24.6.11

Proselitismos

Por Helena Matos

«Ciclistas vão pedalar por Lisboa sem roupa e sem preconceito em defesa do ambiente» – Este título do PÚBLICO de hoje é um tratado sobre o preconceito: em primeiro lugar o preconceito é mau; segundo: qualquer convenção é preconceito; terceiro: qualquer atitude que vá contra o dito preconceito é positiva e faz parte da irmandade das coisas positivas. Logo pedalar sem roupa é ir contra o preconceito e integra-se na defesa do ambiente.
Vão desculpar-me, mas só por cegueira preconceituosa se pode considerar que pedalar despido nuns dias em que a cidade chegará aos 40º, e em que existe não só um alerta de calor como também de radiação ultravioleta elevada, é uma doideira pegada além de implicar um profundo desprezo pelas condições ambientais. Já agora leiam-se as recomendações para as cautelas a adoptar hoje em Lisboa divulgadas num artigo do mesmo PÚBLICO. Quanto aos candidatos a ciclistas despidos, se quiserem ir sem cuecas é lá com eles mas não se esqueçam da t-shirt ou acabarão na urgência hospitalar com os ombros fritos.
Para o ano, sugiro que marquem este tipo de acção para Beja, em meados de Julho. As farmácias locais vão agradecer!
In Blasfémias

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2 Comments:

Blogger Mário N'Ojeira said...

Noutro blog já pedi à Helena Matos para fazer-me o favor de se inscrever para eu poder tirar umas dúvidas que me atormentam há muito.

24 de junho de 2011 às 16:24  
Blogger José Batista said...

Olhe, Helena Matos:

Outra actividade que estes "despreconceituosos" podiam realizar era cavar batatas nus, sem fazerem publicidade.
Assim, ao menos, podiam gozar de mais tranquilidade, mereciam (talvez) mais e melhor o que comem e não incomodavam os trauseuntes com a visão de barrigas disformes, mamas descaídas, gelhas e rugas, nodosidades, cabelos desgrenhados e odores a suor e a fluidos corporais, etc.
Mas que ninguém os proíba. Ora essa. Façam o favor de se despir. Até podiam andar sempre despidos. Pelo menos poupava-se no preço dos trapos.
E quem conseguir que os ature.

Será que daqui por um ano, com as necessidades que aí virão, muitas dessas pessoas ainda vão ter pachorra para acções destas?

24 de junho de 2011 às 23:06  

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