Fungagá
Por João Paulo Guerra
PELA FORMA como a pré-campanha está a arrancar é de temer que as eleições antecipadas terminem como o acto eleitoral no Sporting. Em primeiro lugar, não se discutem políticas, nem se apresentam alternativas. Discute-se à maneira de meninos birrentos, arremessando diatribes. Aquele menino rendeu-se e está refém do FMI. Não: aquele menino é que está a fazer tudo para que o país recorra ao FMI.
Em segundo lugar, os meninos birrentos não conseguem extrair das cabecinhas uma simples ideia. Atiram palavras uns aos outros, algumas das quais são ‘sound bites', ou bitates, em português, sem grande ou mesmo nenhum sentido. Aquele menino é imaturo e irresponsável. Não: aquele menino é um pugilista verbal.
Quer isto dizer que sendo o argumento já de si de cordel, os diálogos são da corda, com a crise da guita a alimentar as deixas e trocas de acusações dos intérpretes. Uma pobreza de espírito. A democracia portuguesa já teve a sua época de ouro; está agora na idade do poliéster.
Esta atitude, perante um acontecimento tão sério como a realização de eleições, revela acima de tudo um absoluto desprezo pelos eleitores, que são afinal a fonte da soberania e do poder, em democracia. Mas também resulta de alguma menoridade intelectual por parte dos agentes políticos.
A falta de nível da generalidade dos políticos portugueses lê-se em primeiro lugar nos discursos de pacotilha. E vê-se, em última instância, no resultado da acção política, parlamentar e executiva. A política mede-se pelos resultados. E os resultados de décadas de política em Portugal estão à vista na dramática situação do país e dos portugueses.
Seguem-se dois meses de promessas, discursos, fungagá, caravanas, bandeirolas, sacos de plástico e beijinhos às crianças.
«DE» de 29 Mar 11PELA FORMA como a pré-campanha está a arrancar é de temer que as eleições antecipadas terminem como o acto eleitoral no Sporting. Em primeiro lugar, não se discutem políticas, nem se apresentam alternativas. Discute-se à maneira de meninos birrentos, arremessando diatribes. Aquele menino rendeu-se e está refém do FMI. Não: aquele menino é que está a fazer tudo para que o país recorra ao FMI.
Em segundo lugar, os meninos birrentos não conseguem extrair das cabecinhas uma simples ideia. Atiram palavras uns aos outros, algumas das quais são ‘sound bites', ou bitates, em português, sem grande ou mesmo nenhum sentido. Aquele menino é imaturo e irresponsável. Não: aquele menino é um pugilista verbal.
Quer isto dizer que sendo o argumento já de si de cordel, os diálogos são da corda, com a crise da guita a alimentar as deixas e trocas de acusações dos intérpretes. Uma pobreza de espírito. A democracia portuguesa já teve a sua época de ouro; está agora na idade do poliéster.
Esta atitude, perante um acontecimento tão sério como a realização de eleições, revela acima de tudo um absoluto desprezo pelos eleitores, que são afinal a fonte da soberania e do poder, em democracia. Mas também resulta de alguma menoridade intelectual por parte dos agentes políticos.
A falta de nível da generalidade dos políticos portugueses lê-se em primeiro lugar nos discursos de pacotilha. E vê-se, em última instância, no resultado da acção política, parlamentar e executiva. A política mede-se pelos resultados. E os resultados de décadas de política em Portugal estão à vista na dramática situação do país e dos portugueses.
Seguem-se dois meses de promessas, discursos, fungagá, caravanas, bandeirolas, sacos de plástico e beijinhos às crianças.
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3 Comments:
Seguem-se dois meses de promessas, discursos, fungagá, caravanas, bandeirolas, sacos de plástico e beijinhos às crianças.
Para acabar como é costume: com o mesmo centrão que nos trouxe até aqui.
Karma??? Não, idiotice ingénita.
Ainda não compreendi muito bem, porque motivo andamos tão preocupados com a economia e o défice e o pib e o Sócrates e o Passos e o eixo e o... (agora esqueci-me do que ia escrever).
Nós temos é de estar felizes porque o Dias Ferreira não ganhou as eleições para presidente do Sporting.
E porquê?
Porque assim, o grande General de Balneário (balneário, é um ramo das forças armadas criado este mês) estará disponível para concorrer às próximas eleições legislativas e, depois de eleito, colocar em prática o seu projecto de trazer para Portugal o maior jogador Chinês da actualidade e com ele, voos charter consecutivos, carregados de chinocas, carregados eles próprios de dolars euros e outras fortunas que irão esbanjar nos nossos hoteis, restaurantes e museus.
Ora vejam por favor, e digam lá se não gente neste país com uma capacidade empresarial caté deixa uma pessoa cos olhos em biko...
http://www.youtube.com/watch?v=HbfViOb7Mgs
O artigo está bem esgalhado, como soía dizer-se entre praticantes da Escrita.
Às vezes, apetece rir; outras, chorar, ante a desgraça permanente em que se tornou a democracia abrilina, que começa a tornar-se um caso muito sério de doença degenerativa, progressivamente incapacitante da dignidade nacional.
Terá ainda possibilidade de recuperação ?
Se sim, com que protagonistas ?
Já estive mais esperançoso.
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