30.6.10

Tripeça

Por João Paulo Guerra

A DIRECÇÃO DO PSD fez saber que “conta com o CDS”. Assim como o país já sabe que o PS conta com o PSD.
(...)
Seja como for, o Governo PS de minoria acaba por ter uma base de apoio em forma de tripé, o que sempre dá mais alguma estabilidade sob o ponto de vista aritmético. Porque sob o ponto de vista da estabilidade política ninguém se recordará de qualquer contribuição do CDS para tal desiderato. O que toda a gente se recordará é que o CDS fez cair o Governo PS/CDS e o da AD e só não deitou abaixo os de Barroso e de Santana porque não lhe deram tempo. Mas bem tentou. E aí está a democracia modelo tripé e a cair da tripeça.

Texto integral [aqui]

NOTA (CMR): atenção, que amanhã haverá um passatempo-relâmpago sobre tripés...

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A propósito dos jogos "mata-mata"...

O TEMA do futebol não é a especialidade do Sorumbático, mas o resultado do Portugal-Espanha de ontem, associado à ideia dos jogos mata-mata, inspiraram este passatempo «Quanto indica a balança?».
NOTA: os livros que se vêem na imagem da esquerda (aquela a que corresponde a pergunta, evidentemente) estão apoiados em copos com água...

Cada leitor poderá dar 2 respostas, até às 20h de hoje. Os prémios serão os 2 livros, sendo um deles atribuído a quem mais se aproximar da solução e o outro segundo um critério-surpresa, que será revelado às 20h01m. Ah!, falta a dica habitual: a resposta está entre 1000 e 1500 gramas.

Actualização (20h02m): a solução já se pode ver [aqui].

A queda de um anjo

Por Ferreira Fernandes

DO PONTO DE VISTA dramático, foram grandes momentos. Em A Queda de Um Anjo, Camilo mostrou-nos menos. Calisto Elói também caiu do céu aos trambolhões, de fidalgo minhoto austero a politiqueiro na capital, mas ele próprio não deu por nada.

Mais intensa que a do romance de Camilo foi a queda de Cristiano Ronaldo, ontem. Porque o próprio deu por isso. É cruel como as câmaras filmam tão de perto. Ontem, o palco, além de mundial, era especialmente dos seus dois países - do seu, seu, e o de onde ganha a vida. Um olhando-o como o capitão da esperança, outro, desejando que ele falhasse. (...)

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O Discurso da Ambiguidade

Por Baptista-Bastos

PEDRO PASSOS COELHO falou, com amenidade, acerca das alterações ao programa do PSD, que pretende intentar. Acentuou que o mundo está em mudança e que o partido, naturalmente, tem de acompanhar o mundo e a mudança.
(...)
O novo presidente do PSD está a encaminhá-lo para as zonas dos objectos perdidos, no propósito (acaso sem intenção, o que é pior) de romper os laços sociais, e de fazer desaparecer, simultaneamente, as garantias dos nossos direitos individuais, e um horizonte de valores cuja importância nunca denegámos. A exigência democrática não se compadece com a incerteza.
(...)
Se o Governo é a baralhada que se conhece, os torções a que procede o PSD, entre a palavra e a acção, impedem-nos de descortinar uma perspectiva de escolhas, de valores e de padrões. A tese de que não agir faz parte do agir parece-me anacrónica. Sobretudo quando, apesar de lacunas e desconsolos, o português comum já não participa nessa "adesão passiva" que fez a história das tiranias e das democracias de superfície. (...)
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29.6.10

Apontamentos de Lisboa

DEPOIS de ter, durante tanto tempo, massacrado os leitores com fotografias de tampas de caixas-de-visita mal recolocadas, aqui ficam outras imagens - actuais - que justificam um certo optimismo, até porque, como se vê, já há fiscalização.
Ora, tenha sido por isso, ou porque estas tampas não tinham desenhos que fosse necessário respeitar, o certo é que foram devidamente repostas, como se pode ver na foto de baixo, obtida pouco depois das outras duas (quando estavam retiradas).

Bom senso

Por João Paulo Guerra

DEUS QUEIRA que Deus queira e que hoje, antes, durante ou após o Portugal – Espanha, a Polícia de Choque não se convença que é a Brigada Nun’ Álvares, a Ala dos Namorados, ou qualquer outros dos três lados do quadrado de Aljubarrota, e não decida intervir na “contenda”.

É que aquilo que pensámos que poderia ter sido um incidente isolado e que passara à história, em Julho de 2002, quando uma carga de polícia se abateu sobre os "nossos irmãos" brasileiros residentes na Costa da Caparica que comemoravam a conquista do Mundial de futebol, passou no final do Portugal - Brasil de sexta-feira passada a constituir um caso de brutalidade com antecedentes, uma reincidência. (...)

Texto integral [aqui]

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Mais um 31?

Quem lhe(s) oferece um calendário?
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TODA A GENTE conhece a lenga-lenga «Trinta dias tem Novembro...». Bem... talvez não seja assim, pois hoje todos os jornais dizem que as portagens das famigeradas SCUT, ao passarem de 1 de Julho para 1 de Agosto, foram adiadas por... 30 dias!
Extracto de um post antigo (a propósito das férias judiciais): Os meses de Janeiro a Dezembro são alternadamente grandes e pequenos, com uma excepção: a Julho (que tem 31 dias) segue-se Agosto (também com 31). Diz-se que foi uma decisão de Augusto (que teria dado o nome a Agosto), que não quis ficar atrás de Júlio César (que teria dado o nome a Julho). A crer na história, o imperador mandou alterar o calendário, decretando que o seu mês tivesse mais um dia (retirado a Fevereiro - que, coitado, já estava por tudo!).

Saudades deste pasquim

Por Joaquim Letria

OS JORNAIS nascem e morrem, como as pessoas. Estive em mais nascimentos do que mortes, felizmente. Criar empregos e ver jovens a crescer é coisa boa, principalmente quando se gosta do que se faz e essa satisfação compensa.
Este número do 24 Horas é o último desta incarnação. Os jornais e as revistas também reincarnam e voltam a viver, às vezes à procura da identidade perdida, outras, nem por isso. Não me surpreenderia se, um dia, alguém fizesse renascer este título.
Isso já me aconteceu, e há por aí jornais que criei e hoje têm outro nome e até há um que mudou de sexo e agora é uma revista, enquanto também criei revistas que continuam revistas e fiz um periódico que foi assassinado e não ressuscitará.
Não sei se o 24 Horas regressa um dia, ou se acaba aqui. Mas sei que durante mais de uma década escrevi aqui todos os dias sem falhar, sem ninguém me censurar, me criticar, me pressionar ou me despedir.
O 24 Horas foi um espaço de liberdade e uma escola de jovens anseios que dificilmente conseguirão desentranhar dessas paredes.
Vou ter saudades deste pasquim e dos seus jovens. Vocês também lhe sentirão a falta, quando descobrirem que não há mais nada no intervalo entre o politicamente correcto e a realidade que mandam os “paperboys” inventar. Que o 24Horas descanse em paz!
«24 horas» de 29 Jun 10

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A PROPÓSITO da crónica anterior, encontrei, em arquivo, muitas imagens que bem podiam ilustrar o respectivo título. Mas este anúncio, com o seu "M/F" de faz-de-conta, também não está mal; pelo menos, sempre é melhor do que um outro, que em tempos vi: «Precisa-se de rapaz com moto (M/F)» - mas, pensando bem, este ainda tinha desculpa, pois há motos e motas...

Pelo menos que façam de conta

Por Ferreira Fernandes

HÁ DIAS, um ministro de Sarkozy foi obrigado a devolver os 12 mil euros com que fora reembolsado pelo Estado por charutos que fumou nos últimos dez meses. Escândalos destes não matam um Governo mas moem sempre. E em épocas de crise quando a ordem para baixo é cortar (dizem os governos europeus, a União Europeia e, agora, até o G20) o desgoverno dos dinheiros públicos desarma a vontade dos povos.
Sarkozy não é exactamente um doutrinário (em época de vacas gordas, embora continuasse a ser um abuso, ele fecharia os olhos aos charutos) mas uma qualidade há que reconhecer-lhe: é um líder a quem não é indiferente a opinião pública. Chamem-lhe demagogo, riam-se da pouca relevância das medidas, mas ontem o que ele disse é político: "Um euro público deve ser um euro útil." É frase soprada por publicitário, mas ela enquadrou um conjunto de medidas práticas: a recepção anual do 14 de Julho anulada este ano (poupança de 750 mil euros), gabinetes ministeriais encurtados, dez mil automóveis estatais suprimidos até 2013, menos viagens e mais baratas...
Só um ingénuo ignora que o apetite voltará quando puder. Mas só quem se está nas tintas para a opinião pública não aceita que os de baixo precisam de guardar uma ilusão: que, pelo menos, os de cima fazem de conta. Mas não o fazem todos os políticos? Não, havia um que fumava charutos à pala.

«DN» de 29 Jun 10

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Há, neste texto, qualquer coisa que não está muito bem, não há?

28.6.10

O estranho caso do póquer que só faz ricos

Por Helena Matos

DESDE HÁ ALGUM tempo, tornaram-se recorrentes notícias como estas: “Jovem de 26 anos desistiu do curso de Economia para se dedicar ao póquer. Não se arrependeu, já que a actividade é altamente lucrativa” ; “Norte-americano deixou a escola aos 16 anos para se dedicar ao jogo de cartas. Agora, no ano em que atingiu a maioridade, ganhou as World Series of Poker e… 5,6 milhões de euros” ; “Poker: Milionários antes dos 30”.
Não sei nada sobre póquer, mas acho que nestas notícias falta o outro lado das consequências do jogo em que os jogadores, ainda por cima muito jovens, ganham sempre. E em que aquilo que pode ser um vício, o jogo a dinheiro, é apresentado ora como o Euromilhões, ora como uma actividade “altamente lucrativa”.
No jogo a dinheiro alguém tem de perder, ou não?
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In Público e Blasfémias

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Editorial do Global de hoje
1.ª página do Jornal de Negócios, idem

Ensaio sobre a lucidez...

NO «SOL» de sexta-feira passada, na sua crónica Retrato sem retoques, o Director, José António Saraiva, confessa que não leu O Memorial do Convento até ao fim (1).
É lá com ele. Mas escusava de acrescentar que o Ensaio sobre a Lucidez é sobre o voto em branco (2). Não é. É sobre algo ligeiramente diferente - a abstenção - o que, no entanto, só fica a saber quem consegue chegar à 2ª página.

Já agora: foi para os que precisam de falar de livros que não têm pachorra para ler que se inventaram colecções como a da RTP - de clássicos com bonecos. E olhem que já me desenrascou, como explico em comentário!
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(1) - «(...) Memorial do Convento, que foi um grande acontecimento editorial. Li o livro, como quase toda a gente, e achei algumas páginas notáveis – embora não o tenha acabado. A partir de certa altura a história parecia já não poder ter qualquer novidade»
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(2) - «E a defesa do voto em branco, no Ensaio Sobre a Lucidez, não soava a vingança contra a democracia? Percebendo que o seu partido, o PCP, nunca ganharia umas eleições, Saramago lançou-se a defender o voto em branco (recuperando um apelo do MFA em 1975), extraindo daí conclusões pouco aceitáveis sobre o esgotamento do regime democrático»

Bio-rexistasia

Por A. M. Galopim de Carvalho

NUMA original concepção da génese e evolução do solo como um fenómeno geológico, H. Erhart, no seu livro «La genèse des sols en tant que phénomène géologique» (...), propôs a sua engenhosa teoria da bio-rexistasia. Não obstante a sua importância na história da Terra e os seus mais de 40 anos de existência, esta interessante visão do geomorfólogo francês não teve, ente nós, a atenção que merece.

Segundo esta concepção, certas regiões do globo encontram-se numa situação que referiu por biostasia, isto é, um estado de equilíbrio biológico e geomorfológico, expresso, principalmente, por uma muito vasta e densa cobertura vegetal, de longa duração e estável. (...)
Texto integral [aqui]

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Milionários

Por João Paulo Guerra

O NONO PAÍS mais pobre da União Europeia ganhou 600 novos milionários em plena crise, apesar da crise, contra a crise e através da crise.

Razão tem o ministro da Economia quando diz que "Portugal tem um nível excessivamente elevado de desigualdades". O país em que cerca de 40% da população admite que todos os meses vive "uma luta constante" para conseguir pagar as suas dívidas, tem 600 novos sócios do clube do milhão ou mais. O facto é tanto mais surpreendente quanto o mesmo estudo que revela o crescimento de 5,5% do número de milionários e o aumento do valor das fortunas confirma, no mesmo espaço de um ano, de 2008 para 2009, que a produção industrial se reduziu e as exportações caíram. (...)
Texto integral [aqui]

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Luz - Nazaré

Fotografias de António Barreto- APPh

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Na Nazaré, as mulheres estão sempre à espera. (1975)

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Doença prolongada

Por Joaquim Letria

BREVE TELEFONEMA do director deste defunto jornal encomendou-me duas crónicas rápidas com o fatal destino de serem a penúltima e a última. Ou seja, devo participar no velório de hoje e voltar amanhã para a incineração ou enterro, já que os parentes do extinto não me revelaram a modalidade do funeral.
Soube da notícia pelos jornais que falaram de “morte anunciada”. Eu diria antes pressentida, porque ainda ontem não havia participação. Mas quando até as prostitutas preferem publicar os seus sugestivos anúncios classificados em certos jornais de referência, fica tudo dito e devia dar que pensar. Há muito tempo.
Nos últimos anos não vi nos jornais, rádios e televisões senhores que mandassem guardar as pratas. Por isso, ninguém se deve lamentar hoje por o faqueiro estar desfalcado, nem quando descobrirem que o serviço inglês de chá também desapareceu.
Há muito mais dum ano que já tiravam as medidas deste defunto, acabando por lhe vestir uma mortalha que não era de jornal nem de revista.
Não foi da crise, nem de morte súbita, que este jornal morreu. O 24Horas sucumbe a doença prolongada. Daquelas que não perdoam.
«24 horas» de 28 Jun 10

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27.6.10

TERMINOU, às 20h de hoje, um passatempo em que serão atribuídos 4 dos seguintes livros policiais: A Maldição do Dinheiro, O Jogo Fatal, Pesadelo Cor-de-Rosa, A Aliança Trágica e A Derrapagem. A solução já pode ser vista [aqui].
Alguém sabe o que é um 'fait diver'?!

«Dito & Feito»

Por José António Lima

A FANTASIA de lançar um candidato de direita alternativo à recandidatura de Cavaco Silva continua a ocupar o labor de várias mentes. Bagão Félix sugere a Santana Lopes que avance e avisa que, «se isso acontecer, tem de ser encarado com naturalidade e não como uma heresia», pois «daí não virá nenhum mal» ao mundo. Por seu lado, Santana Lopes propõe que seja Bagão Félix a entrar na corrida, exige que a candidatura apareça «até Julho» e teoriza: «Há 2.ª volta nas eleições presidenciais exactamente para poderem ir à 1.ª volta os que sentem que o devem fazer».
Aqui chegados, cabe fazer duas perguntas elementares.
Uma candidatura alternativa a Cavaco em nome do quê, para o centro-direita? E em representação de quem ou de que forças políticas? (...)
Texto integral [aqui]

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Prevê-se que no verão verão...

O NOVO Acordo Ortográfico tem coisas curiosas, como o facto de a palavra verão passar a escrever-se com minúscula - quer seja do verbo ver, quer seja a estação do ano em que agora estamos. Nesse seguimento, a RTP, porventura confundida com isso tudo... brinda-nos com o saboroso prevêm que se lê na legenda.
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NOTA: melhor ainda é a palavra espectador que, ao perder o "C", ficou transformada em espetador - que também significa quem ou aquilo que espeta...

Mourinho: “Nem Cristo era simpático”

Por Joaquim Letria

JOSÉ MOURINHO protagoniza novas histórias na Imprensa espanhola, depois do “El Mundo” o ter apresentado como “o Messias do futebol cuja debilidade maior são as mulheres”. Agora, é a revista GQ que lhe dedica umas páginas, focando o temperamento do “melhor treinador do mundo”.

Sob o título “Também Jesus Cristo não era simpático”, frase com que Mourinho responde a uma observação acerca do seu feitio, a GQ usa esta mesma frase na sua capa para apresentar a reportagem sobre o “exigente, ambicioso, frio, calculista Mourinho, alvo de todas as carabinas.” (...)

Texto integral [aqui]

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O PROGRAMA Plano Inclinado do passado dia 19 teve um aliciante inesperado: uma viva discussão entre um dos comentadores residentes (Medina Carreira) e a convidada (Maria Filomena Mónica) - a ver [aqui].

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Novo governo e nada de férias...

Por Alice Vieira

ESTE FIM-DE-SEMANA traz toda a gente muito excitada.
Enfio-me no meu quarto e aproveito para escrever no meu diário.
(Há dias o meu pai disse-me que, daqui a uns anos, isto ainda vai ser um bom documento destes tempos. Nunca se sabe…)
Pois então lá temos outro governo. Desta vez, do ministro Teixeira de Sousa que, antes de vir para a política era médico em Trás os Montes - segundo o meu pai me disse. Acho que nunca o vi (ministro do reino é bicho que não frequenta a nossa livraria…), mas vi uma fotografia: velhote, como todos, de cabelo branco e grande bigode.
Desde que o rei andou aqueles dias todos por Inglaterra, as coisas por cá, se já estavam feias, mais feias ficaram, e nunca mais se recompuseram. (...)
Texto integral [aqui]

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26.6.10

«DE» de 16 Jun 10
Dia 22 Jun 10
NO DIA em que a A.R. chumbou o 'chip', o Secretário de Estado dos Transportes foi à SIC-N e disse, com alguma razão, que o actual sistema de fotografia das matrículas (e que é accionado quando, p. ex., alguém passa sem pagar) ainda é mais invasivo da privacidade.
Perguntar-se-á, então, porque é que esse sistema (que já existe e é fiável) não avança como alternativa aos 'chips'. Suponho que haja, pelo menos, duas boas razões:

Uma delas tem a ver com a cobrança correspondente aos carros com matrícula estrangeira - como é que obteriam a morada para envio da conta?

A outra pode ser ilustrada com a imagem que se vê em baixo: pela enésima vez, os CTT enganam-se, e metem na minha caixa do correio cartas (incluindo declarações para o IRS!), encomendas (como foi o caso desta, vinda de Hong-Kong) e até um aviso de uma convocatória de um tribunal (em correio registado!!) - que são para outros andares ou mesmo para outros prédios! E de nada adianta reclamar por escrito, pois a resposta (que, valha a verdade, sempre vem...) é "chapa 3".

Os dois Saramagos que conheci

Por Carlos Pinto Coelho

FOI A TARDE em que todos os demónios invadiram o meu Diário de Notícias. Pelos corredores fervilhavam inquietações e boatos. O senhor Raimundo, o mais antigo contínuo da Redacção do jornal, vem dizer-me que sou chamado ao gabinete do director. Meia hora depois tomo conhecimento de que estou despedido (ou “saneado” como então se dizia). Exactamente um ano depois da alegria dos cravos.

Na vetusta “sala verde”, onde Augusto de Castro vivera as suas gloriosas décadas de director do Diário de Notícias, estava agora José Saramago à secretária, rodeado de gente. Era ele o recém-chegado director-adjunto do jornal, designado pelo Partido Comunista para conduzir o Diário de Notícias pelos caminhos da revolução, general com poder para movimentar o que houvesse que movimentar. Mas não foi ele quem me recebeu, antes um jornalista chamado Luís de Barros, militante que o Partido designara director do jornal. De modo que foi Barros quem me transmitiu, de forma atabalhoada, a sentença ditada por Saramago. Não soube do que era acusado, nem ouvi menção a faltas, crimes ou desvarios, ideológicos ou outros. Soube apenas que estava na rua (“saneado”) e ponto final. (...)

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«Esta es la foto que los medios monopòlicos negaron publicar...»

A difundirla amigas y amigos el 24 de Mayo de 2010, con motivo de la despedida de la selección argentina rumbo al mundial de sudafrica y con el marco del bicentenario.
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Al ingresar al campo de juego, los jugadores de la Selección argentina mostraron una bandera en apoyo a la candidatura de las Abuelas de Plaza de Mayo para el Premio Nobel de la Paz 2010. El Comité Noruego, por su parte, aceptó la candidatura de la Asociación Abuelas de Plaza de Mayo, impulsada por el senador Filmus. El senador porteño por el Frente para la Victoria destacó días atrás que "Abuelas como organización dio un ejemplo, no solo de recuperación de la memoria, sino de cómo buscar un futuro mejor para todos". (...)

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Dois Portugal - Espanha

Por Antunes Ferreira

NA ÁFRICA DO SUL, Portugal defronta a Espanha na terça-feira, 29. Em Lisboa, Portugal defronta a Espanha no dia seguinte, ou seja a 20. Como assim? Parece um paradoxo, mas não é. O que une os dois acontecimentos é o confronto entre os dois países ibéricos. No restante, o caso fia muito mais fino.

Vamos por partes. Na primeira das datas as equipas de Portugal e da Espanha jogam nos oitavos de final da Mundial 2010, tendo por palco o estádio Green Point na Cidade do Cabo. Como dizia o anterior seleccionador nacional, o brasileiro Scolari, é um jogo do mata-mata. Quem ganhar passa aos quartos de final. O que quer dizer que o derrotado arruma as botas – e o restante equipamento – faz as malas e regressa ao lar–doce–lar. (...)

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25.6.10

ESTAVA em preparação um passatempo complicado para atribuição de 4 livros cujos títulos parecem ter sido concebidos para legendar situações bem nossas conhecidas. Mas o melhor é fazer assim (depois de acrescentar A Derrapagem que, como se sabe, também é algo que não nos é estranho...):
Até às 20h de domingo, os leitores poderão responder à habitual pergunta «Quanto indica a balança?» dando 2 respostas (no mesmo comentário ou não). As 3 que mais se aproximem do valor certo darão direito a outros tantos livros, sendo um 4.º atribuído a um leitor (diferente desses 3), no seguimento de uma pergunta-surpresa a colocar juntamente com a solução. Nada impede que alguém, com os seus 2 palpites sobre o peso, ganhe 2 livros.
Uma 'dica': a solução está entre 500 e 1000 gramas.
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Como habitualmente, a solução aparecerá, às 20h01m, [aqui].
Actualização (21h51m): ver comentário acabado de afixar com novos valores (erros de 5-6-9).

As SCUT na Alemanha

COMO as autoestradas não nascem do chão nem caem do céu, alguém acaba sempre por as pagar - se não é nas portagens, é na conta da electricidade ou no IVA das cebolas...
Veja-se, no entanto, o que sucede na Alemanha: como tem milhares de quilómetros de autoestradas, os automobilistas acabam sempre por passar por elas. Assim, o Estado aplica uma taxa, calculada em termos médios, que inclui no imposto de circulação. Um nosso leitor, actualmente a residir nesse país, dá mais algumas indicações:

«Para os ligeiros, não há portagens em nenhuma autoestrada alemã. Exceptuando-se os autocarros, os pesados (incluindo os estrangeiros) precisam de pagar, desde 1 Jan 09, uma taxa de circulação por km - ver [aqui]. O financiamento das estradas vem especialmente do imposto de circulação. P. ex.: um Ford Focus 1.6 Diesel paga € 247/ano.
O essencial, em português, pode ser lido [aqui] e [aqui].

Mais uma Lei-da-Treta?

HÁ UNS ANOS, legislou-se no sentido de punir (e com multas terríveis, como sempre!) quem fosse ao banho em praias onde estivesse hasteada a bandeira encarnada (e, em certos casos, a amarela também dava direito a penalização). Nesse seguimento, e no primeiro ano em que a lei se aplicou, foram levantados, em toda a época balnear e em todo o país, 17 autos (números oficiais). Não se sabe quantos deles vieram, de facto, a traduzir-se em pagamentos efectivos; o que se sabe é que nunca mais se ouviu falar disso.

Salvo melhor opinião, o facto de haver - e com abundância - leis que ninguém cumpre nem faz cumprir é extremamente corrosivo para a Democracia. Ou não será?

Sem custos

Por João Paulo Guerra

«SE EU FOR DOIS DIAS ao Algarve é ou não justo que pague [portagens] na Via do Infante?” A pergunta, formulada pelo efémero primeiro-ministro de Portugal de 2004, só agora recebe resposta.

O Governo do PS, apoiado ao governo-sombra do PSD, responde que sim, que seja lá quem for que passe pelas auto-estradas "sem custos para os utilizadores" deve pagar portagem. Mas para que a sugestão de Santana Lopes viesse a ser formalizada não bastou que o ex-primeiro-ministro passasse o testemunho aos socialistas. Foi necessário que os socialistas mudassem de ideias. (...)

Mas entretanto também o PSD chegou ao governo. E pela mão invisível do PSD na governação PS lá vingou a decisão de cobrar portagens nas auto-estradas "sem custos para os utilizadores". Santana Lopes estará finalmente esclarecido. (...)
Texto integral [aqui]

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Prémio não reclamado

O LIVRO cuja capa aqui se vê foi um dos dois atribuídos no último passatempo «Quanto indica a balança?», que terminou às 20h de anteontem. No entanto, e dado que não foi reclamado (nem dentro do prazo estabelecido, nem até este momento), será entregue a quem primeiro der a resposta certa à seguinte questão:
Em que filme, actualmente em exibição, é que se diz (e também a propósito de aumentos de impostos) qualquer coisa como: «Quando se quer mungir uma vaca que já deu todo o leite que tinha, o mais que se pode obter dela é um valente coice»?

NOTA: Como a resposta é fácil, ela só será possível a partir de um momento-surpresa que ocorrerá ainda esta manhã. Quem ganhar este passatempo ficará impedido de concorrer ao próximo, em que serão atribuídos os 4 livros policiais cujas capas ontem aqui se afixaram.

Actualização (12h08m): a resposta certa foi dada às 12h00m.

Bispos organizam-se

Por Joaquim Letria

OS BISPOS PORTUGUESES reuniram-se em Fátima com o propósito de escolherem formas de trabalho conjunto que possam tornar mais eficaz a pastoral da Igreja em Portugal.
“Juntar sinergias e não andarem tão isolados” é o principal propósito desta reunião que propõe conclusões práticas a definir até Novembro de 2011. Os bispos fazem questão de dotar a Igreja católica em Portugal de algumas linhas de força comuns, uma ideia que existe entre o episcopado português há mais de 30 anos.
Diversas especulações políticas surgiram ao redor desta reunião, mas foram rotundamente desmentidas pelos bispos. A mais controversa era a de que o episcopado iria aprovar um guião para homilias, nas quais se criticaria a decisão do presidente Cavaco Silva de promulgar a lei sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo. Nada disso é verdade. Nem o casamento homossexual nem o aborto se discutem nesta reunião do conselho episcopal português.
A ser verdade, e ao que parece, os bispos vão apenas estudar a forma de terem melhores resultados na iniciação cristã e na missão da Igreja na sociedade. Ao fim e ao cabo, o que eles querem é organizar-se.
Acho muito bem! Já passámos o tempo de andarmos todos aos molhos e com fé em Deus…
«24 horas» de 25 Jun 10

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24.6.10



DEVIDO aos seus títulos (que, sem grande esforço, podiam servir de legenda a episódios da nossa política actual), estes 4 livros serão os prémios do próximo passatempo - em moldes ainda a definir, mas que decorrerá entre amanhã (6ª-feira) e domingo.

Luz - Nas margens do Douro, Entre-os-rios

Fotografias de António Barreto- APPh

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Não muito longe deste local pacífico, aconteceu um dos maiores desastres da história recente do país: a queda do autocarro na ponte de Castelo de Paiva. (1978)

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Mestres, piano e pianolas

Por Joaquim Letria

SEQUEIRA COSTA tem 80 anos e é um mestre da interpretação musical do piano. Portugal tem poucos pianistas notáveis mas alguns destes devem a sua qualidade interpretativa à mestria de Sequeira Costa. Ele ensinou que a técnica é uma condição indispensável à expressão.
Com Sequeira Costa não se brinca à inspiração. A interpretação precisa de técnica. Esta deve ser sólida, indispensável, mas não é suficiente. Quando se exagera na técnica pode transformar-se uma obra de arte numa peça risível.
É interessante conhecermos os nossos grandes músicos para percebermos aquilo que temos e que nos chegou até hoje. E se Viana da Mota ainda foi discípulo de Lizt e também apreendeu o legado de Wagner e de Bulow, Sequeira Costa foi discípulo de Viana da Mota de quem nos traz, em linha recta, tudo o que há para saber até hoje.
Daí, muito do respeito internacional por Sequeira Costa e a surpresa de quem sabe e o reconhece, quando o vê a receber insultos de gente menor que não serve para dar à manivela na pianola dum bar de hotel de 3 estrelas, e vive acobertado pela Rádio do Estado, pago pelo dinheiro dos contribuintes.
Para nossa vergonha já basta termos forçado Sequeira Costa a residir nos Estados Unidos, para sobreviver. Hoje, honremos a sua figura.
«24 horas» de 24 Jun 10

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Passatempo Calimero do dia de S. João


INICIALMENTE, este desafio destina-se apenas aos leitores que não tenham ganho nada nos passatempos aqui propostos desde o último dia de Sto. António até hoje. Contudo, se a resposta demorar a surgir, a participação será alargada e serão fornecidas 'dicas'.
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QUANDO nasceu o famoso poeta português (...), a família deu-lhe, como era hábito na época, o nome do santo correspondente a esse dia... e em duplicado! Pergunta-se: qual o nome completo da pessoa em causa?

O prémio, a atribuir a quem primeiro der a resposta certa, será um exemplar desta História dos Santos Portugueses. No entanto, os comentários só serão desbloqueados num momento-surpresa que ocorrerá durante esta manhã.
Actualização: o passatempo terminou - ver comentário das 14h02m.

As eleições presidenciais e as calúnias torpes

Por C. Barroco Esperança

AINDA NÃO COMEÇOU a campanha eleitoral para as presidenciais e as alfurjas da reacção já bolçam infâmias contra Manuel Alegre.

Não tomei qualquer decisão quanto ao eventual apoio a Alegre mas não deixarei de o defender, tal como fiz com o almirante Rosa Coutinho, com quem não tinha afinidades, indignado com a carta forjada, num português medíocre e numa ética grosseira, que denunciei face às execráveis acusações de que foi alvo, após a montagem em que pedia ao MPLA para matar todos os portugueses residentes em Angola. (...)

Texto integral [aqui]

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23.6.10

TERMINOU, às 20h, o passatempo «Quanto indica a balança?» dedicado aos recentes aumentos de impostos. O resultado já pode ser visto [aqui].

'Punhais' na língua

«Punhamos portagens em todas as sete SCUT (...)», disse José Sócrates (...).

Não sei se a ideia é boa ou má; a ortografia é que devia envergonhar qualquer estagiário de jornalismo, pois parece evidente que o "punhamos" se deve a quem escreveu - e não a quem falou...

O carbono e os faraós

Por Nuno Crato

CHEGARAM-NOS esta semana notícias sobre a cronologia do antigo Egipto. As datas que se encontraram não foram estabelecidas com base em documentos nem em monumentos. Foram obtidas através de restos de objectos muito mais prosaicos: plantas.

Num artigo publicado na “Science” desta semana (...), um grupo de investigadores de Inglaterra, França, Áustria e Israel obteve datações de sementes, têxteis e frutos associados a diversos reinados do antigo Egipto. No total, foram analisadas 211 amostras provenientes de vários museus. Os resultados confirmaram algumas hipóteses estabelecidas pelos historiadores e questionaram outras. As maiores novidades referem-se ao chamado Reino Antigo, em que se encontraram datas anteriores às anteriormente assumidas.(...)

Texto integral [aqui]

NOTA (CMR): a ilustração, uma anedota de 1924, faz parte do arquivo Humor Antigo, hoje actualizado. Já agora: também foi actualizado o blogue No Reino do Absurdo.

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Não digam que a culpa é dos porcos

Por Joaquim Letria

O RIO LIS É um viveiro de coliformes totais e outras bactérias que constituem um verdadeiro caso de saúde pública. Só na foz do Lis, e pondo em risco a própria época balnear na praia de Vieira de Leiria, o aumento dos coliformes é da ordem dos 519%.
Mas se a situação é um caso de saúde pública, a afectar os concelhos de Leiria e de Marinha Grande, as causas desta situação reduzem-se, cada vez mais, a um simples caso de polícia e de pouca-vergonha.
Os suinicultores continuam a ser apontados como os grandes causadores desta grave poluição, despejando efluentes para os rios e em terrenos circundantes, sem critério nem cuidados e perante a impunidade total.
Entretanto, deputados europeus portugueses vão perguntar à comissão europeia para onde foi o dinheiro e quanto era a quantia enviada para a construção da estação de tratamento dos efluentes suinícolas que está para ser construída há cinco anos. A obra, marcada para 2005, passou para 2010 e agora já se fala em 2013.
E o dinheiro? Quanto é e por onde anda!? Ora, é fácil de antever aquilo que os europeus vão dizer: que o deram aos porcos…
«24 horas» de 23 Jun 10

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O Certo e o Errado

Por Baptista-Bastos

UM JORNAL escreveu, em editorial, sobre José Saramago: "Esteve, muitas vezes, do lado errado da História." Infere-se, deste duro juízo moral, que o feliz editorialista conhece o lado certo da História, e que ele próprio se situa, intrepidamente, nesse lado. E que é o lado certo ou errado da História? O lado certo será límpido e asseadíssimo; o errado, por antinomia, sujo, abjecto, torpe.

O simplismo da afirmação retém, em si, a totalidade das ideias feitas; e a estrutura do conceito é reveladora da preguiça mental, invariavelmente associada à atracção exercida pelos "vencedores" da História sobre aqueles cujo horizonte de valores é unívoco e maniqueísta. (...)
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22.6.10

Na hora de "sacar"...

COMO SE SABE, o recente agravamento de impostos (e mais o que ainda há-de vir...) tem um álibi perfeito (ou mesmo vários): os especuladores, as agências de rating, os alemães, as exigências de Bruxelas... Enfim, toda uma cáfila de malfeitores, onde só não cabem os 'verdadeiros artistas'. E é em honra desse álibi e do saque em curso que aqui fica a já esperada pergunta: quanto indica a balança?

O passatempo, que decorrerá nos moldes do costume, terminará às 20h de amanhã (4ª-feira), podendo cada leitor dar uma única resposta. Quanto ao prémio, a atribuir a quem mais se aproximar do valor certo, será apenas o livro, não estando incluído, portanto, o saca-rolhas. NOTA: se houver 10 participantes (ou mais), haverá mais um prémio: um exemplar do livro A Sanguessuga, de J.-P. Davidts.

Actualização: o resultado já está visível [aqui].

Homenagens

Por João Paulo Guerra

NÃO HÁ RAZÃO para criticar o prof. Cavaco Silva por não ter estado presente no funeral do único Prémio Nobel da literatura portuguesa.
Nada mais falso que unanimidades de fachada e o chefe de Estado limitou-se a reafirmar, pela ausência, que não faz parte daquele mundo e que não se sente presidente de todas as manifestações da sociedade que engrandecem os portugueses. Aliás foi sob a chefia de Governo exercida por Cavaco Silva que um romance de Saramago foi censurado da lista dos candidatos portugueses ao Prémio Literário Europeu e ninguém poderá crer que uma decisão de tal responsabilidade tenha pertencido a um obscuro subsecretário de Estado cujo nome já ninguém recorda, ou a um secretário de Estado mais lembrado pelos pontapés na cultura que por outra coisa qualquer. (...)
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Segundo o Expresso-online de hoje,
3/4 e 2/3 são exactamente a mesma coisa.

A telenovela desta tarde

Por Ferreira Fernandes

CARLOS ALBERTO Parreira é um homem a quem acontecem coisas extraordinárias. O treinador da África do Sul era durante o Mundial de Espanha, em 1982, treinador do Koweit que, na fase de grupos, jogava contra a França, em Valladolid. Os franceses marcaram um golo, o árbitro validou. Então, ouviram-se gritos da tribuna. Era o xeque Fahid Al-Sabah, o patrão do futebol koweitiano. Acenava para os jogadores abandonarem o campo e, como eles hesitassem, correu o que lhe permitiam a disdasha e o turbante, entrou no relvado e foi falar com o árbitro. Era o xeque, era a FIFA que tinha de se expandir para os países árabes e o golo foi anulado. Dessa vez, o jovem treinador Parreira estava do lado dos que ameaçaram abandonar. Agora, é a equipa contrária que pode não pôr os pés em campo, hoje, no África do Sul-França.
Cena dos últimos capítulos franceses: um jogador insultou o treinador no vestiário, o insulto fez manchete no jornal L'Équipe, o jogador foi expulso, os colegas partiram à caça do "traidor" que contou o incidente, fez-se greve aos treinos e, agora, a França (a outra, não a equipa) já pergunta: e se ela (a França, a equipa) não entra em campo? Se não entra em campo, é irradiada por vários anos e, por exemplo, perde a organização do Europeu de 2016.
Uma dúzia de tolos pensam-se xeques e não são.
«DN» de 22 Jun 10

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No Público de hoje
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Será que a sessão de esclarecimento foi para esclarecer tão 'curioso número' (como diria Mota Amaral)?

No sítio

Por Joaquim Letria

MUITOS DOS MEUS leitores se surpreendem quando aqui digo bem de alguém e alguns deles até escrevem a protestar.
Foi o que aconteceu quando tomei a liberdade de elogiar a socióloga socialista Ana Benavente, antiga dirigente e governante, porque num partido em que todos parecem abanar o chocalho e os poucos que não o fazem falam connosco à boca pequena, a Ana escreveu e assinou que “é criminoso fechar todas as escolas com menos de 21 alunos” , desafiando "vamos deixar que isso aconteça?”
Quem assim é merece que a gente se ponha em sentido!
Ou não o merecerá quem interroga, com o nome por baixo: "serei só eu que vejo no Governo pessoas do PS em quem não acredito?”
Não será justa a nossa saudação a quem pergunta “mas a liberdade, a fraternidade, a esperança, por onde andam? PS, que lhes fizestes? Uma direcção partidária tão afastada do socialismo dá-nos agora o poeta, a ferros, sem alegria nem entusiasmo”.
Não serão devidos os nossos respeitos a quem ousa escrever “tantas causas e tanta indiferença” para depois não poupar a falta das transmissões do mundial pela TV pública, "que é para isso que pagamos, para o circo”!?
Não é de estranhar que os insultos que recebo sejam para ela. Afinal, eu só disse bem duma mulher de coragem. Que tem aquilo que os “boys” nunca terão no sítio.
«24 horas» de 22 Jun 10

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21.6.10

SE HÁ notícias que, quando lidas separadamente, já nos fazem matutar, imagine-se agora quando vêm aos pares, como é o caso destas!

Palhaço ou toureiro

Por João Duque

UM DIA DESTES, perguntaram a um miúdo da família: "O que é que queres ser quando fores grande?" Sabem qual foi a resposta? "Quero ser reformado!" Bonito! Um puto de nove anos diz-me que o que mais almeja da vida é ser reformado!
Estava eu esta semana a contar a mesma história a uns amigos e, antes de dar a resposta, ouço-a pronta da boca de um dos compinchas: "O puto quer ser reformado!" Espantado, perguntei-lhe como é que adivinhara. "É pá, um miúdo meu amigo deu-me a mesma resposta há umas semanas!"
Lindo! O caruncho ataca fundo e espalha-se depressa... (...)
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NOTA (CMR): este assunto vai ser o pretexto para um debate (com prémio para o melhor comentário) a anunciar em breve.

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Cogumelos, do Campo até à Mesa

Por A. M. Galopim de Carvalho

TEVE LUGAR, na passada 4ª-feira, numa ampla sala do El Corte Inglés, o lançamento de COGUMELOS, DO CAMPO ATÉ À MESA, de Maria de Lourdes Modesto e de J. L. Baptista-Ferreira. Coube-me a mim e ao meu colega, jubilado e pensionista como eu, Fernando Catarino, a honrosa tarefa de fazer a sua apresentação à numerosa assistência.
Este livro, editado pela Verbo, é mais uma a acrescentar à nossa já vasta literatura na arte da cozinha. (...)
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Pergunta-de-algibeira

AS ASSOCIAÇÕES-de-ideias têm coisas do diabo! A "ARTE NOVA", do post anterior, lembrou-me a "ARTE DECO"; esta lembrou-me o Deco da bola; por sua vez, as notícias acerca dele (que o dão com problemas numa perna) lembraram-me um outro célebre cavalheiro - que começa o relato das suas aventuras na África do Sul dizendo que está em Durban, com problemas nas pernas, esticado numa cadeira, 'tendo' para umas semanas...
Pergunta com prémio: de quem se tratava?

Actualização: a resposta certa já foi dada, ver comentários.

Portão 'Arte Nova'

Por Alfredo Barroso

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BELÍSSIMO portão ‘Arte Nova’ de um edifício (antigo restaurante) sobranceiro à Praia da Mareta (Sagres). O edifício está desactivado e, aparentemente, votado ao abandono, mas o portão é uma verdadeira obra-prima que mereceria ser protegida, antes de ser carcomida pela ferrugem.

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Um homem inteiro

Por Joaquim Letria

O MUNDO CHORA José Saramago. Portugal também se curva perante o seu prémio Nobel. Até arrependidos do PCP, que ele próprio desprezava, o elogiaram.
Destaco, porém, as palavras de homenagem de Mário Cláudio, um senhor e um escritor que se curva perante a memória dum par, José Luís Peixoto, Walter Hugo Mãe e João Tordo, três jovens que veneram a figura de Saramago, e Fernando Dacosta que recordou a elegância de Saramago no “Diário de Lisboa”, onde também o conheci.
O criador do cão das lágrimas era um senhor que levava pequenas notas sobre as edições Estúdio Cor, editora para a qual trabalhava. Conversávamos com brevidade na sala das visitas.
Reencontrá-lo-ia quando Lopes do Souto o foi buscar para editorialista anónimo que substituiu as “Notas do Dia” diárias de Norberto Lopes.
A última vez que o vi foi em Almada. Recordo-o em Espanha, muitas vezes na Madragoa e, em particular, num longo jantar de Verão na varanda do Grémio Literário.
Lembro o seu silêncio ao somar-se àqueles que estavam com Luís Francisco Rebelo, na Sociedade de Autores. Partilho a ideia de quem mais tempo e mais próximo dele esteve: Zeferino Coelho, seu editor português e seu verdadeiro amigo. Diz ele que “Saramago foi, sempre, um homem inteiro”. Foi sim senhor!
«24 horas» de 21 Jun 10

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20.6.10

Prémio não reclamado

O PRÉMIO correspondente à pergunta «Quanto indica a balança?» (com 4 livros de José Saramago) não foi reclamado, pelo seu vencedor, dentro do prazo estipulado. Reverte, assim, para quem primeiro der a resposta certa à pergunta colocada no comentário das 22h05m do post anterior a este.
Actualização: a resposta certa já foi dada por 'AM', como se pode ver [aqui].

Pergunta-de-algibeira

Alguém consegue explicar o que aqui se vê/lê?
Actualização: ver a(s) resposta(s) certa(s) dada(s) em comentário(s)

A santíssima ignorância

Por Rui Tavares

UM DIA, Rui Pedro Soares será apenas um nome que ligaremos a um escândalo político que já lá vai. Pouco antes de desaparecer na obscuridade, porém, decidiu fazer declarações em que comparava a comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI aos “tribunais da Inquisição”.

Rui Pedro Soares talvez não entenda que, enquanto este for lembrado, o seu nome será para os portugueses (incluindo, não pense ele outra coisa, aqueles que votam no seu partido) o emblema da mediocridade e da arrogância que chega ao poder e ao privilégio por intermédio de favorecimentos e favoritismos, que exerce esse poder da forma mais gabarolas e irresponsável, tendo como único objetivo satisfazer o mando do político que o pôs naquele lugar, e que para desempenhar tal tarefa é pago num ano muito mais do que muitos portugueses esforçados e honestos ganham trabalhando a vida toda. (...)
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Há aqui qualquer coisa estranha.
O que é?

O Cicerone de almas

Por António Barreto
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FEZ-NOS REGULARMENTE companhia durante décadas. Nos jornais, na televisão, nos cinemas... No espaço público. Aparecia sempre que se previa, mas surgia onde não era esperado. Levou muita gente pela mão. Na religião ou na política. Na pintura e no cinema. Nos livros e na música. Finalmente, nas cidades portuguesas. Mostrou-nos a sua vida, os filmes, os livros, os quadros e as cantatas da sua vida. Da sua e de outras vidas.
Uma expressão que ele utilizou uma vez, num seu texto, resume bem um programa, o seu, e uma vida, a sua: “Dar a ver...”. Parece que não fez outra coisa. Deu a ver ideias e formas, coisas e almas. Mas também caminhos, ora sensatos, ora irreverentes e inconformistas. (...)
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Uma ideia de ouro na Rua do dito

RECENTEMENTE, deparei-me, na Rua do Ouro e na Av. da Liberdade, em Lisboa, com o que aqui se vê: 'alguém' deve ter resolvido poupar dinheiro na reparação dos pisos das ruas e autorizou a empresa responsável por esse trabalho a afixar anúncios seus no pavimento! E como os buracos eram muitos, os anúncios também não são poucos...

Tudo bem... Mas gostaria de saber quanto é que contribuem, para essas reparações, os condutores dos carros que lá circulam indevidamente - é que são incontáveis (em todas as faixas BUS de Lisboa), e nunca vi um único a ser interpelado, quanto mais 'convidado' a contribuir para os cofres públicos!