19.6.11

Um pequenino voto mas grande passo...

Por Ferreira Fernandes

O IMPORTANTE não é que o Governo (qualquer Governo) tenha uns tempos em estado de graça. O importante é os governados verem o seu Governo a ter oportunidade de mostrar o que vale. Sobretudo os governados, como é o nosso caso, com corda na garganta, merecem a suspensão momentânea de pozinhos na engrenagem.
Quanto tempo significa aquele "momentânea"? Os americanos costumam dar 100 dias, ao fim dos quais, o próprio Presidente (o chefe do Governo americano) faz o seu balanço - a tradição começou no primeiro mandato de Franklin Roosevelt, que naqueles primeiros três meses desatou a legislar como um danado (porque a situação também o era: a crise de 1929 ameaçava dar cabo do sistema financeiro americano). Desde aí, tornou-se costume dos jornais e dos políticos, correligionários e adversários, adiarem por 100 dias as palmas ou os insultos.
Estado de graça é assim como um sentido de Estado generalizado, em que todos reconhecemos uma consequência óbvia da democracia: se a maioria votou por um Governo, este tem direito a governar. E decorre desse direito que o seu início não seja torpedeado por pressões insuportáveis sobre quem ainda só tacteia.
Exemplo concreto de sentido de Estado: o socialista António Costa a dizer que votaria no candidato que o PSD apresentasse para a presidência da AR, porque esse é o costume parlamentar e não estamos em tempos de questiúnculas, nem Fernando Nobre é um pestífero.
«DN» de 19 Jun 11

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

Subscrevo!

Não votei em nenhum dos partidos do novo governo, mas considero pestilenta esta necessidade de se denegrir aqueles que ainda nem se sentaram na tortuosa cadeira que os espera.

O mais engraçado é - sem qualquer graça - que se são sempre os mesmos é por causa das clientelas partidárias e distribuição de tachos aos amigos, se são rostos novos, não são políticos, não têm experiência governativa e o diabo a sete.

Haja pachorra!!!

19 de junho de 2011 às 16:32  
Blogger brites said...

Qualquer um pode ser o que deseja,basta que alguém arranjar o lugar...

Nem parece seu!

António anda por maus caminhos e espero que, quando chegar a sua vez,não se entusiasme demasiado com os vegetais...tb. os da Liberdade

19 de junho de 2011 às 19:45  

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