Uma impressionante falta de bom senso
Por Helena Matos
“CONDENADO a pena suspensa por pornografia de menores. Professor pedófilo regressa à escola.” Se os menores em causa tivessem estado numa das festas de Berlusconi a chamada imprensa de referência ter-lhe-ia dado honras de capa. Assim ficou-se pelo “Correio da Manhã” e pouco mais. Contudo há neste caso dois aspectos que convém realçar. Um deles é que este professor era também membro duma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e que nessa qualidade era tutor do menor em causa. Ou seja repete-se aqui o perturbante padrão da Casa Pia em que quem devia proteger, abusa.
O outro aspecto prende-se com a readmissão do professor na escola. Na minha opinião as escolas frequentadas por menores devem excluir do universo dos seus trabalhadores pessoas sobre as quais recaiam ou tenham recaído acusações de pedofilia. Vão dizer-me que este princípio levaria a afastamentos injustos. Provavelmente sim. Mas tal como devemos exigir que na dúvida os tribunais não condenem (e que mesmo na certeza sejam tolerantes nas penas) temos também de exigir que, na dúvida, as escolas não contratem. Ou pelo menos temos o direito de saber qual o procedimento da escola nessa matéria.
A pessoa em causa teve muito provavelmente a pena adequada e mesmo que assim não tenha sido não se pode pedir ao tribunal que resolva o que é do domínio da sociedade, da política e dos valores: ou seja que por obra e graça da prisão afaste da escola quem não deve ser professor. A transferência para o foro da justiça do que são questões éticas quando não do mais básico bom senso, como é este caso, está a fazer de nós piores pessoas.
«Público» e «Blasfémias»
“CONDENADO a pena suspensa por pornografia de menores. Professor pedófilo regressa à escola.” Se os menores em causa tivessem estado numa das festas de Berlusconi a chamada imprensa de referência ter-lhe-ia dado honras de capa. Assim ficou-se pelo “Correio da Manhã” e pouco mais. Contudo há neste caso dois aspectos que convém realçar. Um deles é que este professor era também membro duma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e que nessa qualidade era tutor do menor em causa. Ou seja repete-se aqui o perturbante padrão da Casa Pia em que quem devia proteger, abusa.
O outro aspecto prende-se com a readmissão do professor na escola. Na minha opinião as escolas frequentadas por menores devem excluir do universo dos seus trabalhadores pessoas sobre as quais recaiam ou tenham recaído acusações de pedofilia. Vão dizer-me que este princípio levaria a afastamentos injustos. Provavelmente sim. Mas tal como devemos exigir que na dúvida os tribunais não condenem (e que mesmo na certeza sejam tolerantes nas penas) temos também de exigir que, na dúvida, as escolas não contratem. Ou pelo menos temos o direito de saber qual o procedimento da escola nessa matéria.
A pessoa em causa teve muito provavelmente a pena adequada e mesmo que assim não tenha sido não se pode pedir ao tribunal que resolva o que é do domínio da sociedade, da política e dos valores: ou seja que por obra e graça da prisão afaste da escola quem não deve ser professor. A transferência para o foro da justiça do que são questões éticas quando não do mais básico bom senso, como é este caso, está a fazer de nós piores pessoas.
«Público» e «Blasfémias»
Etiquetas: autora convidada, HM
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