Rolhas
Por João Paulo Guerra
OS PORTUGUESES, de há uns anos para cá, não se têm dado muito à defesa de causas. A última terá sido por Timor-Leste, no final do século passado, e está por saber se a gigantesca mobilização nacional não teria por lastro um vago sentimento colonial: estavam a mexer em algo que era "nosso". Mas foi bonito de ver. Depois disso, talvez no Euro 2004, com as bandeiras à janela mas com um tiro do grego Charisteas no porta-aviões a afundar as esperanças nacionais. Depois disso, em matéria de causas, cada um governa-se.
Mas eis que The Wall Street Journal levanta a discussão: rolha de cortiça ou de plástico? (...)
OS PORTUGUESES, de há uns anos para cá, não se têm dado muito à defesa de causas. A última terá sido por Timor-Leste, no final do século passado, e está por saber se a gigantesca mobilização nacional não teria por lastro um vago sentimento colonial: estavam a mexer em algo que era "nosso". Mas foi bonito de ver. Depois disso, talvez no Euro 2004, com as bandeiras à janela mas com um tiro do grego Charisteas no porta-aviões a afundar as esperanças nacionais. Depois disso, em matéria de causas, cada um governa-se.
Mas eis que The Wall Street Journal levanta a discussão: rolha de cortiça ou de plástico? (...)
Texto integral [aqui]
Etiquetas: autor convidado, JPG
Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 13:46
5 Comments:
A opinião de Miguel Champallimaud:
http://fiel-inimigo.blogspot.com/2009/12/abaixo-exploracao-desenfreada-da.html
Ou:
http://www.vinhos.online.pt/dnf.asp?id=1395
Embora as rolhas de cortiça possam ser melhores para a economia nacional (não sei se há indústrias nacionais de rolhas de plástico), se quisermos ver o problema friamente podemos ter surpresas.
Antes de mais: se, no decorrer de "testes cegos", dermos a provar, a várias pessoas, vinhos engarrafados com diversas rolhas, quantos saberão descobrir a diferença?
Pior ainda: em 5% dos casos, os provadores profissionais detectam um irritante "sabor a rolha" nos vinhos cujas garrafas foram fechadas com rolhas de cortiça, cuja porosidade propicia a formação de micro-organismos, o que obriga a um tratamento especial das rolhas...
Tal como noutros casos (em que preferimos copos de barro, chávenas de porcelana, mesas de madeira, etc), o aspecto psicológico conta muito, havendo uma atracção pelo que é mais "natural".
Tudo bem, nada a opor a isso!
Pela notícia parece que o dinheiro que o estado português e APCOR – Associação Portuguesa de Cortiças gastaram na campanha de promoção da rolha de cortiça (Grã-Bretanha, Estados Unidos e Austrália) há uns anos atrás (2006) não resultou. Foram 3,2 milhões.
http://www.acores.com/a/mourinho_rolhas_cortica.html
Agora há outra campanha para promover os produtos de cortiça em geral: são mais 21 milhões
http://aeiou.expresso.pt/cortica-tem-836421-milhoes-para-promocao=f573002
Entretanto, e sempre que "necessário", os sobreiros vão sendo abatidos, para dar lugar ao que a gente sabe.
Apesar do destaque (especial e bem merecido!) dado à Soraia Chaves, o filme "Call Girl" era extremamente certeiro nessa denúncia. Nele, nem faltava o Ministro do Ambiente a dar uma mãozinha...
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Recordemos o comentário de Abel Pinheiro, quando foi acusado: «Parece que há sobreiros de esquerda e sobreiros de direita!» - julgo que se referia aos de Setúbal, que Sócrates deixou derrubar.
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