A Madeira é nossa
Por Ferreira Fernandes
CONTRA as más contas da Madeira o coro já vai tão unânime que não vale a pena mais uma voz.
O gastar sem fiscalização é um mal nacional tão generalizado que eu já desisti de criticar quando o escândalo é público: não faço falta, haverá sempre gente na Direita (quando a Esquerda está no poder) ou na Esquerda (quando chega a Direita ao pote) disposta a exprimir indignação. Mas há nesta questão da Madeira um lado de regras de vivência comum que não tem sido tratado. É natural, os portugueses são monomaníacos e tal como há poucos anos, com a Casa Pia, ficámos especialistas em providências cautelares, hoje somos tu-cá-tu-lá com os relatórios do Tribunal de Contas.
E, no entanto, repito, este caso madeirense não é só números. Ontem, Alberto João Jardim mostrou-o numa reportagem da SIC. "Há uma coisa em quem eles são bons: é meterem-se na vida dos outros", disse Jardim falando dos portugueses do Continente. Está dita, em síntese, a falta de noção de Jardim sobre o que nos faz a todos Portugal, de Macedo de Cavaleiros ao Machico.
Em tempos de bonança, essa falta presta-se ao sorriso, é espertice própria de grupo, como fazem os partidos, os sindicatos, as corporações. Mas, em plena crise nacional - agravada por erros que o próprio Jardim reconhece -, ouvir dele apelos à excomunhão dos outros portugueses é demais.
Todos os portugueses podem meter-se na vida da Madeira: estão em casa. Não porque a pagaram, mas porque ela é sua.
«DN» de 23 Set 11CONTRA as más contas da Madeira o coro já vai tão unânime que não vale a pena mais uma voz.
O gastar sem fiscalização é um mal nacional tão generalizado que eu já desisti de criticar quando o escândalo é público: não faço falta, haverá sempre gente na Direita (quando a Esquerda está no poder) ou na Esquerda (quando chega a Direita ao pote) disposta a exprimir indignação. Mas há nesta questão da Madeira um lado de regras de vivência comum que não tem sido tratado. É natural, os portugueses são monomaníacos e tal como há poucos anos, com a Casa Pia, ficámos especialistas em providências cautelares, hoje somos tu-cá-tu-lá com os relatórios do Tribunal de Contas.
E, no entanto, repito, este caso madeirense não é só números. Ontem, Alberto João Jardim mostrou-o numa reportagem da SIC. "Há uma coisa em quem eles são bons: é meterem-se na vida dos outros", disse Jardim falando dos portugueses do Continente. Está dita, em síntese, a falta de noção de Jardim sobre o que nos faz a todos Portugal, de Macedo de Cavaleiros ao Machico.
Em tempos de bonança, essa falta presta-se ao sorriso, é espertice própria de grupo, como fazem os partidos, os sindicatos, as corporações. Mas, em plena crise nacional - agravada por erros que o próprio Jardim reconhece -, ouvir dele apelos à excomunhão dos outros portugueses é demais.
Todos os portugueses podem meter-se na vida da Madeira: estão em casa. Não porque a pagaram, mas porque ela é sua.
Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Tem muitíssima lógica o que apresenta, caro F.F .
Pessoalmente, costumo conferir o meu voto de respeito, de coerência e ética, às prostitutas de beira-de-estrada... porque têm a hombridade de não tentar convencer ninguém, de que são outra coisa diferente daquela que demonstram ser... Putas, afinal!
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