Sopas de Pão Molhado
Por A. M. Galopim de Carvalho
– Mas do que é que tu gostas, Nucha!? Tirando o bife, o frango e as batatas fritas, de que é que tu gostas, rapariga? Não comes feijão porque enfarta, à massa chamas “massunga” e não a queres, o arroz dizes que é para os pintos e eu que o coma, e às sopas chamas “soponas” e não lhes tocas. Afinal o que é que te posso fazer?
– Tudo menos sopas de pão molhado. Gosto de pão mesmo que seja duro e sem manteiga nem nada, pão seco como se diz cá no monte. Gosto de sopa, mas é só daquela de caldo, em puré, que é só de engolir como o leite, sem mastigar. A sopa que nos dão no colégio também não presta. A gente chama-lhe “sopa de lixo”. Gosto de “hamburgers” e de cachorros, mas isso não há cá, nem a avó sabe o que é. (...)
Texto integral [aqui]– Mas do que é que tu gostas, Nucha!? Tirando o bife, o frango e as batatas fritas, de que é que tu gostas, rapariga? Não comes feijão porque enfarta, à massa chamas “massunga” e não a queres, o arroz dizes que é para os pintos e eu que o coma, e às sopas chamas “soponas” e não lhes tocas. Afinal o que é que te posso fazer?
– Tudo menos sopas de pão molhado. Gosto de pão mesmo que seja duro e sem manteiga nem nada, pão seco como se diz cá no monte. Gosto de sopa, mas é só daquela de caldo, em puré, que é só de engolir como o leite, sem mastigar. A sopa que nos dão no colégio também não presta. A gente chama-lhe “sopa de lixo”. Gosto de “hamburgers” e de cachorros, mas isso não há cá, nem a avó sabe o que é. (...)
Etiquetas: GC
2 Comments:
A genuínidade das gentes do campo, vivida e contada com toda a maestria.
Belíssimo!
Mais uma interessante estória de encantar.
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