A norueguesa na menopausa
A
JUÍZA Eva Joly, que investigou casos muito mediáticos na viragem do
século, é candidata à presidência francesa e quem não a conhece deve
apressar-se porque a partir de domingo, com pouco mais de um por cento
dos votos, sai de cena. Anteontem, discursando em Paris, ela disse: "Nós
estamos na nossa casa, nós, os franceses e as francesas." E depois
disse quem eram esses franceses, que são aqueles que presumimos serem e
são também aqueles que ela designou com os termos pejorativos comuns:
"Os polaks, os portos, os ritals (italianos), os youpins (judeus),
bougnoules (árabes) e as norueguesas na menopausa."
O último exemplo que
Eva Joly deu deve ter surpreendido o leitor mais distraído - as
norueguesas na menopausa... Era a própria oradora a dar-se como
testemunho: ela foi batizada como Go Eva Farseth e nasceu em Oslo,
Noruega, há 68 anos. Aos vinte conheceu a França pela primeira vez, veio
trabalhar para uma família, na situação de au pair, doméstica que está a
par, igual a todos. Esse au pair numa casa, ela fê-lo au pair no novo
país, francesa como todos.
Porque se fala muito da França dos Le Pen,
trago para aqui essa outra França, que tem como candidata a presidente
uma ex-norueguesa. Ela é dos Verdes, e se não tivesse sido escolhida
pelo partido, talvez o candidato fosse Daniel Cohn-Bendit, um "judeu
alemão."
A França tem especialidades únicas, tão boas como um
coulommiers, com pasta amanteigada.
«DN» de 20 Abr 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
E nós, o povo obediente, a olhar para o telejornal e a encolher os ombros: aquilo eram gadelhudos e o mais certo era merecerem-nas da polícia. É um casamento feliz, este do autocrata com o súbdito resignado e crente.
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