Calçada portuguesa
Por A.M.Galopim de Carvalho
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MANHÃ, bem cedo, o calceteiro da Câmara Municipal de Lisboa tinha vindo reparar a calçada, naquele local do passeio da grande avenida. Era uma manhã de fins de Maio. O ar estava ainda limpo, sem os odores e as poeiras da circulação automóvel. A brisa da madrugada varrera para bem longe a poluição do dia anterior. Não longe dali, o chão, pejado das pétalas caídas dos jacarandás, era como que um tapete de cor lilás. O homem fez o que lhe mandaram e, desleixadamente, em vez de recolher as duas pequenas pedras que sobejaram, deixou-as ali, no chão, certo de que, como é costume entre nós, ninguém do serviço viria fiscalizar a perfeição do seu trabalho. (...)
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3 Comments:
Que bela história, que belo texto, que bela lição!
A merecer a melhor atenção de todos os professores da disciplina de biologia/geologia de 10º e 11º ano. A ver se os meninos (ou muitíssimos deles) voltam a gostar de ler. E de aprender, lendo.
Obrigado.
Obrigado também a Carlos Medina Ribeiro, pela luta cívica em favor de ruas, avenidas e praças frequentáveis nas cidades portuguesas.
Caro José Batista,
Vi-me atrapalhado para escolher (entre largas dezenas) as fotos que usei no 'post' a seguir a este.
Acabaram por ser as do largo da Mouraria, como podiam ser muitas outras.
Acho que foi a foto da carrinha da Santa Casa (agora dirigida por um ex-presidente da Câmara que, nesse aspecto, foi igualzinho ao actual...) que acabou por influenciar a escolha.
Mesmo para quem está longe (é o meu caso) desta área, aí está mais uma estória interessante do infatigável professor..
E quanto à fotos,água mole....
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