)))), dependem dos loby e dos apoios importantes, provenientes da máquina partidária.
o Medina Ribeiro consegue imaginar a quanto monta uma campanha eleitoral, não consegue?
tambem consegue imaginar porque raio são sempre os mesmos empresários e artistas a compôr as comitivas que acompanham o PR nas deslocações ao estranjeiro, não consegue?
mas já se interrogou, porque motivo Passos Coelho, sempre que interrogado acerca do apoio pessoal à candidatura de Cavaco Silva, remete sempre para a vontade do partido?
mistérioooo....
;)
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