20.10.11

A URSS tinha estatísticas maravilhosas

Por Helena Matos

«A UNIÃO Europeia (UE) quer proibir as agências de rating de avaliar Estados, noticia hoje o matutino alemão Financial Times Deutschland, que teve acesso a um projeto ainda confidencial do comissário europeu para o mercado interno, Michael Barnier.» - Num passo seguinte a União Europeia terá de proibir os investidores de seguirem os rankings das agências.

«No projecto de reforma da lei sobre as agências de rating, Barnier propõe que a nova agência europeia de supervisão de títulos bolsistas, a ESMA, passe a ter o direito de «proibir temporariamente» a publicação de avaliações sobre a solvibilidade financeira dos Estados» - Nem a ESMA nem qualquer outra agência pode ter o direito de proibir a divulgação de informação. Aliás, como os dados em que as agências de rating se baseiam não são secretos, a ESMA terá de proibir também a publicação pelos Estado de informação que permita avaliar a sua solvibilidade financeira.

«A Comissão Europeia quer ver esta proibição aplicada sobretudo a Estados que negociaram ajudas externas com a União Europeia ou com o FMI.» O que ganham esses estados com isso? Maior desconfiança em relação às suas contas.

«Uma proibição podia impedir que haja uma avaliação de uma agência de rating em momento inoportuno, com consequências negativas para a estabilidade financeira do país em questão, e eventuais efeitos desestabilizadores para a economia mundial», afirma-se no projecto citado pelo Financial Times Deutschland. Como é óbvio nunca um momento será considerado oportuno.

«Barnier está convicto de que as agências de rating «nem sempre conseguem avaliar devidamente a situação» em momentos de crise, e propõe, consequentemente, que se examine a possibilidade de as proibir de publicar as suas conclusões.» O comissário Barnier faz jus ao nome do cargo que desempenha: é um comissário. Como todos os comissários estimulará um mercado paralelo de documentos não autorizados.

Se o comissário Barnier levar a sua avante teme-se o pior para os países da UE sobretudo daqueles que precisam de ajuda externa.

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