Todo o jovem é príncipe, exceto...
Por Ferreira Fernandes
NOS ANOS 50, em França, Minou Drouet, menina de 8 anos, teve os seus
poemas publicados pela prestigiada editora Julliard. Nascia uma criança
prodígio - e uma polémica literária (era ela ou não quem escrevia os
poemas?) que foi rematada por uma frase de Jean Cocteau: "Todas as
crianças são génios, exceto Drouet."
Com a catadupa de pequenos
escândalos do filho mais novo do príncipe Carlos, logo transferidos para
capas de jornais, pode dizer-se que todos os jovens são príncipes,
exceto Harry. Tal como a última peça de roupa lhe caiu no 'strip
billiard' (uma espécie de 'strip poker' mas mais gráfica, usando tacos e
buracos), caiu um dos argumentos mais válidos da monarquia: esta
serviria para preparar desde cedo os futuros ou potenciais chefes de
Estado (Harry é o terceiro na linha de sucessão). Pelos vistos, não - e
não julgo aqui bacanais em Las Vegas. O que eu digo é que os jovens
comuns - incluindo os futuros Presidentes, mas de quem ainda se
desconhece o futuro -, os plebeus, pois, podem ter o rei na barriga e
fazer as tolices próprias da adolescência e da juventude sem ficarem
expostos por elas.
Não se cobram as bebedeiras do jovem David Cameron
(só para comparar com um poderoso inglês que não nasceu com o poder
garantido) mas o príncipe Harry, pobre alteza, não pode fazer baixezas
sem ficar traumatizado. Como se não lhe bastasse ter sabido, criancinha,
que era menos do que o irmão. Já houve quem ficasse gago por isso.
«DN» de 25 Ago 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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