Viva o 25 de Abril. Sempre.
Por C. Barroco Esperança
HÁ QUEM, antes, não tivesse precisado de partido, quem não sentisse a falta da liberdade, quem se desse bem a viver de joelhos e a viajar de rastos.
Houve cúmplices da ditadura, bufos e torturadores, quem sentisse medo, quem estivesse desesperado, quem visse morrer na guerra os filhos e nas prisões os irmãos, e se calasse. Houve quem resistisse e gritasse. E quem foi calado a tiro ou nas prisões.
Uns pagaram com a liberdade e a vida a revolta que sentiram, outros governaram a vida com a vergonha que calaram. Houve quem visse apodrecer o regime e quisesse a glória de exibir o cadáver e a glória da libertação. Viram-se frustrados por um punhado de capitães sem medo, por uma plêiade de heróis que arriscaram tudo para que todos pudéssemos agarrar o futuro. (...)
Texto integral [aqui]Houve cúmplices da ditadura, bufos e torturadores, quem sentisse medo, quem estivesse desesperado, quem visse morrer na guerra os filhos e nas prisões os irmãos, e se calasse. Houve quem resistisse e gritasse. E quem foi calado a tiro ou nas prisões.
Uns pagaram com a liberdade e a vida a revolta que sentiram, outros governaram a vida com a vergonha que calaram. Houve quem visse apodrecer o regime e quisesse a glória de exibir o cadáver e a glória da libertação. Viram-se frustrados por um punhado de capitães sem medo, por uma plêiade de heróis que arriscaram tudo para que todos pudéssemos agarrar o futuro. (...)
Etiquetas: CBE
2 Comments:
Atenção:
Não esquecer os muitos muitos a quem o sofrimento (a fome, o frio, o desespero) do dia a dia, bem como o analfabetismo e a ignorância, não deixavam espaço sequer para sentir a falta de liberdade, que viviam de rastos (talvez um pouco menos ainda que andar de joelhos...) e não podiam viajar de modo nenhum, senão a pé, rotos e descalços.
Esses viviam não calados mas sem voz, e não tinham vida para governar.
E eram muitos, muitos.
Não os excluamos do universo de então. Nem do de agora.
Porque sempre há confortos, mesmo contingentes, que dão muita coragem.
Sem tirar mérito, honra e dignidade aos que a tiveram.
Como Salgueiro Maia, Melo Antunes e outros.
José Batista:
Obrigado por, com o seu comentário, ter acrescentado valor ao texto com que decidi comemorar Abril aqui no Sorumbático.
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