31.5.06

Importam-se de explicar?

PELO que ouvimos hoje na TV, a AUTORIDADE da Concorrência multou a Ordem dos Médicos.
Só que esta, pela voz do seu nervoso bastonário, veio informar quem esteja interessado em saber que «não pagará JAMAIS» a multa. Ah! E aproveita para esclarecer que tem mais legitimidade do que o autuador.
Até aqui, é apenas a habitual conversa-de-galispo em que os portugas são tão pródigos.
Mas o que torna a rábula verdadeiramente confusa é o que vem depois: a crer nesta notícia do «Público», os factos a que a multa se refere já não existem há quase um ano...

Tem algum jeito?!

NUMA notícia podem referir-se as relações de parentesco, as etnias, as crenças religiosas ou as preferências clubísticas dos envolvidos?

Depende. Se o caso estiver relacionado com essas realidades, sim; de contrário, não.

Por exemplo:
Se um jogo entre o clube "A" e o clube "B" descambar em confrontos violentos entre adeptos, poderá ter interesse para a compreensão do que se passou dizer-se, p.ex., que «um adepto do Clube "A" deu uma navalhada num do clube "B"».
Da mesma forma, numa notícia sobre o Iraque, pode ser necessário dizer que os que se envolveram em confrontos por causa de uma mesquita eram xiitas e sunitas.
Passa-se o mesmo se se noticiar que o ministro "X" meteu uma cunha ao ministro "Y" para a filha entrar numa faculdade. Neste caso, é a indicação da relação de parentesco que é importante, pois foi devido a ela que o facto ocorreu.
Ora, um exemplo oposto é o que aqui se mostra:
Que diabo! Tem algum jeito fazer capas e parangonas com «o filho de Beleza», ainda por cima mostrando a foto da mãe e não a do referido - neste caso, um adulto com 27 anos de idade?!
Já é a terceira vez que noto esse mesmo facto neste jornal, e hoje fui ver a notícia em detalhe:
Uma página inteira, a 9ª, com o título «Beleza julgado em tribunal» (vá lá, que não é "julgadA"...), e as fotos - apenas - da mãe e do advogado!
Salvo melhor opinião, não é lamentável - é pior do que isso.

Sem palavras



(Env por C.)

Ainda a governação "boca"-a-"boca"

LOGO no discurso da tomada de posse, e a propósito das férias dos juízes, Sócrates deu o tom:
Apresentar à execração pública diversas classes profissionais, uma após outra - mas com algum espaçamento, para ver o que dava tão inteligente receita.
Como se sabe, a seguir aos juízes vieram os militares, os médicos, os farmacêuticos, os enfermeiros, os professores... e, curiosamente, (quase) todos "morderam o isco", perdendo rapidamente a serenidade e muitas vezes a razão.
Mas o que não se esperava era que recorresse tantas vezes ao estulto método do governo de Santana Lopes:
Amandar uma boca, e ver o que dá. Está nessa linha a bizarra ideia de penalizar os casais sem filhos.
Conheço alguns que, para seu grande desgosto, estão nessas condições, e a quem o Governo se preparava para punir, mostrando uma falta de sentido humano de deitar as mãos à cabeça.
Vem agora este ministro (que até tem a imagem de pessoa honesta, sensível, ponderada e sensata) dizer que, afinal, o Governo recua. Tudo bem, mas escusava de nos esclarecer que, afinal, "a coisa" não tinha qualquer impacto em termos de receita.
Se assim era - o que, façamos-lhe a justiça de pensar, ele já sabia -, para que foi então a "boca"?!
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NOTA: Essa ideia de «um passo à frente e três atrás» (onde é que isso o levará? Ao século XIX?!) é gralha de quem escreveu a notícia, não é?

Um livro que vale a pena ler

QUEM, como eu, gostou de ler a «Crónica dos Bons Malandros», o «À Noite Logo se Vê...» ou as «Histórias do Fim da Rua», não dará o tempo por perdido com este saboroso livro de Mário Zambujal acabado de publicar.

Politicamente incorrecto


Vamos esquecer que o Homem-das-Neves
é uma personagem dos Himalaias, onde não há pinguins

ÀS VEZES, neste mundo cada vez mais normalizado, sabe bem poder ser-se politicamente-incorrecto.
Aqui está uma boa oportunidade para isso, não fazendo mal a ninguém:

1º - Aceder a http://n.ethz.ch/student/mkos/pinguin.swf
2º - Clicar no Homem-das-Neves, o que faz com que o pinguim salte
3º - Voltar a clicar no monstro quando a ave vai a passar por ele.

Se tudo for bem feito, o pinguim leva uma cacetada, vai a deslizar pela neve e somamos pontos.
Para repetir a maldade, clicar em OK.
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(Sugerido por C.)

(Esta carta saiu também no «DESTAK», em 2 Jun 06, na versão correcta e com o título original: «A chicana-chique»)

A libertação do Iraque

A IDEIA que está por detrás desta pequena animação não é nova, evidentemente. Mas a forma como ela está apresentada é engenhosa. Vale a pena ver: http://www.barabanow.com/iraqfree.html
(Sugerido por MLMaia)

A grande bola (*)

AINDA a semana passada se podia ler numa revista de grande circulação que Cristóvão Colombo foi visto como herético por afirmar que a Terra é redonda. É um mito que persiste e que parece não esmorecer, apesar de ter sido dito e redito que se trata de um mito. Na realidade, o grande marinheiro não viu várias vezes a sua proposta de viagem recusada por não conseguir convencer os seus contemporâneos que a Terra é esférica e que, portanto, se poderia alcançar o Oriente navegando para ocidente. As repetidas recusas deveram-se ao facto de se conhecer já a ordem de grandeza do raio da Terra e, por isso, se pensar que a viagem para a Ásia rumando para poente era demasiado longa para ser possível com os meios de navegação da época. O resto da história conhece-se: Colombo encontrou pelo meio um continente desconhecido, o que o salvou de morte certa; julgou estar no Oriente e tornou-se um herói por descobrir o Novo Mundo.
Colombo recebido pelos Reis Católicos
A Europa culta sabia há muito que a Terra é uma grande bola. Os Gregos sabiam-no. Durante a Idade Média, os maiores sábios aceitavam a esfericidade da Terra. Antes e durante os Descobrimentos, tanto os matemáticos, como os pilotos e os promotores das grandes viagens assumiam como uma evidência que vivemos num gigantesco globo. A navegação astronómica, iniciada antes de Colombo, não seria possível sem esse conhecimento.

A partida de Colombo

O leitor interessado pode ler um magnífico livro de Jorge Buescu onde este assunto se encontra muito bem discutido e clarificado. O volume intitula-se «Da Falsificação dos Euros aos Pequenos Mundos» e foi publicado em 2003 pela Gradiva. Vale a pena lê-lo, e não só para esclarecer este problema.

Há mitos semelhantes que persistem. Diz-se, por exemplo, que Copérnico e Galileu reuniram provas irrefutáveis do movimento da Terra e que, apenas por teimosia, ignorância ou dogmatismo religioso essas provas foram negadas. Também não é verdade, embora a teimosia, a ignorância e o dogmatismo religioso fossem reais.

A sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar

Copérnico avançou um modelo cosmológico em que a Terra foi retirada do centro do Universo e colocada a orbitar o Sol. Quase um século depois, Galileu recolheu dados que refutavam o modelo de Ptolomeu e Aristóteles, mostrando que a Lua e o Sol não eram perfeitos e imutáveis, que o Universo não podia ter um centro único e que Vénus se encontrava umas vezes entre nós e o Sol e outras para lá deste. Mas esses dados não provavam irrefutavelmente que a Terra rodava nem que orbitava o Sol.

Depois do julgamento de Galileu de 1633, tão dramaticamente retratado na peça actualmente em cena no Teatro Aberto, em Lisboa, os dados começaram a acumular-se. Em 1638, o sábio italiano escreveu e fez publicar os «Discursos e demonstrações matemática sobre duas novas ciências», com que colocava a dinâmica em bases científicas e fornecia instrumentos de resposta às objecções ao movimento da Terra. Meio século depois, com os trabalhos de Isaac Newton, o sistema heliocêntrico apareceu coerentemente explicado pela nova física. Os homens de ciência deixaram de se questionar sobre o movimento da Terra, que tão difícil tinha sido aceitar.

A primeira prova directa de que o nosso globo se move, contudo, teve de esperar outro meio século. Foi o astrónomo James Bradley quem finalmente, em 1720, descobriu um fenómeno inesperado: a chamada aberração das estrelas, apenas explicável pelo movimento da Terra em torno do Sol. Mas a discussão dessa prova terá de esperar por uma nova crónica. Não demorará, certamente, meio século.

(*) Adaptado do «Expresso»

Provocação sem bola (*)

Custa-me engolir o desprezo a que são votadas outras modalidades em Portugal. Sobretudo custa-me a perceber esta insólita associação entre patriotismo e publicidade no futebol
ENTÃO e a judoca Telma Monteiro - que conquistou há cinco dias, na Finlândia, o título de campeã da Europa - não merecerá patrióticas bandeirinhas nacionais hasteadas em tudo o que é sítio, desde as janelas dos prédios aos tejadilhos dos táxis, passando por portas de mercearias e supermercados, átrios de centros comerciais, bombas de gasolina, cartazes publicitários e ecrãs de televisão?! E haverá 15 mil mulheres dispostas a formar uma nova bandeira humana para homenagear uma jovem atleta de alta competição, com apenas 20 anos, que já arrebatou duas medalhas de ouro, uma de prata e cinco de bronze em campeonatos europeus e mundiais de juniores, de sub-23 e de seniores - e que, neste momento, lidera o ranking mundial de judo na sua categoria (- 52 kg)?!
Estas perguntas são uma provocação, bem sei. O judo não é um desporto popular e mediático que atraia as massas (tanto em sentido próprio como figurado) e mereça um investimento "patriótico" das televisões, da banca, do petróleo, da cerveja sem álcool e de empresas nacionais e multinacionais de refrigerantes e de artigos desportivos. Quem é que quer ouvir falar em ippon, yuko, waza-ari ou koka, quando o orgulho da pátria se traduz em off sides, corners, penalties, dribles, fintas, pontapés na bola e golos? E quem é que já ouviu falar do Centro Cultural e Desportivo Construções Norte-Sul, o clube de Almada que a Telma Monteiro representa? Mais: quem é que imagina os sacrifícios que esta jovem atleta olímpica de alta competição tem de fazer e as dificuldades em angariar patrocínios, apesar do notabilíssimo currículo desportivo que ela ostenta?
É muito mais fácil e mediático encher as primeiras páginas dos jornais e abrir os telejornais com as derrotas, humilhações e fiascos das selecções nacionais de futebol - tanto a principal (Mundial 2002) como a olímpica (Olimpíadas 2004) como, agora, a de sub-21 (Euro 2006) - do que com o feito, inédito, da primeira portuguesa a conquistar o título de campeã europeia de judo. Falo desta modalidade desportiva bastante exigente, quer em termos físicos e psicológicos quer em termos técnicos e tácticos, como poderia falar de outras modalidades desportivas em que Portugal já teve magníficos praticantes, como o atletismo, hoje sem infra-estruturas físicas que permitam o treino adequado (em Lisboa, quase só resta o Estádio Universitário). Não me espanta, por isso, o lamento do velho professor Eduardo Cunha (tem 80 anos e ainda treina):
«Tenho medo de verdade que Portugal seja campeão mundial de futebol. Porque aí é que acaba tudo!»
Gosto muito de futebol, percebo que ele seja um poderoso factor de identidade e ficaria radiante se os nossos "pés da Pátria" conquistassem o título mundial. Mas custa-me a engolir o desprezo a que são votadas outras modalidades desportivas em Portugal. Sobretudo custa-me a perceber esta insólita associação entre patriotismo e publicidade no futebol. Nunca fui marxista, leninista, maoísta ou trotskista, mas não tenho a menor dúvida de que o capital não tem pátria. É tão evidente como o jogo de futebol!
(*) Crónica de Alfredo Barroso no «DN», aqui transcrita com sua autorização

Etiquetas:

(O nome saiu com uma gralha, mas não é grave...)

Uma grande verdade...

«A vida é uma doença mortal, transmitida sexualmente»

Woody Allen
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(Env. por C.)

30.5.06

Vale a pena ler tudo

JÁ QUE faz parte da nacional-parolice citar os estrangeiros quando falam de nós, veja-se o que se diz num site sul-africano relativamente ao que se refere no post anterior:

Tem também muito interesse ver uma notícia sobre patrões em Inglaterra: as penas a aplicar aos trabalhadores que decidam faltar ao trabalho com as mesmas patrióticas intenções que os nossos deputados manifestam:
(Estes dois endereços foram referidos por JC em «Comentário» ao post anterior mas merecem bem o destaque)

Sem comentários

Deixem regressar as Mulheres!

Vou assistindo, incomodado, a esta súbita moda de afastamento da mulher do discurso público português. Ainda anteontem, num depoimento circunstancial para as televisões, um ministro disse, com ar grave, que os homens fariam não sei quê e as senhoras não sei que outra coisa. Os homens e as senhoras.

Cada vez mais as casas de banho públicas estão sinalizadas como de homens e de senhoras. E cada vez mais os homens que falam nas rádios e nas televisões se referem às suas legítimas mulheres chamando-lhes “minha esposa”.

Estranhíssima onda esta, que manda trocar a saudável e amabilíssima palavra “mulher” por “senhora” ou “esposa”, como se chamar mulher a uma mulher fosse uma injúria… Mas de que cabeça pimba terá surgido este confrangedor maneirismo? Quem veio, de súbito, arredar as mulheres e substituí-las pelo pífio “senhoras” e o entediante “esposas”?

Por mim, tenho o maior orgulho na grande Mulher que foi minha Mãe, na espantosa criatura que é a minha Mulher. E não contem comigo para perguntar onde fica a casa de banho dos “cavalheiros”. Homem chama-se homem, Mulher chama-se mulher – deixem-se de parvoíces bacocas. Mesmo os senhores ministros na televisão.

A IMAGEM de cima é por demais conhecida. A de baixo é de uma colecção, enviada por JMF, onde se podem ver inúmeras piratices feitas com (ou contra...) bêbados.

USA... e abusa


UMA CURIOSA situação que dura há mais de 3 anos. Vale a pena ler a notícia toda.

Um "cartoon" cinco estrelas!

(«DN» de hoje)

Em Albufeira...

MUITOS autarcas ainda não meteram nas suas cabeçorras duras que uma terra, para atrair pessoas, tem de ser minimamente ordenada.
Em Lisboa, p.ex., a bandalheira, o desordenamento, o lixo, a poluição, a mendicidade profissional e o caos no trânsito podem ser mais prejudiciais para o turismo do que o nascimento do aeroporto da Ota (com a consequente desactivação da Portela).

(Foto env. por JMFigueiredo)

29.5.06

«Debe ser de Lisboua!»

Devia achar que era uma boa fuga ao trânsito... e nem estranhou não haver qualquer outro carro!
PARA QUEM NÃO CONHECE: ESTE CARRO VAI NA LINHA DO METRO, DIRECÇÃO V. N. GAIA - PORTO, CUJO ÚNICO CAMINHO É ENTRAR NO TÚNEL DO METRO.
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Texto (excepto título...) e imagem enviados por JMFigueiredo
(Oferta do autor)

D. Quixote



ENCONTREI esta imagem quando procurava uma para ilustrar o (aparente?) quixotismo dos deputados referidos no post anterior.
Pela sua engenhosidade, pareceu-me que merecia um lugar à parte.

Conta... dores


EM RELAÇÃO a este momentoso assunto, aqui ficam algumas dicas:

1 - Imagine-se que alguém vai a uma bomba de gasolina e lhe apresentam, na conta, uma parcela intitulada «Taxa do contador de combustível».

O certo é que a ideia só nos parece disparatada porque imaginamos essa verba discriminada - pois, na REALIDADE, o preço do contador da bomba já está incluído no preço da gasolina.

2 - Anote-se a revolta do incontornável Fernando Ruas, que já veio protestar contra essa perda de receita dos municípios, argumentando que «não custa fazer flores com o dinheiro dos outros» - no que não deixa de ter razão. Mas não perdemos pela demora! Se, por acaso, "a coisa" for para a frente, "eles" saberão compensar-se nos próximos aumentos.

Nisso, fazem lembrar a cena em que D. Quixote intervém para pôr termo à tareia que um miúdo estava a levar. Assim que o bravo cavaleiro virou costas, o garoto levou-as em dobro.

Curiosidade lusitana

OS PORTUGUESES não só precisam de ser protegidos uns dos outros como também têm de ser protegidos de si mesmos.

Só assim se compreende que alguém seja multado por não colocar o cinto-de-segurança ou por ir para a água quando a bandeira vermelha está hasteada na praia.

Fazem lembrar a anedota do instrutor de pára-quedismo:

«Atenção, malandragem! Quem não abrir o pára-quedas será castigado com a perda do fim-de-semana!»

Azarado

DEVO ter muito azar, pois dos autarcas cuja obra conheço de perto (Lisboa-cidade e Algarve) não se aproveita nenhum.
Todos eles - mas todos, sem excepção - estão (ou parecem estar) completamente de cócoras face aos automóveis e ao betão, no que podem bem limpar as mãos à parede.

A simetria...

Se necessário, clicar na imagem para ampliar
(Env. por JMFigueiredo)

Perguntas

DANTES, perguntava-se: «Tem telemóvel?». Hoje, pergunta-se: «Qual é o número do seu telemóvel?»
Quanto ao correio electrónico, passa-se uma coisa curiosa:
Se estamos a falar com um jovem, perguntamos: «Qual o seu endereço de e-mail?».
Se estamos a falar com uma pessoa de meia-idade, perguntamos: «Tem e-mail?».
Se estamos a falar com uma pessoa entradota, a boa educação manda que não se lhe pergunte nada que tenha a ver com internetes, pois muitas nem sabem do que é que se está falar, e outras dizem que «essas coisas são lá com os netos»...
Mas há ainda uma variante curiosa:
Se uma pessoa de meia-idade diz que tem e-mail, poderá valer a pena perguntar-lhe: «E costuma ir vê-lo?»
É que eu conheço MUITA gente dessa - a quem escrevo, e a quem depois preciso de telefonar ou enviar uma SMS... a pedir que vá ver o correio!

Governação "boca"- a -"boca"

UM DIA destes, um cavalheiro ligado ao Governo (mas cujo nome e funções não retive - alguém me ajuda?) declarou em público, como quem não quer a coisa, que o 14º mês dos reformados pode estar em risco - a bem das finanças públicas (evidentemente) e do seu próprio ordenado (já agora).
A notícia dessa «boca», pela sua origem e brutalidade, não passou despercebida aos órgãos de comuncação social e, logicamente, fez muita gente dar pinotes.
Claro que quem a proferiu já foi devidamente desmentido por José Sócrates, mas não consta que tenha sido posto a mexer.
Esse facto leva-nos a matutar se não estará em causa a famosa esperteza-saloia do Chico que começava por dizer: «Houve uma grande desgraça! Na tua terra morreram todos!».
E, pouco depois: «Anima-te, homem, foram só os teus pais!».

Esta malta não descansa!

A RAPAZIADA do Google não pára: a sua caixa de pesquisas pode funcionar como máquina de calcular...
-
(Informação de Pedro Ribeiro, que se deparou com isto quando procurava informação sobre a expressão «setenta vezes sete»...)

A chicana chique

NOS TEMPOS do governo PSD/CDS ouvimos Guilherme Silva explicar, e mais do que uma vez, que se opunha a que certas pessoas fossem ouvidas no Parlamento porque recusava «a chicana política».

Na semana passada, foi a vez de Nuno Melo, do CDS-PP, enumerar uma série de casos recentes em que o PS fez exactamente o mesmo; em resposta (tanto quanto me lembro do que ouvi na rádio) José Sócrates recorreu à mesma bizarra expressão.

Fiquei a matutar que esses zigue-zagues (que levam essa gente a defender uma coisa no Governo e o seu contrário na Oposição) é que bem podiam ser apelidados de «gincana política»...
-
Publicado no «metro» de 31 Mai o6

8 medidas e...


EM RELAÇÃO às farmácias, destacam-se as seguintes medidas do Governo, cujo detalhe tem sido bem referido na C. Social:
1-Liberalização da propriedade
2-Mais 300 farmácias
3-Medicamentos à venda nos hospitais
4-Horário alargado
5-Compras na Internet
6-Remédios à dose
7-Descontos nos preços
8-Fim da taxa moderadora das receitas urgentes
Percebo perfeitamente que a Ordem dos Farmacêuticos se tenha mostrado perplexa (que é uma forma muito fina - agora muito na moda - de se dizer que não se apreciou...).
Percebo, também, que o CDS/PP diga que espera para ver.
Já não percebo muito bem a contestação do PCP e do BE - mas prometo que vou continuar a tentar.

Sem palavras

(Env. por JMFigueiredo)

Petição - Porque não assino

A CERTA altura, diz-se, no texto da Petição: «Ignorando que “a matemática e as ciências não formam cidadãos”».
Não será mais correcto (e bastante menos pedante...) dizer-se que «a Matemática e as Ciências NÃO SÃO SUFICIENTES para formar cidadãos»?
Se, como parece, é esse o espírito que está por detrás desta petição... então passem muito bem!

PMA

Por mim, esteja à vontade...



NA «SÁBADO», Pacheco Pereira, já farto de futebol até à ponta dos cabelos, sugeriu:
«Ah! minha bela Futebolândia! Segue o exemplo do Montenegro e torna-te independente. Leva a televisão, a rádio e os jornais... Já tens bandeira e hino e a UE dar-te-á seguramente guarida. Deixa o silêncio por cá. Vá, rápido!»
Quanto à Madeira, não direi tanto.
Mas, se fosse possível uma «independência temporária» - que durasse só enquanto nela governassem Jardim, Jaime Ramos, etc.-, não só votava a favor como aplaudia de pé!

28.5.06

Curiosidade inofensiva

Para fazer o teste:
(Sugerido por C.)

Resposta à pergunta-de-algibeira do "post" anterior

DE FACTO, e como diz JC no «Comentário-1» do post anterior, a solução é uma espiral múltipla - teoricamente, não há limites para o seu "grau de multiplicidade", não precisa de ser dupla.
Nesta imagem, vê-se uma escadaria do Castelo de Chambord, projectada por Leonardo. Quem sobe, pode não se cruzar com quem desce.
As escadas-de-caracol usadas nas chaminés e nos depósitos de combustível também são, muitas vezes, duplas.

27.5.06

Pergunta-de-algibeira


CONSIDERE-SE um parafuso (ou, melhor, um varão roscado) e imagine-se que, em cada extremo, há uma formiga.
A certa altura, elas começam a mover-se ao longo das cavas das espiras, em direcção ao extremo oposto.
Em princípio, elas acabam por chocar algures a meio do caminho, não conseguindo chegar ao fim.
Pergunta-se: será assim de certeza?
NOTA: Trata-se apenas de um problema geométrico.

«Só...»

TEMOS a mania de dizer: «Que vergonha! Isto só em Portugal!».
No entanto, é fácil encontrar, um pouco por todo o mundo, situações em que exclamação se repete, só mudando o nome do país.
Esta imagem, enviada por C., é de Itália.

Esta dá que pensar

NOS TEMPOS em que, nas escolas, os putos levavam porrada de criar bicho, era frequente os pais pedirem aos professores que não tivessem pena do garoto e lhe dessem tantas reguadas quantas fossem necessárias. Enfim... era a forma que eles tinham de exigir que os putos aprendessem o mais possível...
Anos depois, caiu-se no extremo oposto: um bom professor e uma boa escola são os que deixam passar os putos, independentemente de saberem ou não.
Ora, dado que ainda estamos nesta fase, é de desconfiar desta proposta tão democrática de pôr os pais a avaliar os professores.

Estátuas bizarras



(Env. por C.)

26.5.06

Para ouvir Nuno Rogeiro

QUEM, como eu, gosta de ouvir as crónicas de Nuno Rogeiro e não o pode fazer de manhã, tem, em geral, a possibilidade de recorrer ao RCP-online.

No entanto, tem de estar preparado para tropeçar em alguns escolhos:

1º - A opção que primeiro lhe aparece não funciona:


2º - Mais abaixo, pode tentar novamente:

3º - Neste exemplo, apanha com uma surpresa:
Apesar de a legenda dizer que está a ouvir a crónica de ontem, é-lhe servida a do dia 18:

Comentário: são demasiado frequentes, infelizmente, as páginas feitas com os pés, numa demonstração de profissionalismo xungoso que, aparentemente, parte do princípio de que, para quem é, bacalhau basta.