18.4.12

26 Fev 2012
16 Abr 2012
18 Abr 2012
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HOJE mesmo, e num post intitulado «Ligações», Helena Matos, no Blasfémias, refere a foto de cima que, por sinal, também eu tinha enviado à PT. A de baixo foi-me mandada hoje pela empresa, mostrando que a situação acaba de ser corrigida. Ainda bem; mais vale tarde...

NOTA: No referido post, a imagem é também usada como metáfora para outro tipo de ligações enoveladas e muito mais perigosas, nomeadamente a suposta falta de verbas para investigar a venda dos submarinos a Portugal. Uma investigação semelhante já levou à prisão de altos responsáveis da Ferrostaal (na Alemanha) e de um ex-ministro da Defesa (na Grécia), por acusações de corrupção.

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1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Texto de Paulo Gaião no «Expresso online»:

«Dois representantes alemães da Ferrostaal que vendeu os submarinos a Portugal, Johann Friedrich Haun e Hans Peter Muehlenbeck, confessaram num tribunal de Munique em Dezembro de 2011 que a empresa pagou 62 milhões de euros em subornos pela venda dos submarinos a Portugal e à Grécia.

Pelo menos um terço desta quantia de 62 milhões de euros chegou às autoridades dos dois países, disse Joachim Eckert, o juiz do tribunal alemão. O resto terá sido distribuído por uma teia de intermediários. Em troca da confissão, ambos os representantes da Ferrostaal foram condenados a uma pena suspensa de dois anos . A empresa multinacional aceitou pagar por acordo uma multa de 140 milhões de euros ao Estado, cerca de um quarto do valor de um submarino.

Parece óbvio que o Ministério Público alemão, em alguns casos sensíveis mais dependente do poder político do que verdadeiramente autónomo (como ficou demonstrado há uns anos no caso do financiamento ilegal da CDU) fez o acordo para não revolver mais podres e defender o interesse público. Os alemães foram corruptores ativos. E o suborno era prática habitual há muitos anos, aceite pela Ferrostaal (uma empresa presente em mais de 40 países) e pelos governos compradores de equipamentos desde pelo menos 1999, como também disse o juiz do tribunal alemão. Sem comissões, não se fazia negócio.

Na Grécia, o ex-ministro da Defesa está preso desde a semana passada, acusado de corrupção por receber "luvas" na compra de quatro submarinos em 2000 num valor de quase 3 mil milhões de euros. Em Portugal, o caso dos submarinos (duas unidades), comprados no tempo em que Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas ministro da Defesa por quase mil milhões de euros permanece em fase de inquérito há seis anos. Nenhum governante foi até hoje ouvido no processo. Esta semana, o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, disse que não havia verbas para fazer perícias. A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, desmentiu e disse que em seis anos de investigação nunca o MP pediu a realização de quaisquer perícias.
O dinheiro cala a verdade

Não há perícias, mas há contas avaliadas pelos alemães no processo encerrado em Munique. Se um terço de 62 milhões em "luvas" chegou às autoridades gregas e portuguesas , este valor é de 20 milhões 666 mil euros. Pressupondo que as autoridades gregas e portuguesas repartiram o bolo, a questão é saber para que bolsos foram 10 milhões e 333 mil euros chegados a Portugal? (ou pelo menos metade disso porque o valor do negócio grego foi o dobro). Nem tudo está perdido... O processo está aí (para além do das contrapartidas sobreavaliadas da compra dos submarinos) À espera que lhe mexam.

Quando "o dinheiro fala, a verdade cala" (para utilizar a frase na moda citada pelo juiz Carlos Alexandre). Mas o dinheiro deixa sempre rasto. O problema é haver coragem para farejar...»

19 de abril de 2012 às 10:58  

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