18.3.11

A nossa amiga Natália

Por Baptista-Bastos

DIAS ANTES, ela telefonara a minha mulher e conversaram durante largo tempo.
Dizia que a minha mulher possuía um discernimento e uma sabedorias raros numa mulher da idade dela. Eram amigas e falavam das coisas da vida e do mundo. E, na madrugada da sua morte, estivera com ela e com o marido, Dórdio Guimarães, a uma mesa do Botequim, conversando avulsamente. Eu morava abaixo da colina da Graça, em Alfama, muito próximo do Botequim, que frequentava amiúde. Desci para casa eram quase três horas. Às 9 telefonaram-me de uma rádio: "Morreu Natália Correia."
Fez, agora [16 de Março] 18 anos, e parece que foi ontem, hoje, ainda há pouco. (...)

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