A crónica e o taxista
Por Ferreira Fernandes
ONTEM fiz uma crónica ironizando sobre um estereótipo - pus a falar um taxista que levava um dos tipos do FMI para o hotel. Ora, na mesma página do Diário de Notícias onde publiquei a crónica, saiu uma entrevista com um taxista que levou gente do FMI ao hotel. Esse taxista real tem nome, deu a cara e não pode ser confundido com o que é dito, por infeliz coincidência, mesmo ao lado, na minha crónica.
O meu texto é inventado, como pode ser uma crónica, sublinha uma imagem preconcebida, como pode fazer uma crónica - é uma crónica que eu voltaria a escrever. Com este senão: nem as verdades que eu pretendi dizer, nem o meu direito à palavra podem de alguma forma beliscar a honra e o nome daquele homem, daquele taxista. Não beliscam, estou certo, mas quero aqui dizer quando me incomoda a simples hipótese de ter ofendido quem eu não quis e, sobretudo, não tenho direito de ofender. E quero dizê-lo apesar de ninguém me ter feito notar a possibilidade de confusão, nem me ter chegado qualquer queixa.
Escrevo estas linhas porque me basta o incómodo que senti ao ler o jornal ao imaginar a possibilidade de tal confusão. Não peço desculpas porque não tenho, nem ninguém tem, culpas. Mas quero que fique claro: aquele taxista entrevistado ao lado da minha crónica nada tem a ver com a minha crónica.
«DN» de 14 Abr 11ONTEM fiz uma crónica ironizando sobre um estereótipo - pus a falar um taxista que levava um dos tipos do FMI para o hotel. Ora, na mesma página do Diário de Notícias onde publiquei a crónica, saiu uma entrevista com um taxista que levou gente do FMI ao hotel. Esse taxista real tem nome, deu a cara e não pode ser confundido com o que é dito, por infeliz coincidência, mesmo ao lado, na minha crónica.
O meu texto é inventado, como pode ser uma crónica, sublinha uma imagem preconcebida, como pode fazer uma crónica - é uma crónica que eu voltaria a escrever. Com este senão: nem as verdades que eu pretendi dizer, nem o meu direito à palavra podem de alguma forma beliscar a honra e o nome daquele homem, daquele taxista. Não beliscam, estou certo, mas quero aqui dizer quando me incomoda a simples hipótese de ter ofendido quem eu não quis e, sobretudo, não tenho direito de ofender. E quero dizê-lo apesar de ninguém me ter feito notar a possibilidade de confusão, nem me ter chegado qualquer queixa.
Escrevo estas linhas porque me basta o incómodo que senti ao ler o jornal ao imaginar a possibilidade de tal confusão. Não peço desculpas porque não tenho, nem ninguém tem, culpas. Mas quero que fique claro: aquele taxista entrevistado ao lado da minha crónica nada tem a ver com a minha crónica.
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