31.10.05

Os «maluquinhos-das-dúzias» - pergunta de algibeira

MESMO em países onde o sistema decimal está bem implantado, há certas grandezas que continuam a resistir-lhe:

A possibilidade de as pessoas aceitarem a hora centesimal (com 100 minutos, tendo cada um deles 100 segundos) parece remota, e também o uso dos grados, como unidade para a medida de ângulos (100 grados correspondem a 90 graus), não parece ter grande futuro.

Mas há um caso verdadeiramente curioso: trata-se da «dúzia». (Vi, na RFA, venderem-se ovos em conjuntos de 10 e de 100, mas isso foi a excepção que confirma a regra).

Porque será, então, que a «dúzia» continua a ter uma vida tão longa quando, à primeira vista, não tem qualquer vantagem prática sobre «o seu vizinho 10»? Ou será que tem?

(A resposta está dada no post de 1 Nov 05 «Grunhos e/ou analfabetos?»).

Imagem: www.juliaodoovo.com.br/duzia_c.jpg

Está aí o «DUA»!

AÍ TEMOS, finalmente, o «DUA» («Documento Único Automóvel») - e ainda bem!

Esperemos, pois, que passem à história rábulas como esta (que descrevi em de Março de 2002, na «BIT»):

(...) Há dias, tive de ir tratar da mudança do registo de propriedade do meu carro. Descobri onde era a Repartição (nem me passou pela cabeça que o assunto se pudesse resolver pela Internet), e pude conviver com muitas pessoas que, durante umas horas, deixaram de trabalhar para irem tratar de assuntos iguais ou parecidos com o meu.

Enquanto esperava, tive oportunidade de apreciar as montanhas de papéis que por ali havia, os carimbos manipulados agilmente, as fichas e os recibos escritos à mão...

(...) Quando, finalmente, fui atendido, deram-me um papel provisório e informaram-me de que deveria lá voltar 3 semanas depois!

(...) Mas eu sou optimista, pelo que pus em prática o que já levava preparado: puxei de um envelope e de um selo e pedi para me enviarem o documento para casa, como se faz com o IRS, com a carta de condução e até com coisas mais sérias como convocatórias de tribunais.

O senhor que me atendia olhou-me, boquiaberto: «Não! Não! Não estamos autorizados!».

E é assim que vamos convivendo com o nosso atraso - informático e não só. Neste caso dos automóveis, o conservadorismo até estava anunciado na tabuleta da porta: «CONSERVATÓRIA».

NOTA: A história ainda prosseguiu, pois, quando lá voltei para levantar o documento, passava um pouco das 16h e estava tudo fechado...

(Imagem env. por JAM)

A bem da cultura e do desporto...

HOJE, bati com o nariz na porta quando, a meio da tarde (como costumo fazer), me dirigi à Biblioteca Municipal.
Suponho que o pessoal fez "ponte", mas também não tenho a certeza, pois ninguém se dignou avisar o "estimável público" nem sequer meteram um papelinho na porta.

Lembrei-me então de retomar um velho hábito: ir dar um mergulho na piscina aquecida do Areeiro, aqui a dois-passos.

Mas foi impossível, pois, segundo as directivas oficiais (DL 385/99 de 28 Setembro), é obrigatório:

Teste (de quê?)
Declaração médica
Fotocópia do B. I.
Duas fotografias


Ah! E o pior de tudo: UMA TOUCA!

Desisti - faço tudo o que quiserem, mas uma touca larilas é que não ponho!

Os astros em 4, 5 e 7 Novembro

ATENÇÃO a dois posts de Nuno Crato aqui publicados no início de Outubro - referem-se a fenómenos que podem ser vistos no céu nos próximos dias 4, 5 e 7.

Vai já para os «Favoritos»!

«As primeiras páginas dos jornais de hoje em todo o mundo:
Cada bolinha laranja refere-se a jornais de cidades daquele estado ou país.
Quando se coloca o cursor sobre a bolinha desejada, aparece ao lado a 1ª página dos jornais e, clicando nela, tem-se acesso à página em tamanho maior».
Obtém-se o mesmo fazendo duplo-clique nas bolinhas.


NOTA1: Aparentemente (pelo que se vê nesta imagem), Portugal não figura. Mas figura, sim senhor (e com o «JN» e com o «Público»)! Simplesmente, é necessário clicar no cursor < .
NOTA2: Não é só às 1ªs páginas que se tem acesso; por cima delas aparece, em geral, o link para o site do jornal na internet.
(Inf. enviada por Bernardo Moura)

Um problema «nuclear»...

NOS EUA vai uma grande agitação porque Valerie Plame, uma agente da CIA, viu a sua identidade tornada pública.
Tratou-se, ao que tudo indica, de uma retaliação pelo facto de o marido, enviado pela CIA ao Níger em Fevereiro de 2002 em busca de provas de que o país tinha vendido urânio a Saddam, ter verificado que a alegação era falsa (*).

O problema é que o senhor foi procurar as provas no sítio errado!
Pelo menos, já há algum tempo que Freitas do Amaral nos informou que houve um país que vendeu, de facto, urânio ao «carniceiro de Bagdad» - mas não foi o Níger.


E aqui fica uma adivinha: «Quem foi?»

Uma dica: o nome começa por P... - Não, não foi o PANAMÁ...

Outra dica: o nome começa por PO... - Não, não foi a POLÓNIA...

Ainda mais outra dica: o nome começa por PORT... - Não, não foi PORTO RICO...


A última dica de todas!: o nome acaba em GAL... - Não, não foi o SENEGAL...

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(*) Ver resumo em
http://dn.sapo.pt/2005/10/29/internacional/o_caso_esta_a_abalar_washington.html

e em detalhe em

http://dn.sapo.pt/2005/10/29/internacional/plamegate_a_primeira_vitima_casa_bra.html

Ponto-de-vista...

(Env. por JESCA)

30.10.05

A profissão

VAI POR AÍ uma grande discussão sobre um assunto que, à primeira vista, «não interessaria nem ao Menino Jesus»:

Trata-se de decidir (imagine-se!) se Cavaco Silva é - ou não - um político profissional.

O visado diz que não - sem parecer interessado em voltar a falar no assunto; mas Mário Soares e o PS garantem que sim - e acham que o caso é do maior interesse para o país.

Depois de consultar um dicionário (que me diz que «profissional é uma pessoa que é regularmente remunerada pelo trabalho que executa»), resolvi tentar colocar-me na pele do visado para arrumar ideias:

Eu acabei o meu curso no IST em 1970 e, a partir daí, passei a responder «engenheiro» quando me perguntavam qual era a minha profissão.
E se, por hipótese, eu tivesse sido deputado durante algum tempo, mesmo nessa altura continuaria a responder o mesmo; e também se, após uma dúzia de anos, regressasse à empresa onde havia trabalhado trazendo no bolso uma reforma de deputado, não seria por causa desta que eu passaria a ser um "político profissional". «Obviamente» - acrescentarei, se não se importam...

Da mesma forma, imagino que a profissão de Cavaco seja «economista» (ou «professor de Economia», ou coisa semelhante), profissão essa que não deixou de ter pelo facto de, durante alguns anos, ter sido Primeiro-Ministro.

Mas, no essencial, o caso volta a mostrar a obsessão de Mário Soares e do PS em atacar Cavaco tomando-o como ponto de referência, caminho esse que Alegre também começou por percorrer mas que parece ter abandonado recentemente.

Como diz um amigo meu: «Se fez bem ou mal, não sei - veja-se pelos resultados»...

Júlio Verne e a fuga-ao-fisco

QUAL a relação existente entre as «VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS» e os trampolineiros que gozam com os contribuintes portugueses fugindo impunemente ao fisco?

A resposta é: O NÚMERO VINTE MIL...

... pois, enquanto deitamos foguetes porque a Segurança Social recuperou 173 milhões de euros (e se poupou mais ou menos o mesmo em pensões que o Estado se comprometera a dar aos ex-combatentes e que afinal já não dará...), esquecemo-nos que a fuga ao fisco (segundo números oficiais do início deste ano) anda pela bonita soma de VINTE MIL... MILHÕES.

NOTA: Porventura, alguns leitores, ao verem a capa deste romance, pensavam que se ia aqui fazer demagogia à conta das centenas de milhões que o Estado vai gastar na compra dos dois novos submarinos - numa altura em que até aos reformados são pedidos sacrifícios a bem da Pátria empobrecida.
Mas não; isso são "trocos", pelo que seria demagogia "barata".

«A Armadilha do Segredo Bancário» (*)

J.L. Saldanha Sanches

“O objectivo principal do combate à fraude fiscal tem de ser remover os obstáculos que a economia paralela (lembram-se do Relatório Mckynsey?) constitui para o funcionamento da economia portuguesa”.

A POSSIBILIDADE da banca negar à Administração fiscal o acesso aos dados referentes aos seus clientes já deveria ter terminado há anos: e deveria ter sido acompanhada de uma amnistia para todos os ilícitos fiscais anteriores. Como há muito defendemos.

O acesso da Administração às contas bancárias e a criação de penas de prisão para os ilícitos fiscais - como sucede em quase todos os países da OCDE – serve apenas para tornar mais fácil a detecção da fraude fiscal.

(Texto integral em «Comentário-1»)

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(*) Crónica publicada no «Expresso» de 29 Out 05 e aqui transcrita com autorização do autor.

Etiquetas:

Título para este "post", precisa-se (*)

VALE a pena ler na íntegra a notícia do Correio da Manhã de hoje (ver link ou em «Comentário-1»):

«Durante a assembleia-geral do Vitória de Setúbal (...), Chumbita Nunes, presidente do clube, foi bombardeado com todo o tipo de questões por parte dos sócios e Imprensa, tendo confirmado que tem, ao contrário dos atletas do clube, o seu vencimento de seis mil euros em dia (...) recebe mais dois mil em ajudas de custos (...)»

Atente-se também nesta parte da notícia:

«Durante a AG, os jornalistas foram o alvo preferencial dos sócios. Antes de terminar, e para evitar maior confusão, funcionários do clube levaram os jornalistas para os camarins. O espaço era tão exíguo que alguns optaram pelas escadas».

Já na 3ª feira passada pudemos ver, na TV, alguns sócios a chamar "chulos" aos jogadores que exigiam o pagamento dos salários em atraso...

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(*) Que tal «Vergonha!» ou «Falta de vergonha!»?

29.10.05

Um pouco de ar fresco...

MANUELA MAGNO, pré-candidata a Presidente da República, tem agora um blogue (http://manuelamagno.blogspot.com/) onde os comentários dos leitores são aceites e bem-vindos.

Tanto quanto se sabe, ainda nenhum dos cinco-candidatos-de-que-tanto-se-fala entregou as 7500 assinaturas necessárias para que sejam considerados verdadeiros candidatos.

Nesse aspecto, talvez até esta senhora esteja em melhor situação do que eles, pois iniciou a recolha de assinaturas há já bastante tempo (quando outros ainda andavam a dizer que não ou que nim...).

Já agora, registe-se:

«... Jorge Sampaio (...), por duas vezes, recusou-se a recebê-la em audiência.
O 1º pedido ocorreu em 2004, pouco depois de ter anunciado a candidatura. Pretendia ser esclarecida sobre a interpretação dos diplomas que regulam o enquadramento jurídico-constitucional da eleição do Presidente da República. A resposta, negativa, não tardou.

Em 18 de Março de 2005, a professora voltou a escrever a Sampaio, solicitando-lhe que a recebesse, porque lhe queria dar conta de que deparou «com procedimentos que muito dificultam uma candidatura independente». De novo a resposta foi negativa.

Ambas as cartas foram assinadas pelo Chefe da Casa Civil da Presidência da República».

Talvez lhe sirva de consolo pensar que Mariana Alcoforado escreveu cinco cartas, não recebeu resposta a nenhuma e, passados tantos anos, ainda hoje é famosa em todo o mundo.

Quero dizer com isso que, se Jorge Sampaio se dignou responder-lhe (e até por duas vezes! - embora por intermédio de outra pessoa), isso já é muito bom sinal!

Precariedade...

O leitor e amigo João Oliveira pegou na frase «Com a crise e a inflação, até os PREÇÁRIOS perdem a cedilha...» (aqui afixada há dias) e resolveu ilustrá-la.

A CML e o "preço certo" da cultura

DURANTE muito tempo, fui um utilizador da Biblioteca das Galveias, em Lisboa. Mas comecei a embirrar com uma particularidade:

Na sala de leitura dos jornais havia (e se calhar ainda lá há) um telefone, daqueles com campainha estridente...

Quando tocava (o que sucedia com frequência), alguma funcionária de serviço lá vinha atendê-lo, e ali ficava a conversar em voz alta, perturbando, impassível, o sossego de toda a gente.

Nunca vi ninguém reclamar nem, sequer, lançar um olhar de censura que acompanhasse o meu!

Resolvi, então, mudar-me para a Biblioteca do meu bairo, onde não é preciso telefone para incomodar quem lê: as próprias funcionárias encarregam-se de conversar entre si em voz suficientemente alta. Fartei-me, e estou a pensar em procurar outro poiso, especialmente porque...

... uma das vantagens que esta biblioteca tinha era a possibilidade de tirar fotocópias A4 por 5 cêntimos. Ora esta semana entrou em vigor um novo "tarifário":

«Passou para 16 cêntimos, que é o preço real» - informaram-me, mostrando-me uma tabela feita para utilizadores-pagadores.

Felizmente, descobri ali perto um quioque de jornais, onde uma velhinha faz o mesmo por 10.
Assim, só preciso de convencer as funcionárias da biblioteca a emprestarem-me os jornais durante um ou dois minutos...
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Imagem: www.oxcis.ac.uk/newbuild/Kuwait%20Library.jpg

Uma velha adivinha - para não ser só política...

UMA VEZ, um negro surdo-mudo seguia a pé, pelo meio de uma rua sem trânsito, e onde tinha havido uma falha de electricidade. Todas as luzes (quer dos candeeiros, quer das casas, quer das montras) estavam apagadas.

O homem ia totalmente vestido de preto, com óculos escuros, as mãos no bolsos e com a boca fechada.

Não tinha qualquer meio de se iluminar: nem fósforos, nem isqueiro, e nem sequer ia a fumar. Apenas trazia consigo uma lanterna... mas cuja pilha tinha acabado de se gastar!

A certa altura, vem direito a ele um carro em alta velocidade com todas as luzes dos faróis fundidas.

No entanto, quando tudo levaria a crer que o homem seria atropelado, o carro contornou-o, com uma guinada brusca.

Como foi isso possível?

NOTA: A resposta certa já está dada em «Comentário-3»
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(Imagem env. por JAM)

Os colabor(r)adores

QUANDO, numa loja ou num restaurante, alguém se depara com uma cola de uma marca desconhecida, em geral pensa na Coca-Cola e tenta compará-la com ela.
Esta, por sua vez, ao ser tomada como "padrão", vê-se "colocada num pedestal" mesmo que não tenha sido essa a vontade dos consumidores.

Ora não é exactamente isso o que estão a fazer os candidatos de esquerda (e seus apoiantes) ao tomarem Cavaco Silva como tema (quase) único para os seus discursos, textos e argumentos?

Bem... mas talvez procedam assim... "para ver se cola"...

NOTA: Da mesma forma que não passa pela cabeça da Coca-Cola dizer mal das outras colas (e repare-se que como ela é reconhecida mesmo sem rótulo!), Cavaco também não se refere - sequer... - aos seus concorrentes. Por essas e por outras, é que se vê que o homem aprendeu mais (sozinho) em 10 anos do que os outros (todos juntos) em 30.
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Imagens: www.sodapopreview.com/Images/Colas/Jolt%20Cola%20.png

www.sodapopreview.com/Images/Colas/Coca%20Cola%20(France).png

28.10.05

«Esquerda! Onde estás, que não te oiço?»

TENHO imensa estima pelo Prof. Medeiros Ferreira e, de vez em quando, lá vou eu ao seu Blogue «Bicho Carpinteiro» deixar uns «bocas» ou uns «Comentários».

Mas, ultimamente, tenho lá ido muito menos, pois, apesar de ser um blogue que apoia Mário Soares, pouco ou nada se lê sobre este - a verdadeira obsessão é Cavaco Silva, Cavaco Silva, Cavaco Silva!

Ora sucedeu que, perante a sondagem de ontem que dava cerca de 30% ao total da esquerda, Medeiros Ferreira disse o mesmo que se podia ler hoje no seu blogue (post das 11h34m):

«A ESQUERDA QUE SE ESCONDE DAS SONDAGENS
A série de sondagens, paineis e barómetros que se ocupam das próximas presidenciais, mostram um grande avanço de Cavaco Silva sobre os 4 candidatos de esquerda. Estes somados pouco ultrapassariam os 30% das intenções de voto.
Deduzo que há muito voto à esquerda que se esconde das sondagens. O importante para a avaliação da saúde da opinião pública em Portugal é entender porque essa intenção de voto mais à esquerda está a passar à clandestinidade».

Ora esta imagem pretende dar uma sugestão - talvez com um aparelho destes os líderes da esquerda-que-temos percebam o óbvio:

Que pouca malta se revê nos quatro candidatos que lhe meteram à frente: não os apreciam - nem pelo que fazem, nem pelo que dizem, nem pelo que representam, nem...

Compreendo que já não haja tempo para arranjar melhores, mas - francamente! - será assim tão difícil perceberem o que se está a passar?!

(Imagem env. por JAM)

O estranho LIGER...

muita gente ouviu dizer, por brincadeira, que camurça é a pele de um animal resultante do cruzamento de um camelo com uma ursa - e a grafia correcta seria, então, camursa.
E foi nisso que pensei quando ouvi dizer que este felino gigantesco se chamava liger (nome derivado de lion e tiger).
Em «Comentário-1» está um texto explicativo, e podem ver-se mais imagens deste monstro em:
www.snopes.com/photos/animals/liger.asp

NOTA: É sempre de desconfiar deste género de "imagens espantosas", pois muitas vezes são manipulações digitais ou animais empalhados em poses encenadas.
No entanto, pelo que consegui apurar, este animal é mesmo real.

(Imagem e «Comentário-1» enviado por JAM)

«Pergunta-de-algibeira»


SEGUNDO dizem as estatísticas, a maior parte dos furos de pneus, quando provocados por pregos ou objectos semelhantes, afecta a roda traseira do lado direito.
Na realidade, já pude comprovar (e por várias vezes) esse facto.

Porque será que é assim?

NOTA - a explicação pode dividir-se em duas partes: primeiro, explica-se porque é que os pneus do lado direito têm maior propensão a ter furos do que os outros; depois, há uma explicação para o facto de o de trás ser mais atingido do que o da frente.

A resposta (tal como ma venderam) está em «Comentário».


Imagem: link para http://images.art.com/images/-/Ernest-Montaut/Le-Pneu-Michelin-Limited-C10123639.jpeg

Ainda sobram sobreiros...

LÊ-SE no «DN»:

«Aparentemente, a única salvação do futebol profissional do Vitória (...) passa pela cedência dos direitos superfície dos terrenos (...). Um negócio imobiliário, que remonta a 1999/2000 e que passava pela edificação de um novo estádio no Vale da Rosa financiado pelos promotores do projecto imobiliário no Bonfim. (...)
Só que o negócio emperrou em vários obstáculos.
A começar pela legislação ambiental que protege os sobreiros existentes no Vale da Rosa, onde só será permitido construir no dia em que for alterado o plano de pormenor do Plano Director Municipal de Setúbal.
O que está longe de estar garantido. Há uns anos, José Sócrates e Capoulas Santos (responsáveis pelo Ambiente e pela Agricultura no último Governo de António Guterres) ainda se predispuseram a ajudar.
Mas na altura, a Câmara de Setúbal, que detém 40% da SAD (os outros 60% pertencem ao clube), era liderada pelo socialista Mata Cáceres, um conhecido adepto do Vitória. (...)» .

Com mais ou menos árvore, o certo é que o pessoal da bola se recusa a ir à raiz do problema...
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(Imagem colocada com link para: www.isa.utl.pt/def/gemf/CREOAK/imagens/2sobreiro270_participants.jpg)

As nossas monjas...

ESTA imagem ilustra a 11ª história do «DECÂMERON», de Boccaccio (1313-1375), intitulada «O Serralho do Mudo».
Adiante se explica porque é que aqui veio parar...


COMO se sabe, houve grande e justificada algazarra quando, pouco depois de tomar posse, Sócrates resolveu dar o dito por não dito na questão da carga fiscal.

Mas não há dúvida que, nestas coisas, o mais difícil é começar:

Vêm aí novos e maiores impostos; o IRS dos pensionistas vai subir; o referendo sobre o aborto pode não vir a ser feito (*); os estudos de viabilidade económica da Ota (solenemente prometidos para Outubro) só aparecerão, na melhor das hipóteses, em Novembro.... e o mais que se verá nos próximos tempos.

E é aqui que entra o conto de Boccaccio:

Trata-se de uma saborosa história de um rapaz que finge de surdo-mudo para trabalhar num mosteiro onde ele sabe que há oito monjas e uma abadessa com certas necessidades a que ele se propõe prover...

Depois de algumas peripécias (não muitas...) é bem sucedido embora, a partir de certa altura, comece a ter grandes dificuldades em dar conta do recado.

A imagem ilustra a primeira abordagem que elas fazem ao espertalhão. Ele finge dormir, uma das monjas explica o seu projecto a outra, e esta reage:

- Deus meu! Que dizes? Esqueces-te que prometemos...!

- Não. Mas quantos outros votos fazemos nós todos os dias sem cumprir um só que seja?

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(*) Ver, a este propósito, a "Correcção" feita em «Comentário-2»

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Imagem colocada com link para:
www.polygraphicum.de/scan/BOCCACCIO%20Decamerone%20T2%20N3%20Gravelot-Le%20Mire%201755-2.jpg

Armados em...

TEM SIDO REFERIDO, neste blogue, o facto de várias votações (em referendos e eleições) acabarem por ser usadas para aprovar ou reprovar coisas completamente diferentes daquelas que estão em jogo.

Mas isso sucede um pouco por todo o mundo...

Agora, no Brasil, aconteceu uma dessas reacções:

Houve um referendo para limitar a venda de armas.
Era essa a pretensão do Governo e, até há algum tempo, a esmagadora maioria das pessoas concordava com ela.

No entanto, sucedeu que a votação desta semana teve um resultado diametralmente oposto!

Um comentador brasileiro explicou que, entre outros motivos, as pessoas votaram também contra o Governo por causa dos casos de corrupção que o têm abalado!

Na imagem vê-se um cidadão brasileiro que recusa terminantemente entregar as suas armas.
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Imagem colocada por link para o endereço http://anomalias.weblog.com.pt/arquivo/armastruicao.jpg

Problemas com colocação de imagens no blogue

ESTA manhã, não estou a conseguir fazer o upload de imagens que tenho no computador; só as que já estejam algures na Web, indicando o respectivo endereço. Alguém sabe o que se passa?

27.10.05

O problema dos ovos crus

TODA A GENTE SABE que temperaturas elevadas ajudam a resolver muitos problemas sanitários provocados por bactérias, micróbios, etc.
Compreende-se, pois (pelo menos parece...) , que seja mais garantido comer ovos cozinhados do que ovos crus, pelo que, ainda esta semana, houve uma recomendação oficial nesse sentido.

Como não podia deixar de ser, já hoje se lia nos jornais que os produtores portugueses de ovos contestam essa recomendação, como se eles fossem entidades com competências sanitárias!

(Env. por JAM)

E esta?!

COMO se referiu em post anterior (a propósito de uma suposta paisagem birmanesa reflectida num lago), circulam na internet muitas imagens manipuladas digitalmente - mas com tal mestria que dão que pensar!

Seja este o caso ou não, o certo é que está "muito bem apanhada"!

(Env. por V. Coelho)

BEM PREGA FREI SÓCRATES (*)


NO MOMENTO em que eliminam vários direitos adquiridos, em nome da sustentabilidade das contas do país e da equidade de direitos no funcionalismo público, José Sócrates e o PS alargam até 2009 o generoso regime de privilégios de autarcas e deputados.

Pior: fazem-no à socapa, com enganosos artifícios por baixo da mesa, e tentando passar a ideia de que estão a fazer o contrário, a moralizar o alargado esquema de regalias da classe política.
Atente-se nos passos desta artimanha processual e política. (...)

(Ver texto integral em «Comentário-1»)
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(*) Crónica publicada no Expresso-online, e aqui transcrita com autorização do autor

«Alegre ultrapassa Soares»

Pesadelos

ENTRE muitos pesadelos que já vivi (passados na Segurança Social, em repartições de Finanças, nos CTT, em esquadras, em conservatórias, em hospitais, no IEFP, etc. etc), escolhi referir este - que ontem mesmo tive de suportar.


(Cartoon de Bandeira, no «DN»)

As instalações da Segurança Social, no Areeiro (em Lisboa), abrem às 8h 30m; pois anteontem, a partir das 11h30m já não davam senhas, dado que as pessoas que as tinham entretanto obtido eram suficientes para ocupar todo o pessoal de serviço até ao fecho - muito para lá das 16h30m!

Regressei ontem. Com 110 pessoas à minha frente, tive de esperar 2h 20m SÓ PARA ENTREGAR um documento - quando fui atendido, apenas havia 3 funcionários nas 8 mesas.

À mistura, pequenas coisas ajudam ao pesadelo:

As casas de banho (de homens e de senhoras) estavam avariadas - felizmente, atravessando uma porta que diz "acesso proibido", pude ir a uma outra, do pessoal.

As máquinas de café e de águas só têm instruções em espanhol (em tempos, até os preços eram em PESETAS!).

Quando a porta de saída fecha, às 16h30m, as pessoas batem com o nariz no vidro e procuram, em vão, um punho ou um sensor que a faça abrir. Nada. Não há um pequeno letreiro, sequer, a dizer por onde sair - apenas um funcionário que, de longe, vai dizendo: «É por aqui! É por aqui!».

Um cartaz que nos informa dos locais dos outros "serviços de atendimento aos cidadãos" está numa parede no meio das cadeiras-de-espera, e só se lhe consegue chegar incomodando uma dezena de pacientes "utentes".

Há um balcão com uma fila só para impressos.
Para fugir a ela, já eu tinha tentado ir à INCM - mas não os têm nem sequer sabem do que se trata.

Quem quiser ser atendido em menos tempo, poderá fazê-lo levando uma criancinha ao colo (há lá inúmeras!!) ou pondo uma almofada na barriga a simular gravidez. Estranho até que ainda não haja gente à porta a alugá-las:

«Criancinhas! Há criancinhas!», «Almofadas! Olha as almofadinhas!»

Quanto ao uso da Internet (para obtenção de documentos, seu preenchimento e entrega)... remeto-vos para o "cartoon" de Bandeira que aqui se vê, publicado no «DN».

Curiosidade: Um dia, enviei para lá um e-mail (para o endereço indicado na Web), pedindo uma informação simples. Ao fim de DOIS MESES tive de enviar um outro, a pedir resposta ao primeiro...).

26.10.05

Nobel dos jogos

O PRÉMIO NOBEL da Economia foi este ano atribuído a dois investigadores da Teoria dos Jogos. A escolha recaiu sobre um economista norte-americano e um matemático israelo-norte-americano. Thomas Schelling, assim se chama o primeiro, é professor jubilado na Universidade de Maryland; e Robert Aumann, o segundo galardoado, é investigador na Universidade Hebraica de Jerusalém.

A Teoria dos Jogos inspira-se em disputas lúdicas formais, como a do xadrez ou do póquer, e procura encontrar estratégias óptimas tendo em conta conflitos de movimentos opostos.
Ao contrário de muitas outras áreas de estudo, que nascem pouco a pouco com uma soma de contribuições parcelares de muitos investigadores, foi criada quase de um golpe.
Resultou essencialmente do esforço deliberado de dois grandes vultos do século XX, o matemático John von Neumann e o economista Oskar Morgenstern. (...)

(Ver texto integral em «Comentário-1»)

MÍNIMOS?! Boa piada!

DIZEM-NOS que o governo decretou Serviços Mínimos para a Justiça.

Já que se deu a esse trabalho, então que decretasse "Serviços Máximos" (ou, pelo menos, "Médios"), pois "Mínimos" é o que temos há muitos anos...

(Na foto, vemos uma imagem da Justiça a ser movimentada.
Só não se percebe se é a subir de nível ou a baixar...

(Imagem: www.beeville.net/LadyJustice/index_Photos_Holland1.htm)

É conforme acorda...

«É preciso ter a coragem de expulsar o senhor Silva, que não seria ninguém sem o partido que o apoiou» (AJJ - Fev05)

Alberto João Jardim garante total apoio do PSD Madeira a Cavaco Silva, «o candidato que apresenta as melhores condições para Portugal encontrar novos caminhos». ( Sic, Out 05)

(Env. por F. Campos)

Seguindo as instruções...

(Este, ao menos, esforça-se...)


A MAIORIA das pessoas mais idosas que eu conheço (incluindo muitas com menos de 60 anos) não sabe sequer ligar um computador... nem tenciona aprender.
Mas a realidade é mesmo assim; não é só no nosso país, e vamos ter de viver com ela.

Imagino que essas pessoas, na Função Pública, sejam dezenas-de-milhar, pelo que espero bem que os nossos «governantes-chocadores-tecnológicos» estejam a ter isso em conta ao manterem-nas ao serviço até mais tarde - impedindo a entrada de gente mais jovem e actualizada...

(Imagem enviada por V. Coelho)

Sem palavras

(Env. por JAM)

Longe como o...

NÃO SEI qual a origem da expressão «Cascos-de-rolha», mas a equivalente «Cu de Judas» explica-se facilmente... pelo menos, na Ilha de S. Miguel.

(Env. por JAM. NOTA: a povoação existe mesmo)

NOVOTEL

CONTRARIAMENTE à imagem da página da DGV, não posso garantir que esta seja genuína.


No entanto, mesmo que seja uma brincadeira...

(Env. por Sandra Feliciano)

Rico(s) serviço(s)!

COMO se pode ver em www.dgv.pt/contactos/serv_desc_dr.asp (a imagem é desta manhã), a Direcção Geral de Viação tem uns estranhos serviços...

(Env. por Sandra Feliciano)

25.10.05

A semente errada

«NUMA escola do interior de França, uma professora nova querendo fazer algo diferente, lançou uma actividade de plantar uma semente num vaso em forma de palhaço para que, depois da planta crescida, as crianças pudessem levar os potes bonitinhos para casa e dar de presente no dia das mães.

Infelizmente foi escolhida a semente errada e o resultado não foi o esperado. Com isso, as mães ficaram sem presente algum. (...)

Não ria, parece brincadeira mas é um facto real e as criancinhas ficaram muito tristes».
--
(Enviado por um leitor devidamente identificado)

O que é feito do "futuro-tsunami"?

TODA A GENTE se lembra que, a seguir ao maremoto asiático de 26 de Dezembro de 2004, uma das perguntas recorrentes que por cá se faziam era «E se fosse em Portugal?».

À mistura, claro, falava-se do "nosso", e também do pânico que houve no Algarve, algum tempo antes, devido a um falso-alarme de "onda-gigante" - a que, por sinal, eu assisti.

Como se sabe, a resposta de quem-de-direito foi a habitual nestas circunstâncias:

«O assunto está a ser pensado e vai ser devidamente estudado» - e houve até quem esclarecesse «... mas primeiro vai ser preciso saber se se deve dizer tsunami ou maremoto».

Depois, e como também não podia deixar de ser, tudo caiu no esquecimento.

Resumindo e concluindo:

Não sei onde vão decorrer as comemorações oficiais dos 250 anos do terramoto de 1755, mas acho que ficavam muito bem no Terreiro do Paço - onde, decerto, poderíamos ver os distintos oradores... com um olho na assistência e outro no Tejo...
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(Este texto veio a ser publicado no «Público» e no «DN» em 28 Out 05)

O "porquê" de uma grande invenção

UMA colecção de 11 ingénuos "GIFs" animados explica a origem das cuecas masculinas.

Para a receber, basta enviar um e-mail para medina_ribeiro@netcabo.pt escrevendo em assunto a palavra INVENCAO.

(Env. por JAM)

Estranho estádio...

NESTE espantoso estádio japonês (coberto) a relva é trazida até cá fora... para apanhar-ar!

Para receber as restantes imagens dele (e ficar a perceber como funciona), basta enviar um e-mail para medina_ribeiro@netcabo.pt escrevendo em assunto a palavra ESTADIO.

(Env. por JAM)

A norma... é a bandalheira?

COMO SE SABE, nos teclados dos computadores há, em geral, dois sítios onde se podem digitar algarismos: numa fiada de cima e num bloco à direita; curioso é que o "0", no primeiro caso, fica a seguir ao "9" e no segundo fica perto do "1" e do "2".

Embora, no meu telefone, essa tecla do "0" fique noutro sítio ainda (perto da fiada "7-8-9"), imagino que haja uma norma qualquer para a disposição das teclas.

Qual será a do Multibanco?

Méééé....

EM «Comentário-1» está mais uma daqueles velhos «problemas de venda de ovelhas» que, de vez em quando, nos caem em cima para ficarmos com a cabeça em água...

(Imagem: www.caryandassociates.com/mkt/memos/img/pig.gif)

24.10.05

D. Afonso e os autarcas

COMO SE SABE, certos autarcas mais patuscos, a contas com a justiça por causa de umas pretensas irregularidades (passe o eufemismo...) argumentam que, como foram eleitos, estão inocentes.

É um pouco como se algum deles garantisse que o primeiro rei de Portugal foi D. Afonso... de Albuquerque e, uma vez eleito, concluísse:

«Vêem como eu tinha razão? O povo é soberano, elegeu-me, e isso prova que, como eu sempre disse, D. Afonso de Albuquerque foi o primeiro rei de Portugal!»

«O GRANDE PATO!»

NO SEGUIMENTO do post com o Pato Donald (e do comentário que uma leitora fez), aqui fica, em «Comentário-1», uma história sobre hambúrgueres de pato...

Pirandello em Portugal...

A FLORESTA, em Portugal, arde e ninguém cumpre a lei no que toca às distâncias de segurança, limpezas, etc?
Calma! Há-de vir aí uma nova legislação, terrível!
(Porque não começamos por fazer cumprir a existente... ninguém o sabe dizer).

Em Espanha há uma lei do aborto semelhante à nossa.
Por cá, a lei não é cumprida?
Calma! Há-de vir aí uma nova legislação, só falta o referendo!
(Porque não começamos por fazer cumprir a existente... ninguém o sabe dizer).

E por aí fora, numa orgia de novas leis (que hão-de vir aí, um dia...) para disfarçar o óbvio: o Estado é impotente para fazer cumprir até mesmo a limpeza da Ribeira dos Milagres, pelo que a rapaziada ao seu serviço se entretém a enjorcar (ou apenas a prometer) novas e fabulosas legislações que - se alguma vez virem a luz do dia - terão a mesma eficácia e o mesmo destino que as anteriores e as actuais.

Mas é assim que a malta gosta, pelo que é assim que vai continuar a ser, e por muito tempo ainda.

Por sinal, esta triste realidade fez-me lembrar um conto de L. Pirandello intitulado «As surpresas da Ciência», em que se conta a história de uma terra onde não havia iluminação.
Para resolver o problema reuniram-se, uma bela noite, as forças-vivas lá do sítio, numa magna assembleia que teve lugar, como era hábito, à luz de candeias de azeite.
Mas, sendo os políticos locais pessoas de muitas falas e poucas decisões, a reunião prolongou-se por tanto tempo que o azeite se esgotou, pelo que teve de prosseguir à luz de ranhosas velas de estearina.


Por fim, e depois de muito pensar e deliberar, todos os presentes estiveram de acordo em que a electricidade, apesar de já estar disponível, não era solução que interessasse, pois haviam de vir, um dia, tecnologias infinitamente melhores.

Assim, ficou resolvido esperar até à chegada dessas novas soluções milagrosas... situação essa que, como facilmente se adivinha, ainda hoje é a que por lá se vive.

(Imagem env. por V. Coelho)

A propósito de coisa nenhuma...

ESTA capa (de 1914) não vem a propósito de nada nem de coisa nenhuma...

... mas será que tudo tem de vir «a propósito de alguma coisa»?

Boatos e "patos"

EM TEMPOS li um interessante livro intitulado «O boato, o meio de comunicação mais antigo do mundo» onde, entre muitas outros aspectos do fenómeno, se analisava o seu "funcionamento" e a sua "sobrevivência".

Antes do mais, um boato tem de ser minimamente credível - como dizer que Fulano (pessoa já de idade) tem uma doença grave, ou que Cicrano (que lida com verbas elevadas) desviou dinheiro.

Provavelmente, uma pessoa ligeiramente escrupulosa dirá, ao dar-lhe seguimento:
«Não sei se é verdade, mas ouvi dizer que...»; e lá vai ele, o boato! Verdadeiro ou não, isso não importa a quem o lança e muito menos a quem o ouve.
Depois, se parecer credível, ele andará, voará, e acabará por, no seu trajecto errático, tocar muitos do que o propagaram mesmo sem convicção - e é nessa altura, ao fechar-se o círculo, que tem lugar o clímax, a tão desejada confirmação-da-suspeita: «Também já ouvi! Então sempre era verdade!».
O boato sobrevive porque confere importância a quem o propaga, pois coloca essa pessoa na posição de saber o que os outros ainda não sabem.

Claro que o boato, como órgão-de-informação que é, sobreviverá enquanto houver gente pronta a acreditar em tudo - o que sucederá até ao fim-dos-tempos.

Querem apostar como haverá quem acredite se eu disser que o Pato Donald foi atacado pela gripe-das-aves?
(Imagem: www.ezthemes.com/previews/d/donaldtheme.jpg)

Cabecinhas pensadoras...

ANTEONTEM li, já não sei em que jornal, que uns entendidos tinham chegado à conclusão, depois de uma eternidade a puxar pelos neurónios, que a violência nos estádios afasta espectadores - mas também não se pode ser muito exigente quando o assunto é "bola".

De qualquer forma, fomos informados que vão ser feitas duas coisas:

Primeiro, vão proceder a uma «Reflexão» sobre o assunto. Depois, como não podia deixar de ser, vão fazer «Legislação».

Calha bem, pois rima com Lentidão de Compreensão.

Os selos do eclipse

LOGO que o eclipse anular do Sol de 3 de Outubro terminou, a pequena estação de correios de Miranda do Douro lançou selos alusivos ao eclipse. Encontraram-se aí muitos filatelistas e muitos jovens a beber todos os momentos da cerimónia.
Não é todos os dias que Miranda do Douro é capital nacional da filatelia. Mas nessa data merecia-o com razões redobradas.
Foi nessa cidade fronteira que o eclipse anular se despediu do nosso país.
Foi esse o último ponto do solo nacional onde foi possível ver o anel de luz do eclipse.

Os selos são um testemunho da apreciação que as sociedades têm pelos eventos.
O facto de terem surgido em 3 de Outubro de 2005, com imagens rigorosas do Sol no máximo do eclipse em três localidades diferentes, constitui um depoimento de um momento precioso.
Estes selos estão à venda junto com outros de relógios de Sol.
Usá-los é mostrar aos nossos correspondentes a sorte que tivemos em ser bafejados com um eclipse anular.
Mas é mostrar-lhes também que apreciámos o fenómeno, que ele não passou despercebido e que temos orgulho em o termos vivido.

(Adapt. Expresso)

As rodelas do eclipse

UMA DAS MELHORES recordações do eclipse de 3 de Outubro foi a imagem do Sol projectada pelas árvores.
Pouca gente repara nesse belo espectáculo, porque as atenções se concentram no céu durante os grandes momentos.

Mas sobre a terra há igualmente muito a observar.
Há uma atmosfera de colorações misteriosas e há as imagens dançantes de meias-luas cintilantes que aparecem por baixo das árvores.
São as múltiplas imagens do Sol ratado pela Lua.
Todos os dias o Sol projecta imagens através dos intervalos das folhas, que funcionam como orifícios de projecção.
Mas são habitualmente pequenos discos que interferem uns com os outros, de forma que pouco a nada de especial se nota.
Nem sequer nos apercebemos de que as copas das árvores estão a fazer cópias do Sol no chão.
Durante os eclipses, no entanto, as imagens projectadas têm a forma de meias-luas, o que se torna mais notório. Em 1999 apareceram várias fotografias desse fenómeno, que é bem conhecido entre os amantes de fenómenos celestes.

Desta vez, contudo, o eclipse foi anular.
As imagens deveriam pois ser pequenos anéis de luz. Nunca tinha visto nenhuma fotografia desses anéis, nem nenhum amigo me podia testemunhar tê-los visto.
Mas eles tinham de surgir. As leis da óptica assim o permitiam prever.
Uma coisa é a convicção outra o testemunho.

Durante a fase anular havia junto a nós, no terreiro fronteiro à Sé de Miranda do Douro, duas pequenas árvores que projectaram com grande nitidez os anéis luminosos do eclipse.
Eram autênticas rodelas de luz. Foi um momento muito emotivo.
A fotografia que tirei e que aqui junto não consegue reproduzir a beleza do fenómeno.
Os anéis tremeluziam e oscilavam uns sobre os outros.

Adaptado de texto do Portal do Astrónomo (www.portaldoastronomo.pt)

WC na Nova Zelândia

(Env. por JESCA)