Para ser lido daqui a seis meses
Por Ferreira Fernandes
PORTUGAL foi a eleições ontem. Problemazito resolvido, o sério, agora, são as obrigações para com os nossos credores inflexíveis.
O PSD ganhou de forma clara (e não vale invocar a grande abstenção: não é assunto dos vencedores, é da nossa geral ineficácia, que não limpou os cadernos eleitorais, e da irresponsabilidade cívica dos que não votaram). E o PSD ganhou de forma larga, para épocas normais. Deu para ontem os seus saírem à rua apitando, como nas épocas normais.
Mas ontem, como já disse, conta pouco. As obrigações de hoje (e do resto dos dias da nossa dívida) exigem uma larga maioria: que vote no Parlamento o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika e que convença os portugueses a aceitar os sacrifícios. O PSD e o CDS juntos têm 56% dos deputados, o que é quase igual aos 53% que os gregos do Pasok têm para governar e que não chega para convencer os credores deles.
Ontem, só ouvi um político do PSD, o retirado Mira Amaral, e o líder do CDS, Paulo Portas, lembrarem o PS. Pode parecer despropositado perante o desaire do PS, mas foi sábio para quem reconhece que o que vale são os dias, meses e anos que vêm aí. Mais do que meter o PS no Governo ou combinar com ele maiorias parlamentares, trata-se de uma atitude de diálogo. E não se trata de fazer um favor ao PS, mas de responsabilizá-lo na solução da nossa crise.
Pensem nisso, antes que os factos obriguem a pensá-lo daqui a seis meses.
«DN» de 6 Jun 11PORTUGAL foi a eleições ontem. Problemazito resolvido, o sério, agora, são as obrigações para com os nossos credores inflexíveis.
O PSD ganhou de forma clara (e não vale invocar a grande abstenção: não é assunto dos vencedores, é da nossa geral ineficácia, que não limpou os cadernos eleitorais, e da irresponsabilidade cívica dos que não votaram). E o PSD ganhou de forma larga, para épocas normais. Deu para ontem os seus saírem à rua apitando, como nas épocas normais.
Mas ontem, como já disse, conta pouco. As obrigações de hoje (e do resto dos dias da nossa dívida) exigem uma larga maioria: que vote no Parlamento o que foi assinado pelo PS, PSD e CDS com a troika e que convença os portugueses a aceitar os sacrifícios. O PSD e o CDS juntos têm 56% dos deputados, o que é quase igual aos 53% que os gregos do Pasok têm para governar e que não chega para convencer os credores deles.
Ontem, só ouvi um político do PSD, o retirado Mira Amaral, e o líder do CDS, Paulo Portas, lembrarem o PS. Pode parecer despropositado perante o desaire do PS, mas foi sábio para quem reconhece que o que vale são os dias, meses e anos que vêm aí. Mais do que meter o PS no Governo ou combinar com ele maiorias parlamentares, trata-se de uma atitude de diálogo. E não se trata de fazer um favor ao PS, mas de responsabilizá-lo na solução da nossa crise.
Pensem nisso, antes que os factos obriguem a pensá-lo daqui a seis meses.
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