Um abuso é um abuso é um abuso
Por Ferreira Fernandes
UMA CAMPANHA eleitoral tem muito de faz-de-conta. Desde as promessas (os "farei" que nunca se farão) às juras (de alianças repudiadas que talvez venham a fazer-se), passando pelo circo dos comícios. Nestes, o faz-de-conta tem a intenção de mostrar força. Um comício cheio leva a outros comícios cheios, e alguns comícios cheios criam aquilo que os especialistas chamam dinâmica de vitória - enfim, trazem mais votos, que é para isso que se fazem as campanhas eleitorais. Daí que juntar camionetas para encher comícios - mesmo com falsos apoiantes - seja prática antiga e comum aos partidos.
Enquanto se trata de um negócio entre iguais - entre o partido que precisa de encher o seu comício e gente que não se importa de gramar discursos a troco de um passeio - essa prática é quase desculpável. É certo que é uma mentira - mas se nos vamos zangar com tudo o que não é sincero nas campanhas... O problema (como acontece sempre que se generaliza um comportamento incorrecto) é quando se ultrapassam certos limites.
O que o PS fez em Évora, levando imigrantes indocumentados ao seu comício, já não é só aquela mentirinha eleitoral comum a todos os partidos. É uma indecência. Porque o que ali conta não é o truque generalizado, e que já nos engana pouco. O que ali houve foi abusar dos mais desapossados, os que nem têm a prova de que são cidadãos.
«DN» de 24 Mai 11UMA CAMPANHA eleitoral tem muito de faz-de-conta. Desde as promessas (os "farei" que nunca se farão) às juras (de alianças repudiadas que talvez venham a fazer-se), passando pelo circo dos comícios. Nestes, o faz-de-conta tem a intenção de mostrar força. Um comício cheio leva a outros comícios cheios, e alguns comícios cheios criam aquilo que os especialistas chamam dinâmica de vitória - enfim, trazem mais votos, que é para isso que se fazem as campanhas eleitorais. Daí que juntar camionetas para encher comícios - mesmo com falsos apoiantes - seja prática antiga e comum aos partidos.
Enquanto se trata de um negócio entre iguais - entre o partido que precisa de encher o seu comício e gente que não se importa de gramar discursos a troco de um passeio - essa prática é quase desculpável. É certo que é uma mentira - mas se nos vamos zangar com tudo o que não é sincero nas campanhas... O problema (como acontece sempre que se generaliza um comportamento incorrecto) é quando se ultrapassam certos limites.
O que o PS fez em Évora, levando imigrantes indocumentados ao seu comício, já não é só aquela mentirinha eleitoral comum a todos os partidos. É uma indecência. Porque o que ali conta não é o truque generalizado, e que já nos engana pouco. O que ali houve foi abusar dos mais desapossados, os que nem têm a prova de que são cidadãos.
Etiquetas: autor convidado, F.F
5 Comments:
Em suma: é a mais descarada falta de vergonha na cara.
Pois, mas ainda vende, infelizmente.
É sim senhor. Estou cansado de.
Uma obscenidade, uma abjecção. Repugnante.
Não acredito que o senhor engenheiro não pague por isto. O (meu) povo não pode ser assim tão estúpido. Não acredito que seja.
Não pode!
Convenhamos, o que é demais é moléstia.
Eu acho que há algo ainda mais preocupante do que o facto relatado:
É a absoluta insensibilidade de quem teve a ideia.
E uso o termo "insensibilidade" em 2 sentidos:
No aspecto humano (veja-se, no vídeo, a alegria das senhoras por estarem a comer de graça...) e no aspecto político.
De facto, trata-se de uma acção tão estúpida, que só pode ter sido promovida por pessoas que perderam, por completo, a ideia de como são vistos de fora.
Já se sabe que esse é um problema que afecta a maioria dos políticos de topo, mas não se esperava que chegasse a tanto.
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