30.4.07

«ACONTECE...» - Passatempo com prémio

Como já foi anunciado, desafiam-se os leitores do SORUMBÁTICO a identificar a imagem que aqui se vê.
A resposta, a dar em «Comentário», deverá sê-lo sob a forma de - apenas - uma palavra, identificando aquela que, no terceiro parágrafo do texto, foi substituída por «********».
Durante o dia 2 de Maio (quarta-feira), num determinado momento-surpresa, os comentários serão desbloqueados e as respostas permitidas.
O prémio será um exemplar do livro de Pedro Barroso «A História Maravilhosa do País Bimbo», oferta do autor, a atribuir, naturalmente, ao primeiro leitor que der a resposta certa.
-oOo-
Parei no espaço. Mil noções de Império dali me contemplavam e por todas elas Portugal tinha passado. Mil obras haviam operado na fachada cosméticas de circunstância, janelas alteradas, chaminés apócrifas, viveres laicos na respiração do velho alinhamento atlântico.
Desleixo e sujidade pelo pátio velho de séculos ornamentavam o silêncio.
Era o casario de ******** - mais mar que terra já.
Destinado à pernoita dos romeiros de longes lugares que, ali, porfiadamente, rogaram, com fé, gerações várias.
Favores secretos, histórias de viagens, vícios de sangue, coisas do amor e da consciência, vinganças, injustiças, alívios, dores, destemperanças e ideias, fantasias inconfessáveis e intercepções divinas. Fustigações várias do viver humano, peregrinações da Alma mais que do Corpo.
E o Império morno lhes dava trezentas arcadas para que conste, abrigo das chuvas e dos ventos, solidão a gosto, imensidão de mar e abandono quanto baste. Hoje, que a Fé e o Império pereceram e que o local é o «pastiche» vivo da volúpia que já foi ser português (- ali: antigo, crente, mareante e peregrino); hoje, que a incúria alterou as paredes e a gestão do passado entrou em greve por motivo de obras nos valores da História, reparo enfim no resto - no azul. No Céu que tudo viu: o que já foi e o que deixou de ser. E que sofreu connosco ao ver um sítio de amargura, crença, fé, vida e movimento hoje abandonado à indiferença do São Nunca.
O céu que tudo cobre e presencia foi o mesmo das hospedarias loucas de Setecentos; será o mesmo para o desleixo presente e, quem sabe, para o repovoamento futuro. Hoje, se a Grei feneceu por arrefecimento, deixá-lo!
Se as obras feitas estragaram; se o estaminé bacoco tresanda a incúria e improviso e se todo o logradouro que conheço relembra dolorosamente um povo que tresmalha a sua História, deixem-me, pelo menos, este Céu. Como amante do longe e da perenidade por mim fico em Paz, se mo deixarem. Que a mim bastam-me algumas linhas, mesmo descosidas, da Portugalidade para ferver.E para ainda conseguir sonhar, basta-me o azul.
Pedro Barroso - Casal da Raposa, Janeiro de 1992
_
NOTA: A resposta certa foi dada em «Comentário-4»

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A propósito de comidas

A propósito de bebidas...

Do blogue-arquivo «Humor Antigo» - Ano 1942

Guerras perdidas

Aqui se evidenciam várias guerras perdidas:


Uma delas é a dos "porque" e dos "por que", que há-de perdurar até ao fim dos tempos:

Outra tem a ver com o conteúdo do Relatório em causa, que analisa as despesas feitas pelos Gabinetes Governamentais desde 1 Jan 2003 até 31 Dez 2005. Como já vai sendo hábito, o adjectivo aplicável é "arrasador".

Pelo caminho, ficamos também perfeitamente informados quanto à noção que certos governantes têm de "rigor":

Finalmente: quanto às consequências... devem ser as habituais.

Os discursos e os ursos

«Depois de, na primeira volta, ter garantido os votos da esquerda, Fulano(a) vai ter de mudar o seu discurso para, na segunda volta, ir buscar votos ao centro-esquerda, ao centro, ao centro-direita...».
Se, na frase anterior, substituirmos "esquerda" por "direita" (e vice-versa), obtemos outra perfeitamente equivalente - e ouvimos os comentadores pronunciarem qualquer delas como se fosse a coisa mais natural do mundo. E o certo é que têm toda a razão, pois a malta do Centrão, por esse mundo fora, fala com a mesma facilidade com tónica à esquerda como à direita, fazendo lembrar o velho programa da Emissora Nacional «O que quer ouvir» e a cena do filme de Tex Avery, aqui afixado anteontem, em que se mostra um(a) condutor(a) a faz sinal de virar: «Esquerda! Direita! Esquerda! Direita! Esquerda! Direita! Esquerda! Direita!...».
Ao juntar, hoje, a palavra ontem a uma notícia que foi escrita ontem, o «Sol» obteve esta frase de estranho efeito...

29.4.07

Um primeiro-ministro "à antiga portuguesa"...

Publicidade inteligente

Actualizado o blogue-arquivo
«Humor Antigo» - Ano 1942

CAVACO NO PARLAMENTO

Por Nuno Brederode Santos
A PRIMEIRA NOTÍCIA que me chegou era alarmante: Cavaco teria pronto um livro sobre os poderes presidenciais. Como muitos outros, evoquei sabedoria antiga: "Somos escravos das palavras que dissemos, mas donos daquelas que calámos." Agrilhoar-se a um exercício académico de tal monta, após um magro ano de mandato, não parecia nem prudente nem sensato. Mas a segunda versão já veio mais tranquilizante: o livro era, afinal, o Roteiros, uma compilação das intervenções do primeiro ano em funções; e os poderes presidenciais eram apenas objecto do prefácio. De uma aventura quase suicidária passávamos assim a um risco político, já pequeno mas ainda assim desnecessário. Enfim, publicado o texto, nem isso. São cinco páginas sobre o primeiro ano em Belém, com considerações sobre os poderes presidenciais, tal como linearmente decorrem do texto constitucional. Nada nele é controverso ou subjectivo. Claro que também nada é criativo, mas esse é o preço mínimo a pagar para que tudo seja, afinal, sensato e prudente. Excepção apenas para esta teimosia venial: "Ao longo do primeiro ano da minha magistratura, a expressão "cooperação estratégica" - que na campanha eleitoral suscitou alguma controvérsia - foi ganhando um conteúdo cada vez mais claro e preciso". Transformada a questão em obstinação semântica, mais vale esquecer.
Claro que, mesmo perante alguma indiferença, houve comentadores mais atreitos a entusiasmos matinais que só viram prodígios nas entrelinhas. Por exemplo, a afirmação do princípio (óbvio) segundo o qual o Presidente não é co-responsável pela governação foi saudada por um como sendo uma "frase assassina". Outro exemplo: a ideia de que a promulgação não implica uma adesão ao conteúdo político do diploma promulgado foi vista por outro como uma "clara" demarcação em relação a um diploma anunciado. Mas isso, já se sabe, releva da legítima defesa contra o tédio.
A verdade é mais prosaica. Cavaco tem um ano de mandato. É cedo para tudo. E a culpa que lhe assiste por ter querido impor, ao fim desse ano, a conclusão prematura de que tudo fizera como prometido na campanha não justifica as fantasias, quer de aduladores quer de desencantados.
Ora foi este Cavaco - humanissimamente perdido na indecisão, pequenino num horizonte que deseja de dez anos, ansioso pela presidência portuguesa que aí vem e hesitante num labirinto em que cada porta que se abre fecha outra - que no dia 25 de Abril falou ao país e ao Parlamento. Não para fazer história ou ensaiar epopeias, mas para cumprir calendário obrigatório e passar, enxuto, por entre as gotas da chuva.
Do seu lugar na mesa, disse sobre liberdade e democracia o bastante para se mostrar ciente de não ser a altura de tentar a grande prosa ou a especulação metafísica.
Sugeriu alterações ao modelo institucional do 25 de Abril, por ver riscos de se cair numa celebração ritual. Mas ele não ignora que também a República tem as suas liturgias e que, na sede parlamentar, não se vê como fazer muito diferente. Nem pretenderia criticar o Parlamento, pois um convidado não diz mal do chá que lhe é servido em casa alheia. Enfim, ele sabe que o dia é pontuado por comemorações populares de raiz local, que não pretenderia perturbar. Portanto, é de admitir que ele se referia a celebrações adicionais, plausivelmente a organizar pela presidência. Não há razões para as recusar a priori. Aguarde-se concretização da iniciativa.
Enfim, quis galvanizar a juventude mais afortunada, para que, no escalamento da sua vida, traga mais fortuna a todos nós. Esqueceu a menos afortunada? Paciência: fica para a próxima.
Importante é que um segundo 25 de Abril já passou, sem grandes molhas. E numa inanidade bem gerida, a fazer alguns consensos importantes. O mais vistoso, aliás, foi o de Marques Mendes consigo mesmo, já que ele tão alegremente se reviu no Portugal apocalíptico de Paulo Rangel, como no Portugal de Cavaco, promissor de radiosas madrugadas.
«DN» de 29 Abr 07

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28.4.07

E já que falámos de condução...

... aqui fica «O Carro do Futuro», um velho filme de animação de Tex Avery com uma boa dose de cenas politicamente incorrectas!

Street-racer no túnel

O PRÍNCIPE INCÓGNITO

DESCERAM OS TRÊS pelas escadas exteriores do prédio de apartamentos sobre a praia. O mais pequeno adiantou-se, alargando o passo, segurando uma pequena bolsa de couro, e afastou-se na rua, para o lado esquerdo, onde havia um pequeno largo sem saída, em que havia estacionado o grande Mercedes azul-metálico, com matrícula espanhola de turismo. O segundo virou para o lado direito, para o fim da rua, onde parou junto à cabina telefónica, enquanto o terceiro esperou, sozinho, em frente ao prédio que juntos acabavam de abandonar.
O carro avançou pela rua, recolhendo um, primeiro, depois o outro, e acelerando ao chegar junto à ponte, com os vidros escuros cerrados e os três homens dentro, todos de óculos escuros, sem uma palavra, e muito menos um sorriso, entre si.
O dono do prédio, que alugava à semana aqueles apartamentos de Verão, viu-os passar quando comprava melões de uma camioneta estacionada no princípio da rua. Ao vê-los, comentou para uma dona de casa, já de fato de banho e um roupão aberto no fresco da manhã que sempre faz àquela, hora, muito antes das oito:
- É um príncipe estrangeiro. Alugou-me uma semana. Anda incógnito. Vem só com o secretário e um guarda-costas.
A fazer fé nas palavras do senhorio, o príncipe era o mais alto dos três Não teria ainda cinquenta anos, mostrava uma aparência distinta, era esguio e moreno, tinha bigode, usava o cabelo puxado para trás com creme, vestia uma elegante goiabera e segurava uma pasta de couro fino e cantos de metal dourado. Não sorrira, parado no passeio, nem quando observara atentamente duas meninas de dez anos que andavam já por ali de bicicleta.
O Mercedes tomou agora a estrada principal, ganhando velocidade nos quinhentos metros de recta, visíveis sem qualquer outro veículo à sua frente. No seu interior, o príncipe olhava pela janela, enquanto os outros dois homens também não proferiam palavra nos assentos da frente.
Entraram vagarosamente na cidade até abrandarem num largo sem movimento. Sem uma palavra, o príncipe saiu, continuando a segurar a pasta elegante de cantos dourados, e dirigiu-se a um pequeno carro utilitário, de matrícula portuguesa, ali estacionado, pondo-o em marcha. Ao rodar pelo largo, certificou-se pelo retrovisor de que o Mercedes o seguia com os dois homens dentro. Acelerou então e, saindo da cidade, voltou à estrada que haviam abandonado para irem buscar mais aquela viatura. Voltaram a ganhar velocidade, ainda que sempre conduzindo os dois carros cuidadosamente, respeitando até o uso dos indicadores luminosos sempre que tinham de fazer uma qualquer ultrapassagem.
Ainda não eram oito e meia quando lentamente os dois carros estacionaram cada um em sua direcção, virados para os dois extremos da rua, numa urbanização de grande luxo, próximo do mar, com árvores a ensombrarem belas casas escondidas em jardins bem tratados.
O portão verde devia abrir-se electronicamente, porque não se ouviram vozes nem se viu ninguém quando o grande Volvo branco saiu da casa que os dois carros estacionados flanqueavam, apontados em direcções diferentes, de modo a que qualquer deles pudesse seguir um carro que abandonasse aquela propriedade, fosse para que lado fosse. Havia dois homens no Volvo, ambos sentados à frente, e viraram para onde o Mercedes estava apontado, pelo que este se pôs silenciosamente em marcha, acelerando quando deixaram de ver o carro que perseguiam. Quando ambos os carros desapareceram, o príncipe pôs também em marcha o pequeno utilitário, fez inversão de sentido e, sem pressas, seguiu o mesmo caminho.
Avistou os outros dois carros ainda na estrada secundária, a seguir a uma curva em cotovelo, e notou que o Mercedes já ia à frente do Volvo. Nesse momento acelerou. Foi quando o Mercedes travou, atravessando-se na estrada e obrigando o Volvo a fugir para a berma e a travar precipitadamente. O passageiro do Mercedes saiu do seu lado e correu para o utilitário, o qual, com serenidade, aparentando lentidão, o príncipe abandonara, caminhando até chegar à janela do condutor do Volvo com o braço estendido. A mão estremeceu-lhe várias vezes, na ponta do braço estendido, ao mesmo tempo que meia dúzia de «pofs» se escutavam, tão baixo que não chegaram a espantar nenhuma ave das árvores. Quando o príncipe voltou ao pequeno carro, o outro homem, já ao volante, arrancou e passaram pelo Mercedes, que os seguia. O Volvo ficou quieto, sobre a berma da sua mão, sem movimentos no interior muito antes da estrada principal e a cerca de dois quilómetros da casa do portão verde, que abria electronicamente.
A poucos minutos das nove horas, os dois homens arrumaram cuidadosamente o pequeno automóvel no sector de carros alugados do parque de estacionamento do aeroporto de Faro. Depois de tirar um saco do porta-bagagens, o príncipe dirigiu-se à aerogare, e pôs-se, pacientemente e aparentando despreocupação, atrás de dois únicos passageiros que faziam o check-in no balcão da classe executiva, do voo para Lisboa. Entretanto, o outro homem certificava-se de que tudo estava normal no aeroporto e entrava depois no Mercedes, segurando a elegante pasta do príncipe.
Às nove e trinta, o Mercedes atravessava a fronteira sul com a Espanha com os seus dois passageiros, o príncipe sorria à hospedeira e preparava-se para aterrar dentro de minutos em Lisboa. Ninguém havia passado pelo Volvo branco, aparentemente vazio e estacionado na berma da estrada secundária, e, em frente ao pequeno prédio de apartamentos sobre a praia, uma senhora em fato de banho dava as torradas ao marido, a quem perguntava com ar de triunfo:
- Sabes que temos aqui mesmo em frente um príncipe incógnito?
Na rua, duas meninas de dez anos andavam de bicicleta passando tangentes à camioneta do homem dos melões.
Lisboa, 1987

27.4.07

Van-Dog na TV

Repescando uma "notícia" colocada no post-aberto de hoje:
Amanhã, sábado, na RTP-N, pelas 13h15m, num programa chamado "Iniciativa":
No seu 4.º bloco (uns 20 minutos depois de começar) a entrevista a António Pilar (entre outros), da Van Dog, acerca da criação do cãozinho Van que aqui aparece todas as quartas-feiras.

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O "anonimato" na Web

Passeando pelos blogues, topa-se com muita gente que, julgando-se a coberto do anonimato, escreve coisas que, se soubesse como está com o rabo de fora, talvez não escrevesse.
Embora, para a maioria dos leitores, o que aqui se mostra não seja novidade nenhuma, veja-se como basta instalar o site-meter que se vê em rodapé do SORUMBÁTICO para se ficar a saber - até - a versão do Windows e do Browser que o visitante tem.
As opções assinaladas à esquerda dão acesso a mais um manancial de informações capazes de pôr os cabelos em pé aos menos paranóicos.
NOTA: Falta dizer que essa informação não está apenas acessível aos autores do blogue. Qualquer pessoa pode clicar no ícone e ver o que lá está - como o pode fazer, em relação a si mesmo, o leitor que isto ler.

O ensino da condução

QUANDO, EM 1973, eu obtive a minha carta de condução, fui dado como apto a conduzir - mesmo um Ferrari! - apesar de nunca ter guiado a mais de 40km/h, nem com chuva, nem de noite, nem com piso oleoso, nem em autoestrada... - o mesmo sucedendo, trinta anos depois!, com o meu filho.
Ora, quem acompanha estes assuntos, sabe bem que Carlos Barbosa, Presidente do ACP, tem feito algumas intervenções críticas à apatia dos sucessivos governos face a esse estado de coisas - em boa parte responsável pelo que, a todo o momento, vemos nas estradas do país.
A isso, e em carta publicada no PÚBLICO no dia 24 p.p, o Secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, responde que, pelo menos na parte que ao actual Governo toca, Carlos Barbosa não tem razão nenhuma; e, como argumento a favor do que diz, informa que «...está em discussão pública um novo Regime Jurídico do Ensino de Condução». Pois sim senhor, aí está uma actuação concreta e CINCO ESTRELAS. Só é pena que não restitua a vida a uma tia minha e a um dos meus melhores amigos - ambos atropelados e mortos, recentemente e com poucos meses de intervalo, por condutores a quem foi ministrada uma formação semelhante àquela que me deram.
«PÚBLICO» de 27 Abr 07

"Post-Aberto" das sextas-feiras


Aqui fica ele, como habitualmente às sextas-feiras, para quem o quiser utilizar.

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26.4.07

O anonimato, um problema da blogosfera... mas não só!

Esta personagem do Sr. Nematelminta foi criada para a defunta revista «VALOR». As histórias onde figura estão online em http://www.janelanaweb.com/humormedina

Recebido por e-mail - será verdade?

O Professor que o Primeiro Ministro não conhecia:
Chama-se ANTÓNIO JOSÉ MORAIS e é Engenheiro, reconhecido pela respectiva Ordem.
António José Morais é primo em primeiro grau de Edite Estrela. É transmontano, tal como a prima, amiga de José Sócrates da Costa. É também amigo de outro transmontano, também licenciado pela Universidade Independente, Armando Vara, antigo funcionário de caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente administrador da mesma Caixa, amigo de José Sócrates da Costa e de Edite Estrela.
António José Morais trabalhou no LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil). Diz-se que foi demitido por canalizar trabalhos destinados ao LNEC para uma empresa em que era parte interessada.
Trabalhou para outras empresas, entre as quais a HIDROPROJECTO, onde foi também convidado a sair, por razões semelhantes.
Tornou-se consultor da Câmara Municipal da Covilhã, à qual terá vendido serviços requisitados por josé Sócrates da Costa, funcionário da mesma.
Terá sido ele que apresentou José Sócrates da Costa a Edite Estrela, então deputada e dirigente do Partido Socialista, o que marcou o início da ascensão de José Sócrates da Costa na Conselhia de Lisboa do Partido Socialista, ascensão apadrinhada por Edite Estrela, que faz parte do núcleo duro do presente líder socialista.
Foi por esta altura que António José Morais, então já professor convidado do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) passa a ter como aluno naquela Universidade um prestigiado aluno – José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, então bacharel.
Diz-se que António José Morais faltava amiúde às aulas por se envolver demasiado em projectos não universitários, pelo que não lhe foi renovado o contrato.
Imediatamente depois, conseguiu colocação na Universidade Independente. E o ainda bacharel José Sócrates da Costa, agora absorvido na política e na governação, seguiu-o para a mesma universidade, "porque [afirmou à televisão] era a escola mais perto do ISEL que encontrou ".
E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (quatro) o António José Morais, que ele afirmou publicamente desconhecer, conseguindo finalizar o Curso de Engenharia como trabalhador-estudante, sendo na altura Secretário de Estado do Ambiente.
Mais tarde, Armando Vara, então Secretário da Administração Interna, nomeiou António José Morais como Director Geral no GEPI, um organismo daquele Ministério, mas este acabou por ser demitido devido a suspeitas de ilegalidades em adjudicações de obras, e uma participação nunca bem esclarecida na FPS (Fundação de Prevenção e Segurança) fundada pelo Secretário de Estado Vara (o escândalo FPS levou António Guterres a demitir o então já ministro Armando Vara por pressão Presidente Jorge Sampaio.
Após o interregno na governação, de 2002 a 2005, José Sócrates da Costa, recém-empossado como Primeiro-Ministro do novo governo socialista, nomeia António José Morais Presidente do IGF (Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça). Conta-se que António José Morais se afeiçoou por uma cidadã brasileira, empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo, e a nomeou Directora de Logística de um organismo por ele tutelado, com o salário mensal de 1600 €. A falta de habilitações literárias para o cargo é denunciada no 24 Horas e António José Morais acaba exonerado.
Quais as cenas dos próximos capítulos? A qualificação dos políticos portugueses?

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Confuso...

O Espírito do 25 de Abril

NO DIA EM QUE SE COMEMORA o 25 de Abril é consolador pensar que os ideais da solidariedade e da justiça social estão bem vivos isso se manifesta nas mais pequenas coisas.
Ainda hoje soubemos que os autarcas arguidos em processos crime ligados à sua actividade autárquica vão ter a sua defesa paga pelo município; quer dizer, por todos nós.
É de total justiça: ser arguido num processo de peculato é uma coisa que pode suceder a qualquer vereador. Um acidente de trabalho sob forma específica.
Além disso os generosos pagamentos com dinheiros públicos poderão ser uma boa fonte de receita para os advogados especializados em processos crime ou outros que ocorram para ajudar amigos em momentos difíceis.
Estamos pois perante um acto de pura solidariedade que certamente será aprovado pelos nossos eleitos sem quaisquer reservas. E sem limite de verbas para que possam ser contratados bons advogados que, como se sabe, são caros.

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25.4.07

Um "site" que pode dar MUITO jeito


Versão gratuita até 100 Mega
Imagine-se que se quer enviar a alguém um ficheiro com - p. ex. - 100 Mega. Se o destinatário tiver uma caixa de correio com pouca capacidade, não o poderá receber, mas este site resolve o problema: o remetente selecciona o ficheiro a enviar, indica o(s) destinatário(s), escreve umas palavritas (se o quiser fazer...) e clica em SEND IT. O sistema envia, depois, ao(s) destinatário(s) um link para ir(em) buscar o ficheiro.
Limitações:
Na versão-base, ele guarda os ficheiros durante uma semana.
Para ficheiros maiores do que 20 Mega, é necessário fazer uma inscrição (grátis).
Para versões até vários Giga, há versões pagas.

(A imagem de cima foi enviada por JMFigueiredo)

Faz hoje anos que...

O Buda gigante de Leshan, na China

Vista geral

O dedinho do pé...
Para receber um Power-Point (*) com dezenas de imagens desta gigantesca estátua, basta mandar um e-mail para sorumbatico@iol.pt, escrevendo em assunto Buda gigante.
(*) O ficheiro, enviado por Jorge Oliveira, tem 2,57 Mega

Como habitualmente, às quartas-feiras...


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24.4.07

SIM, ESCOLHER PINA MOURA É UMA POUCA-VERGONHA

RECEITA TIPICAMENTE PORTUGUESA: agarra-se num molho de amigalhaços que contribuíram para a chegada do partido ao poder, escolhem-se os mais viçosos e polvilha-se com eles os conselhos de administração das empresas públicas. Serve-se a frio, custa a engolir, mas pelo menos estamos habituados ao sabor. Ao que não estamos habituados é a esta variante espanhola da receita, que até já dispensa os tachos públicos para compor o refogado, tal é a vontade de favorecer quem manda na cozinha. Quando são as empresas privadas, de livre e espontânea vontade, a entregar os seus jobs aos boys dos outros, algo está podre no reino de Portugal.
A escolha de Pina Moura para presidir à Media Capital, a convite da Prisa, é uma das mais preocupantes notícias dos últimos tempos. Ao pé disto, a telenovela em redor da licenciatura de José Sócrates é apenas programação infantil. O ex-ministro do defunto Governo do pio Guterres, conhecido como o "cardeal" pela forma como se movia nos corredores do poder, e que pouco depois de ter saído do Executivo saltou para a liderança de uma das empresas que mais favoreceu enquanto governante - a espanhola Iberdrola -, vai agora tomar conta da televisão mais vista do País. Tenham medo. Muito medo.
Porque uma coisa é ser cardeal de corredores. Outra é ter à sua disposição uma igreja para pregar, frequentada por milhões - sobretudo quando a missa que nos quer oferecer não interessa nem ao menino Jesus. E é tal o seu desplante que até foi para o Expresso admitir que "o convite tem um pressuposto ideológico". Já se desconfiava, pois não são conhecidas a Pina Moura competências técnicas para gerir uma empresa de media. Aliás, como ele próprio admitiu, mal conhece o canal que se prepara para liderar.
Poder-se-ia supor - hipótese académica colocada pela mais ingénua das almas - que a nomeação de Pina Moura se devia à sua finíssima inteligência. Mas até nisso a entrevista ao Expresso é mortal: ninguém razoavelmente inteligente admitiria a existência de um "pressuposto ideológico", coisa honesta mas muito burra. Quando se fala em "pressuposto ideológico" - ou seja, na escolha de um homem do PS para liderar a TVI -, das duas uma: ou a Prisa quer levar o mais belo socialismo para a estação, distribuindo os lucros pelos trabalhadores e nunca mais explorando os estagiários; ou então quer doutrinar a redacção sobre as maravilhas do Governo socialista. E eu aposto que a exploração dos estagiários vai continuar.
Amiguinho da Prisa e da Iberdrola, amado por Sócrates e pelos espanhóis, Pina Moura quer armar-se no nosso novo Miguel de Vasconcelos. Tal como o outro, defenestrá-lo seria fazer um enorme serviço à pátria.
João Miguel Tavares - «DN» 24 Abr 07 - [PH]

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Atenção, visitante 262262!

O prémio (no valor de 6 pontos, a escolher entre os livros que figuram em «Comentário-1») foi ganho por Rui Palma, que foi o visitante 262262!

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V-A+F=2

Quando eu estudei poliedros, a fórmula V-A+F=2 (a que Nuno Crato se refere no seu post de há pouco) era ensinada sob a forma F+V=A+2, que permitia (entre algumas outras, semelhantes) a mnemónica «Feijão Verde dá Almoço para mais 2»...
Sobre este assunto, sugere-se uma visita à interessante página
http://www.fc.up.pt/cmup/pick/Manhas/Modulo3PolidrosEuler.html

Variante (para matutar...)

NOTA: Chama-se a atenção para o «Comentário-7», da autoria de Jorge Oliveira, feito ao post inicial: http://sorumbatico.blogspot.com/2007/04/oferta-da-gradiva-prmio-saber-e-sorte.html
Nele se inclui um desafio, que talvez algum leitor queira aceitar.

Prémio GRADIVA «Saber e Sorte»

As respostas ao passatempo do passado dia 20 («Prémio GRADIVA - Saber e Sorte») foram, na altura, bloqueadas para impedir respostas antes do tempo. Pois bem, a partir deste momento, as respostas já são possíveis.
Ganha, naturalmente, o primeiro leitor que responder, em comentário NESSE post: QUAL A COR do trajecto que melhor representa o salvamento mais rápido: azul, amarelo, encarnado, preto ou verde?
-oOo-
A resposta certa já foi dada, às 10h04m, pelo leitor Manuel Fernandes (e complementada com uma interessante observação do leitor Sepúlveda), a quem se pede que escreva para sorumbatico@iol.pt, indicando dois dos livros oferecidos pela GRADIVA (*) e a morada para o respectivo envio.
(*) «A Interpretação Social da Revolução Francesa» (Alfred Cobban); «A Metodologia da Economia» (Mark Blaug); «Educação ou Barbárie» (Guilherme d’Oliveira Martins); «Assassínio Involuntário» (Emma Lathen); «Palais-royal» (Richard Sennett); «À Flor da Pele» (Nicola Barker); «Antiguidade Clássica» (Mary Beard e John Henderson)«Contra a Regionalização» (Alfredo Barroso); «Uns Comem os Figos» (Warren Murphy); «Quem Nasce Torto» (Warren Murphy); «A Pegada» - (2 Vol) (Larry Niven e Jerry Pournelle); «Vamos ao Médico» (T. Berry Brazelton); «A Ordem Oculta» (John H. Holland); «A Lição do Mestre» (Yehudi Menuhin); «Um Dia no Verão» (J. L. Carr); «O Génio» ( Dieter Eisfeld)

Faces, arestas e vértices

LEONARD EULER (1707–1783), cujo tricentenário se registou no passado domingo, foi o matemático mais produtivo da história. Deixou a sua marca em toda a matemática do século XVIII. E descobriu coisas aparentemente simples. Simples, mas que ninguém ainda tinha notado.
Para dar um exemplo, uma das descobertas de Euler é o seu teorema que afirma que o número de faces e vértices de um poliedro excede o de arestas em 2. Escrevendo simbolicamente:
V-A+F=2.
Se o leitor pensar num cubo, por exemplo, verificará que este tem 8 vértices, 12 arestas e 6 faces. É fácil fazer as contas: 8-12+6=2. Pegue agora num tetraedro (4-6+4=2) ou num octaedro (6-12+8=2). Pegue também numa bola de futebol e repare que ela pode ser vista como um poliedro deformado, com hexágonos e pentágonos como faces. Neste caso, encontram-se 60 vértices, 90 arestas e 32 faces, o que mais uma vez cumpre a relação de Euler.
A equação V-A+F=2 verifica-se para todos os poliedros convexos, ou seja, para todos aqueles que não têm reentrâncias. Poliedros convexos são aqueles em que habitualmente se pensa. São a intersecção de semi-espaços delimitados com planos. Difícil de entender? Pois imagine-se um bloco de madeira que se corta várias vezes com uma serra, sempre de um lado ao outro e sempre a direito até ficar delimitado por faces bem lisas, todas cortadas pela serra. O que resulta é um modelo de poliedro convexo. São objectos geométricos conhecidos e estudados há milhares de anos.
É surpreendente que fosse preciso esperar por Euler para descobrir um facto aparentemente tão simples como este seu teorema. A genialidade, por vezes, revela-se na descoberta de coisas simples.
Adaptado do «Expresso»

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23.4.07

Iraque - A pena de morte

Por Carlos Barroco Esperança
A prática da pena de morte no Iraque cresceu rapidamente desde que voltou a ser introduzida em 2004, o que levou o país a ter actualmente a quarta maior taxa de execuções do mundo, indicou hoje a Amnistia Internacional (AI)...
Os grandes avanços da humanidade não se verificam apenas nos campos da ciência, da técnica e do bem-estar mas, também, na melhoria dos índices culturais, na erradicação da tortura, no fim do esclavagismo, no respeito pelos direitos humanos.
Foi grande a caminhada percorrida pelos herdeiros do Iluminismo, longo o combate contra a tradição e persistente a defesa dos princípios que se tornaram o paradigma civilizacional europeu.
O esclavagismo foi vencido, a tortura proscrita e a pena de morte abolida. Agora é da qualidade da democracia que se fala e não da violência que os Estados praticavam em nome de Deus e no exclusivo interesse da classe dominante.
A onda de sofrimento que avassala o mundo é fruto do atraso cultural, da persistência de regimes despóticos, do tribalismo e crueldade que atingem o esplendor da alienação nas teocracias.
A história da Europa é uma longa e sofrida caminhada desde o obscurantismo da Idade Média até à Revolução Francesa, que abriu as portas da modernidade. Sem o percurso sinuoso desse marco histórico ainda hoje as mulheres teriam um estatuto de menoridade e todos seríamos sujeitos ao poder arbitrário da monarquia absoluta de origem divina.
O salto dialéctico deveu-se aos que ousaram combater a tradição, reivindicar a laicidade do Estado, exigir a separação dos poderes e transformar os súbditos em homens livres.
Numa sociedade civilizada e democrática a pena de morte é uma ferida que infecta as instituições e envergonha os cidadãos. O Iraque recebeu dos EUA o pior exemplo – a pena de morte.

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Lembram-se do «Milan de Rui Costa»?

Já se sabe que, no mundo da bola, as coisas se passam de forma muito sui-generis. Por isso, ninguém estranha que o Barcelona seja de Deco e o Inter seja de Figo quando, na realidade, era suposto ser ao contrário - pois, até ver, são os jogadores que pertencem aos clubes e não o inverso.
No entanto como, nessa linha de raciocínio, é o Chelsea que é de José Mourinho e o Manchester de Cristiano Ronaldo, faz sentido um título como este, do «Sol-online», ontem.

«O Meu Tio»

Quem, podendo fazê-lo, não aproveitar para ver este filme de Jaques Tati, não sabe o que perde.
Neste momento, em Lisboa, está no NIMAS - até, pelo menos, ao dia 2 de Maio 2007.

UTILIDADE PÚBLICA, BOLSOS PRIVADOS

OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS são instituições de utilidade pública com fim altruísta que se dedicam a tarefas tão nobres como o transporte de doentes ou o combate a incêndios. Mediante o pagamento respectivo.
Tempos houve em que a nobreza dos seus fins justificava até a isenção do IRS nas indemnizações que recebiam quando combatiam incêndios com a cómica justificação que os pagamentos eram indemnizações pelo trabalho prestado e não remunerações sujeitas a IRS. Agora, pelo menos teoricamente, já pagam.
Interessante é que com estas remunerações nem são bombeiros (geralmente não sabem apagar fogos de floresta) nem voluntários. Voluntariado pago é coisa que nunca se viu.
A importância de tudo isto é que os bombeiros - os quartéis de bombeiros criam por todo o país uma enorme rede de empregos construções e gastos públicos de uma grande porosidade - ao lado dos clubes de futebol (também associações utilidade pública que de repente se viram a gerir milhões de euros) os bombeiros foram ocupando áreas negociais tão importantes como o transporte de doentes: um negócio de 135 milhões de euros em 2005.
Assim como os clubes de futebol tiveram, também os bombeiros têm uma boa imagem junto da opinião pública. Assim como os municípios, também proporcionam não tanto empregos, mas antes biscates a juntar ao emprego principal.
Quanto a empreitadas e fornecimentos são uma parte integrante da cultura autárquica. Municípios, clubes de futebol, corporações de bombeiros.
Nada que se possa desprezar naquelas regiões do interior onde é mais intensa a cultura da dependência e onde reina convicção profunda de que a única fonte possível de receitas é a que tenha origem no Orçamento.
A abertura do transporte de doentes a empresas privadas, como propõe a Entidade Reguladora da Saúde, seria certamente uma solução mais adequada que o regime semi-público dos bombeiros, que tem todos os problemas da gestão pública mais os que provêm da possibilidade de apropriação de fundos do estado. Similar aos clubes de futebol antes das SAD, a maior parte das corporações de bombeiros são empresas que se não assumem como tal e onde o escopo negocial é a captura de financiamentos públicos.
Mas tal como no combate aos fogos, se o contribuinte vai ter de pagar, então o melhor é recorrer a profissionais que saibam o que estão a fazer e não estejam ao mesmo tempo no seu emprego e nos bombeiros.
No transporte de doentes em vez deste monopólio público teríamos a concorrência entre várias entidades: pior não ficamos.
A única razão para isto não acontecer é um certo peso que os bombeiros têm no cacicato local e nos aparelhos partidários: a solução mais eficiente pode não ser a melhor solução política.
O folclore local num país ainda conservador e rural resiste às soluções mais racionais, quer seja no fecho de escolas ou maternidades quer seja no transporte de doentes: esperemos que a desertificação do interior (que só poderia cessar com o recurso às pulseiras electrónicas) vá fazendo o seu trabalho de desruralização das mentalidades.
«Expresso» de 21 Abr 07

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22.4.07

«Mrs. Robinson» - Simon & Garfunkel no Central Park

We'd like to know a little bit about you for our files
We'd like to help you learn to help yourself.
Look around you all you see are sympathetic eyes,
Stroll around the grounds until you feel at home.

And here's to you, Mrs. Robinson,
Jesus loves you more than you will know.
God bless you, please, Mrs. Robinson.
Heaven holds a place for those who pray,
Hey, hey, hey - Hey, hey, hey

Hide in the hiding place where no one ever goes.
Put it in your pantry with your cupcakes.
It's a little secret just a Robinsons' affair.
Most of all you've got to hide it from the kids.

Koo-koo-ka-choo, Mrs. Robinson,
Jesus loves you more than you will know.
God bless you, please, Mrs. Robinson.
Heaven holds a place for those who pray,
Hey, hey, hey - Hey, hey, hey

Sitting on a sofa on a Sunday afternoon.
Going to the candidate's debate.
Laugh about it, shout about it
When you've got to choose
Every way you look at this you lose.

Where have you gone, Joe DiMaggio,
Our nation turns it's lonely eyes to you.
What's that you say, Mrs. Robinson.
Jotting Joe has left and gone away,
Hey, hey, hey - Hey, hey, hey

A preto e branco...

«Humor Antigo» - Ano de 1942

Uma curiosidade sobre o racismo

Eu já morei - e durante vários meses - em países do Norte da Europa, e posso garantir que muitos daqueles que, por cá, se dizem orgulhosamente brancos passariam por escurinhos para as gentes dessas latitudes...


Veja-se como, na imagem de cima, o quadrado B parece branco e o A parece preto.
Em seguida, faça-se o que se mostra na imagem de baixo... e tirem-se conclusões.

A DEMOCRACIA E A LUTA DELES

UMA RUSGA POLICIAL levou à detenção de trinta e um activistas de extrema-direita e à apreensão de um pequeno arsenal. Armas brancas e de fogo, todas proibidas porque pouco adequadas à troca de ideias. Um dos detidos ficou em prisão preventiva, três em prisão domiciliária e seis estão sujeitos a apresentação periódica. Na televisão, ainda se viu a carrinha que recolhia aos calabouços rodeada por manifestantes que gritavam "vivó Hitler". O episódio decorreu três dias antes de uma conferência internacional nacionalista (se assim me devo exprimir) e de um concerto ibérico nacionalista (idem), que trariam a Lisboa os eufóricos nibelungos de dez países europeus. Escrevo no sábado, pouco antes de uma conferência de imprensa, que suponho convocada pelo Partido Renovador Nacional.
Durante décadas, alguma Europa bem pensante encarou com bonomia as explosões iracundas do seu lumpen. As democracias são mais permeáveis ao remorso e gostam de manter o escrúpulo no combate a estes inimigos pragmáticos (que bem sabem não haver nada menos prático do que o escrúpulo e agem em conformidade). Entendia-se que o fenómeno teria exclusiva origem nas condições económicas, pelo que as políticas sociais dos países ricos resolveriam o problema, sem necessidade de sujeitar o Estado de direito a uma repressão indesejada. Afinal, o problema só deveria inquietar os mais pobres de entre os ricos, aqueles que não abundam em recursos para financiar tais políticas. Não foi, porém, assim. Desde logo porque, se a riqueza dos países europeus mais ricos é incomparavelmente maior do que a dos mais pobres, já a pobreza nuns e noutros é mais comparável. Depois, porque outros factores, como a vivência da II Guerra ou a dimensão e as condições de integração das comunidades imigrantes, mostraram pesar tanto como as carências das políticas sociais. E foi assim que, globalmente, as explosões purificadoras da raça irradiaram em sentido contrário: dos mais ricos para os mais pobres. Os últimos tempos dão sinal de que terá chegado a nossa vez.
Dei por isso num muro, em Sintra, onde os devotos da excelência da grei pintaram: "Viva o Hilter!" (não se sabendo se é um caso de dislexia mural ou se o nacionalismo embota a grafia das línguas estrangeiras). Depois da morte de um jovem cabo-verdiano no Bairro Alto e da manifestação do Martim Moniz, tornou-se visível que o problema se instalava também por cá. Há, pois, que enfrentá-lo. Como os outros países europeus o enfrentam. E, se possível, melhor do que alguns deles o têm feito.
As políticas sociais têm decerto o seu papel. Nem teremos de inventar muito, teremos é de pagá-las. O combate ideológico também. Mas, entretanto, há que perder o medo de fazer a distinção entre o que releva das liberdades de opinião e de expressão e o crime, puro e simples. Por isso, na sua aparente platitude, a fórmula do procurador-geral da República - "faremos cumprir a Constituição e a lei" - não podia ser mais correcta. Uns decibéis a mais na discussão entre marido e mulher são do foro privado do casal, mas a violência, verbal ou física, entre eles, já é punível - pouco importando que, nalguns casos, a imprecisão da fronteira dificulte o trabalho do julgador. A sociedade portuguesa já aceita isto. Do mesmo modo, pensar ou escrever que a nossa raça é superior, ou que o Mein Kampf é o último grito da verdade revelada, são apenas opiniões ignaras e idiotas; mas tentar impor-nos as alegrias de um Reich para mil anos, não pelo voto, mas pela propaganda insidiosa ou à facada, dá cadeia. É tão-só aquilo mesmo: fazer cumprir a Constituição e a lei.
Mas reconheçamos que esta operação policial não era fácil. Não no plano da legalidade, em que só havia que preencher os necessários requisitos legais para proceder às buscas. Mas no plano político. Porque se não tivesse tido resultados, tê-los-iam os protestos (para os quais tudo obedecera ao propósito de prejudicar uma conferência e um concerto). Assim, mesmo prevendo que esse será um argumento na conferência de imprensa de hoje, a prova da justeza da medida já está nas armas apreendidas.
«DN» de 22 Abr 07

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Os "campónios"

NOS SEUS TEXTOS sobre «O Provincianismo Português» (este opúsculo, de apenas 16 páginas, reúne três), Pessoa classificava os provincianos em provincianos-propriamente-ditos e campónios.
Este último epíteto reservava-o ele para os que proclamam coisas como - e agora actualizem-se os exemplos que ele deu... - «Ora, ora...! No meu tempo não havia computadores, nem internetes, nem blogues... e vivia-se muito bem!»

No seguimento do "post" anterior

AQUANDO DO CASO do «Envelope 9», Souto Moura disse, com a maior candura, que nunca tinha visto uma folha de Excel - o que explica que se tenha referido ao uso do vulgar filtro de dados como uma encriptação só ao alcance de especialistas de informática.
Infelizmente, no aspecto de info-analfabetismo, não ficámos melhor servidos com o seu sucessor que, mesmo sem que ninguém lho tivesse perguntado, fez questão que toda a gente soubesse que não percebe nada de computadores nem de internetes, o que justifica - mas não desculpa - a espantosa declaração que lhe é atribuída e que se cita no post anterior: «Os blogues são uma vergonha!».
Aliás, nessa mesma linha (que não seria grave se fosse apenas uma manifestação de snobismo tonto) já tinha lido (e pelo menos por três vezes, no PÚBLICO) declarações de Eduardo Prado Coelho a garantir que odiava blogues, apesar de nunca ter olhado para um único nem o tencionar fazer.
Triste motivo de orgulho, esse - o dos que parecem ufanar-se da sua condição de serôdios seguidores daqueles que ficaram para a História por se recusarem a olhar pela luneta de Galileu...

21.4.07

Uma afirmação verdadeiramente "indiscutível"

SE ALGUÉM DISSER que «Neptuno é mais pequeno do que Mercúrio», poderemos debater o assunto e tentar mostrar-lhe que não é bem assim; mas se afirmar que «Marte é o mais bonito dos planetas», já não haverá nada a discutir, como nos garante o velho ditado acerca dos "gostos".
No entanto, se esse alguém sentenciar que «Os planetas são uma indignidade!», fica-se completamente bloqueado pois, e salvo melhor opinião, a frase, pura e simplesmente, não-tem-pés-nem-cabeça.
Pergunta (sem prémio):
Com qual dessas três frases se assemelha mais a de Pinto Monteiro (o actual PGR) que, a crer na imprensa de hoje, terá afirmado que «Os blogues são uma vergonha!»?
Esta pequena história muda (do «Humor Antigo» de 1942) esteve para ser afixada a ilustrar a questão acerca do nadador-salvador (a «Oferta da GRADIVA - Prémio Saber e Sorte»). Porém, como já lá estava um desenho, acabava por ser bonecada a mais...

Universidade em ruínas, parte 3

Hoje, o presidente da minha universidade informou "a comunidade" que a instituição tem um novo gabinete para avaliar o sucesso na profissionalização que cada curso permite (abriu a caça às bruxas que ensinam coisas inúteis). Sobre "isto", vale a pena ler o texto de P. Tortonèse, "Contre la professionnalisation de l’Université", num livro que acaba de sair: Université: la grande illusion. Mas ainda há por aí alguém que leia francês? E há ainda alguém que tenha a desfaçatez de duvidar do Processo de Bolonha?

Université : la grande illusion
Sous la direction de Pierre Jourde
L'Esprit des Péninsules
Mars 2007

Si les livres abondent sur l'école, ils sont rares sur l'Université, en dépit de la masse croissante des étudiants et de la gravité des problèmes. Le public ignore toute l'étendue de la ruine de l'enseignement supérieur. On refuse de voir à quel point la lassitude et l'écœurement se sont généralisés parmi les universitaires. On méconnaît l'absurdité du déluge de réformes qui se déverse sans interruption sur l'Université depuis des décennies, le délabrement des locaux, l'absence de débouchés pour les étudiants, le clientélisme croissant qui, sur l'alibi de l'autonomie des établissements, transforme les recrutements en promotions locales. L'Université, en France, n'est plus qu'une façade. Cet ouvrage réunit quelques vigoureuses réactions d'universitaires face à cette situation. Ils appartiennent à des établissements d'enseignement supérieur divers, et à différentes disciplines, de la littérature à la médecine et du droit aux mathématiques.
Un extrait exclusif, avec l'aimable autorisation de Pierre Jourde - Paolo Tortonèse, "Contre la professionnalisation de l’Université".
Le débat politique sur l’Université française semble se recentrer autour d’un mot magique : professionnalisation...

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20.4.07

Oferta da GRADIVA - Prémio Saber e Sorte

Para acudir ao náufrago, o nadador-salvador tem de correr no areal (o que faz a uma velocidade constante), e depois tem de nadar (o que também faz a uma velocidade constante, mas mais baixa do que a anterior).
Supõe-se que o náufrago, embora berre e esbraceje, não sai do sítio...
A GRADIVA, a quem muito se agradece, ofereceu ao «SORUMBÁTICO» (para serem distribuídos como prémios nos já habituais passatempos), os magníficos livros indicados em baixo.
Escolheu-se, então, para comemorar essa gentileza, a questão que se coloca no desenho que aqui se vê; mas, desta vez, haverá algumas particularidades:
1ª - Trata-se de responder apenas à pergunta (qual a cor do trajecto que satisfaz a condição referida no texto) embora, evidentemente, quem quiser poderá dar, também, a resposta à 2ª - que viria sempre a ser dada.
2ª - O prémio será um dos livros aqui referidos (à escolha do vencedor), acrescido de um outro, do mesmo lote, mas surpresa.
3ª - O vencedor será o primeiro leitor que der a resposta certa (evidentemente).
-oOo-
«A Interpretação Social da Revolução Francesa» (Alfred Cobban)
«A Metodologia da Economia» (Mark Blaug)
«Educação ou Barbárie» (Guilherme d’Oliveira Martins)
«Assassínio Involuntário» (Emma Lathen)
«Palais-royal» (Richard Sennett)
«À Flor da Pele» (Nicola Barker)
«Antiguidade Clássica» (Mary Beard e John Henderson)
«Contra a Regionalização» (Alfredo Barroso)
«Uns Comem os Figos» (Warren Murphy)
«Quem Nasce Torto» (Warren Murphy)
«A Pegada» - (2 Vol) (Larry Niven e Jerry Pournelle)
«Vamos ao Médico» (T. Berry Brazelton)
«A Ordem Oculta» (John H. Holland)
«A Lição do Mestre» (Yehudi Menuhin)
«Um Dia no Verão» (J. L. Carr)
«O Génio, de Dieter» (Eisfeld)

O regimento de «caBalaria»

NÃO ERA POR ACASO que os contos tradicionais referiam, com muita frequência, a figura do rei (ou do sultão, no caso d' «As 1001 Noites») que se disfarçava - de pedinte, viajante ou mercador - para, misturando-se com o povo nas ruas e mercados, saber a verdade e o que pensavam dele e da sua governação.
E essa saudável prática, mesmo que não passe de ficção, bem falta faz a muitas pessoas da nossa praça (nomeadamente políticos), que demonstram uma total incapacidade de se verem de fora, de se aperceberem de como os outros os vêem - o que sucede, porventura, por viverem em redomas ou torres-de-marfim, isolados do mundo-real por uma caterva de assessores, bezuntas, familiares, yes-men, amigos e correlegionários.
A renascida teoria da cabala - se é mesmo isso o que pensa quem a enuncia sem se rir -, só pode vir de pessoas assim.

"Pareceres" que não sei o que parecem...



«PÚBLICO» de 19 Abr 07
QUANDO, EM TEMPOS, o Governo anunciou que ia passar a tornar pública uma lista de devedores ao Fisco, Alberto João Jardim foi logo avisando que não contassem com ele para o que apelidou de bufaria.
Entretanto, já há muito tempo que se entrou na fase de passar das palavras aos actos - mas só em parte, porque o responsável pelos impostos da Madeira diz que quem manda nele é o Governo Regional e não o Ministro das Finanças! O resto da anedota, portanto, é fácil de adivinhar...
E, perante isso, o que é que sucede?
O cavalheiro segue, a toque de caixa, para a lista dos excedentários? Ou recebe guia de marcha para a reforma antecipada?
Nada disso! Pedem-se pareceres - e já lá vão dois...

Tenham paciência

A UNIÃO EUROPEIA, que tanto dinheiro distribui, compreensivelmente não perdoa a caloteiros. Quando descobre irregularidades e calotes, parece o cobrador do fraque. Faz um escabeche tal que, quem deve, tem por obrigação a de ficar, pelo menos, envergonhado. Uma vez mais, voltou a tocar essa sorte a Portugal.
Descobriu a UE que o Governo português não está a cumprir o compromisso de conceder 0,33 por cento do seu PIB à ajuda pública aos países em vias de desenvolvimento. Segundo estatísticas oficiais agora divulgadas e referentes a 2006, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), a contribuição de Portugal ficou-se pelos 0,21 por cento, ou seja, por 312 milhões de Euros. Só a Grécia e a Itália despenderam menos percentagem do que nós, embora pagando mais euros porque, proporcionalmente, os seus PIB são superiores ao nosso debilitado Produto Interno Bruto.
O resto dos nossos parceiros europeus gastou 0,41% dos PIB.
Não é sermos caloteiros…é não termos dinheiro trocado. E lá vamos dizendo “tenham paciência”. A ver se pega…
«25ª HORA» - «24 horas» de 13 Abr 07

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Foi actualizado o arquivo «Humor Antigo»
Ano de 1942