«Dito & Feito»
Por José António Lima
PASSOS Coelho, voluntária ou involuntariamente, não deixou margem para ambiguidades: «Cabe ao ministro das Finanças uma palavra muito relevante, para não dizer decisiva, sobre a forma como a reafectação dos fundos comunitários deve ser feita, mas toda a coordenação dessa tarefa permanece nas mãos do ministro da Economia».
Ou seja, Vítor Gaspar decidirá que fundos se utilizam ou não utilizam, em que montante e em que prazo, e Álvaro Santos Pereira passa a ser o ministro subalterno que gere a execução. É uma novidade, sublinhe-se, esta inversão de papéis na orgânica da utilização dos fundos europeus.
UMA inversão de papéis que, não por acaso, provocou um verdadeiro tumulto no Conselho de Ministros, do qual Passos Coelho esteve ausente, contra o ministro das Finanças e o seu reforço de poderes discricionários. Desta vez, à custa de um ainda maior esvaziamento de competências do desamparado ministro da Economia. E não foi um nem dois, foram vários os ministros que se colocaram ao lado de Álvaro Santos Pereira e manifestaram o seu desagrado pela proposta de Vítor Gaspar.
Como é óbvio, não foi boa, nem para Passos Coelho nem para o seu Governo, esta exibição pública de mal-estar e cizânia entre ministros. É um episódio que revela, além do mais, falta de liderança e de orientação política. Porque, de duas uma: ou o primeiro-ministro não deixou bem clara, nas conversas que teve previamente com Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira, qual a solução que iria passar a vigorar na aplicação dos fundos europeus; ou foi um dos dois ministros que exorbitou o seu papel e adulterou em pleno Conselho de Ministros o que antes fora combinado e decidido. Qualquer das opções não é simpática para Passos Coelho.
RESTA de tudo isto um ministro completamente desautorizado, cada vez mais esvaziado de funções e competências, desacreditado perante os empresários, os parceiros sociais e todos aqueles com quem o Ministério da Economia tem que lidar. Álvaro Santos Pereira parece não se importar muito. Mas tornou-se, a partir de agora, um ministro virtual. Que mantém o cargo e pouco mais. É uma inexistência política. E um péssimo exemplo para o país.
«SOL» de 9 mar 12PASSOS Coelho, voluntária ou involuntariamente, não deixou margem para ambiguidades: «Cabe ao ministro das Finanças uma palavra muito relevante, para não dizer decisiva, sobre a forma como a reafectação dos fundos comunitários deve ser feita, mas toda a coordenação dessa tarefa permanece nas mãos do ministro da Economia».
Ou seja, Vítor Gaspar decidirá que fundos se utilizam ou não utilizam, em que montante e em que prazo, e Álvaro Santos Pereira passa a ser o ministro subalterno que gere a execução. É uma novidade, sublinhe-se, esta inversão de papéis na orgânica da utilização dos fundos europeus.
UMA inversão de papéis que, não por acaso, provocou um verdadeiro tumulto no Conselho de Ministros, do qual Passos Coelho esteve ausente, contra o ministro das Finanças e o seu reforço de poderes discricionários. Desta vez, à custa de um ainda maior esvaziamento de competências do desamparado ministro da Economia. E não foi um nem dois, foram vários os ministros que se colocaram ao lado de Álvaro Santos Pereira e manifestaram o seu desagrado pela proposta de Vítor Gaspar.
Como é óbvio, não foi boa, nem para Passos Coelho nem para o seu Governo, esta exibição pública de mal-estar e cizânia entre ministros. É um episódio que revela, além do mais, falta de liderança e de orientação política. Porque, de duas uma: ou o primeiro-ministro não deixou bem clara, nas conversas que teve previamente com Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira, qual a solução que iria passar a vigorar na aplicação dos fundos europeus; ou foi um dos dois ministros que exorbitou o seu papel e adulterou em pleno Conselho de Ministros o que antes fora combinado e decidido. Qualquer das opções não é simpática para Passos Coelho.
RESTA de tudo isto um ministro completamente desautorizado, cada vez mais esvaziado de funções e competências, desacreditado perante os empresários, os parceiros sociais e todos aqueles com quem o Ministério da Economia tem que lidar. Álvaro Santos Pereira parece não se importar muito. Mas tornou-se, a partir de agora, um ministro virtual. Que mantém o cargo e pouco mais. É uma inexistência política. E um péssimo exemplo para o país.
Etiquetas: autor convidado, JAL
2 Comments:
Correndo o risco de ser injusto, parece-me que o ministro Álvaro Santos Pereira é uma "inexistência política" desde sempre, ou pelo menos desde que eu dei por ele.
Julgo também que o governo e o senhor primeiro ministro dão um péssimo exemplo aos cidadãos e ao país ao excetuarem dos cortes nos vencimentos os funcionários da tap e da cgd, e os mais que se hão-de ver... Porque não há volta a dar: os cortes foram só para alguns - aqueles que, de antemão, se sabia que não lhes escapariam de modo nenhum.
Porca (ia escrever outra coisa...) de vida!
Aquele "hão-de" devia ser "há-de". Ou melhor "há de".
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