5.6.11

Notas sobre a representação política

Por António Barreto

(...)
NO ESSENCIAL, sublinho, no essencial e na sua acepção moderna, a representação política em Portugal não sofre de problemas sérios. Os modelos e os mecanismos adoptados foram escolhidos, por várias razões (de oportunidade, de circunstância, de tradição de costumes, de legado do anterior regime, etc.), mas não são objecto de crítica sólida e fundamentada. Foram escolhidos estes mecanismos, poderiam ter sido outros, sem necessária vantagem ou sem evidente inconveniente.

A representação nacional dos cidadãos está garantida. A representação política assegura-se exclusiva ou principalmente pela via eleitoral. As eleições são livres e em prazos conhecidos. Há lugar para a representação de várias minorias. Os partidos políticos são considerados como os principais instrumentos de formação e expressão da vontade política dos cidadãos e os principais agentes da acção política. A representação local e regional está também assegurada, segundo critérios próprios. (...)

Texto integral [aqui]

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5 Comments:

Blogger José Batista said...

Não existe um problema essencial de representação política?
O que é a política?
Por que é que à abstenção não correspondem lugares vazios no parlamento?
O que fazem na Assembleia da República tantos "representantes do povo" que, quando não faltam ou viajam, apenas executam as directrizes das cúpulas partidárias? Nesses casos não vale o mesmo um voto (desses representantes) ou vinte votos ou cinquenta votos ou qualquer outro número de votos?
A "abstenção traduz (...) desapego ou (...) indiferença" (...). Não poderá também (ou antes) traduzir desprezo, desesperança ou protesto?
Qual é a qualidade da (nossa) democracia?
Ou, mais fundo: Qual é a qualidade dos nossos cidadãos?

5 de junho de 2011 às 18:37  
Blogger Bmonteiro said...

«A representação nacional dos cidadãos está garantida»
Ai está?
Então se está, está mal e muito pouco.
Ou é um viajante dos Açores que aterra nestas alturas em Castelo Branco como nº1 da lista PSD que me vai 'representar'?
Ou outro, vindo da grande Lisboa para Faro, n1 do PS que me vai 'representar'?
Admita-se que se optasse por tal em 1976.
Agora, apenas a maturidade, o trabalho aturado, a consciência política, de partidos e deputados, justificam o produto.
Batatas.

5 de junho de 2011 às 19:05  
Blogger Bmonteiro said...

Aliás,
não devendo abusar-se de análises ao carácter, como se as ideologias fossem superiores ao factor humano,
quem está interessado em ser 'representado' por gente como:
a)O deputado mãos leves dos gravadores;
b) A deputada que após visita privada a uma irmã nos EUA, 'justifica' quatro dias de falta, para não 'perder' 800 euros?
Que:
Presidente da AR, Comissão de Ética, Secretária-Geral, contemporizem e deixem passar,
diz bem da 'representatividade' desta gente.
Representam-se muito bem.
A si próprios e ás suas conveniências pessoais,
sempre sempre, sob a tutela do capo do partido.

5 de junho de 2011 às 19:12  
Blogger brites said...

Miraculosamente,entrámos todos(muitos sem convite)no Céu da representitividade política de S.Exa.,no dia 5 de Junho..
Dia sobejamente conhecido pelo dia dos milagres!

6 de junho de 2011 às 09:55  
Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

Obrigado António Barreto!
Reconheço em si um dos poucos homens grandes deste país. Como homem grande que sou também (em altura) e guiando-me apenas por ética e solidariedade sem santidade,mas com um imenso respeito pelo outro, concluo que nós os homens altos temos esta "mania" de não nos precisarmos de afirmar pelo poder, pela idolatração e pela pequenez dos nossos afectos passados.
Que as suas palavras não fiquem esquecidas. É que o povo Português neste tempo de dificuldades de que muitos não são responsáveis (pelo menos directos)não aguentará mais simultâneos apertos e sinecuras. Como licenciado e mestre estou perto de ter de abandonar o meu país pelo espartilho que este país colocou aos empreendedores. Tenho pena, mas já me faltam as forças para viver num sítio tão cinzento, com tanta falta de justiça, de inteligência e tão cheio de bipolarismo e esquizofrenia que a todos afecta. Sou dos que penso que Portugal fluiria melhor sem quaisquer governos, reguladores sequestrados, poderes amordaçados. Momentaneamente a mordaça claustrofóbica aliviou, será que por muito tempo? Resta-nos, você, meu amigo, um Português de P grande!

10 de junho de 2011 às 17:33  

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