4.7.12

Intriga e mistério

Por Manuel António Pina
FOSSE - como, visto de fora, parece ser - um programa de entretenimento, o circo em que se tornou a eleição da administração da Metro do Porto seria uma novela de intriga e mistério sem qualidade, com um argumentista sem qualidade (aparentemente tão surpreendido com a sucessão de acontecimentos quanto os próprios espectadores) e com actores sem qualidade. E deveria ser exibido com bolinha no canto superior direito e aviso de que pode impressionar pessoas sensíveis e confiantes nos seus eleitos. 
Apesar de tal novela se arrastar há ano e meio, só horas antes da assembleia geral eleitoral foram escolhidas as pessoas a eleger. O episódio terminou, como é de regra, em suspensão emocional, com Rui Rio a acusar incertos membros do Governo ("Quem serão eles? Que pérfidas intenções os terão movido? Não perca o próximo episódio!") de conspirarem contra o seu colega da Economia.
No episódio seguinte, o "volte face": o administrador executivo indicado por Rio não tem, concluiu a CRESAP, currículo q.b.. Porque terá Rio, "an honourable man", escolhido para um cargo uma pessoa sem competência específica para o exercer? Será irmã de alguém, como a engenheira alimentar que, a 3790 euros por mês mais IVA, Rio contratou em 2008 para "acompanhar, supervisionar e garantir o cumprimento (...) dos contratos de ocupação do Rivoli"? 
Novo episódio na 6ª-feira, 13. Tenhamos medo, muito medo. 
«JN» de 4 Jul 12

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