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30.4.08
29.4.08
Sinais de decadência política
Os partidos de poder e o próprio Estado transformaram-se, nas últimas décadas, em produtores de espectáculos exibidos em sessões contínuas. A vida política passou a ser uma sucessão ininterrupta de encenações medíocres para entreter telespectadores, e não para esclarecer cidadãos eleitores. Os políticos que aspiram ao poder, no partido ou no Estado, não são mais do que actores que cumprem um guião previamente elaborado por especialistas de imagem, comunicação, marketing e sondagens.
A política está, hoje, reduzida à imagem dos seus protagonistas, quase sempre superficial, ideologicamente indiferenciada e sem substância. O poder político formal, tanto no Estado como nos partidos dominantes, identifica-se com um rosto e um estilo, o corte dos fatos e a cor das gravatas. Não com um programa ou um conjunto de ideias e de políticas públicas. O discurso é oco e «politicamente correcto».
O verdadeiro poder ou poder real já não reside, aliás, nos órgãos de soberania do Estado democrático, designadamente nos Governos e nos Parlamentos, mas em outras entidades e instituições, sobretudo nos grandes grupos económicos e financeiros e nas elites de empresários, gestores e tecnocratas que os dirigem. É no ‘berço’ desses grupos poderosos que os partidos dominantes e os seus dirigentes vão ‘amamentar-se’. E já se sabe que «a mão que embala o berço é a mão que governa o mundo».
É a imagem pessoal dos candidatos, o estilo, a capacidade de atracção mediática de cada um, que interessa pôr em confronto. Não propriamente as ideias e programas que eles venham, eventualmente, a apresentar. Ninguém melhor do que PSL sabe disso. Por instinto ou por cinismo, pouco importa. É exactamente por saber disso que PSL faz tábua rasa do seu currículo e das suas prestações políticas mais recentes com a inocência perversa dos inimputáveis ou, se quiserem, o descaramento dos irresponsáveis.
Pedro Santana Lopes está sinceramente convicto de que foi um bom Primeiro-Ministro e um óptimo Presidente da Câmara. E acha que só não foi ainda melhor porque sinistras forças de bloqueio se conluiaram para lhe tramar a vida e pô-lo no olho da rua. PSL considera-se uma vítima. Mas tem-se em altíssima conta. A sua megalomania já o levou a comparar-se a Sílvio Berlusconi. É o seu mito do eterno retorno.
Como não é multimilionário, nem dono de um império mediático ao seu dispor, PSL supre tais carências fazendo valer o capital mediático constituído pela sua própria pessoa. Tal como Benito Mussolini, modelo de Berlusconi, PSL quer «fazer da própria vida a sua obra-prima». E certamente não desdenharia subscrever estas palavras de Il Duce, escritas já lá vão oitenta anos: «É a maior prova de abnegação que eu poderia dar para edificação dos meus semelhantes: apresentar-me a mim mesmo».
A esta luz, percebe-se melhor o autismo de PSL, que se vê a si próprio como o melhor actor político, o melhor produto mediático à disposição do PPD/PSD, rótulo de uma embalagem sem conteúdo que ele não se cansa de promover em vão. E, no entanto, mesmo que venha a ser derrotado em mais esta corrida para a chefia do partido, poucos duvidam de que hão-de ser os próprios media a ajudá-lo a recuperar de mais um revés. È que o poder mediático precisa de PSL a «andar por aí», para entreter o pagode.
A decadência da política é consequência de múltiplos factores. A indiferenciação ideológica e a vacuidade do discurso político são certamente os mais chocantes.
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«Acontece...» - Passatempo com prémio
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Na morte de Adelina Campos
Ouvi a notícia, muito breve, creio que no fim de um telejornal na RTP, e por momentos pensei que se tinham enganado. Disparate. Podia lá ser. Ao tempo que a Adelina Campos devia ter morrido.
Mas era verdade. A actriz Adelina Campos acabava de morrer, com 103 anos de idade.
É terrível quando demasiados anos pesam sobre o silêncio que se faz à roda de nomes que deixaram de ser notícia – o que nos leva a pensar que já morreram quando afinal ainda estão vivos .
No dia seguinte todos os jornais deram a notícia: meia dúzia de linhas, lembrando que ela tinha sido actriz de teatro e de cinema, citando três nomes de peças, três nomes de filmes.
Todas as notícias iguais. Quem anda nestas lides sabe o que isso quer dizer: notícia de agenda, a mesma chapa em todos os jornais.
Três nomes de peças, três nomes de filmes – assim se esgota a carreira de uma vida.
Nem sequer uma fotografia.
Até mesmo a RTP não foi além disso: actriz de teatro e de cinema. Nem sequer o rosto
E pasmei.
Seria possível que a RTP não tivesse ao menos uma fotografia sua? Seria possível que na RTP já ninguém soubesse quem ela era?
Porque a verdade é que, nos tempos heróicos da RTP, a Adelina Campos foi presença muito assídua nos écrans. Nos tempos da televisão em directo, a preto e branco, e só algumas horas à noite. Nos tempos em que dava uma peça de teatro todas as semanas. No tempo em que as pessoas conheciam os actores pelos seus nomes ( e não pelo nome das personagens, como agora nas telenovelas), e falavam deles como se pertencessem à família, e iam vê-los depois ao Nacional, ou ao Avenida.
A Adelina Campos não terá sido uma figura de primeira grandeza a brilhar nos nossos palcos; mas foi uma daquelas personagens secundárias indispensáveis, que fazem brilhar os outros, sem os quais o teatro não funciona — e que nunca se esquecem.
A Adelina Campos era uma figura muito cativante. Ainda hoje tenho na memória o som da sua voz, e a doçura do seu sorriso.
Mas a memória das pessoas é muito curta — sobretudo quando se trata de alguém que teve a… felicidade?... infelicidade?...de viver para lá dos cem anos.
No entanto os habitantes de Vila Flor, sua terra natal, deram há dois anos o seu nome ao auditório municipal. E creio que lá se encontram muitos documentos e fotografias, numa espécie de pequeno museu. Ao menos isso.
Navego pela net durante uma tarde inteira, e não encontro nada a seu respeito.
Já desesperava — quando apanho um blog em que o autor dava a notícia, a mesma de todos os jornais, glosando depois aquilo que lhe parecia mais importante, ou seja, os 103 anos de vida, e informando que não se sabia mais nada acerca dela.
Felizmente uma neta de Adelina estava atenta: minutos depois respondia, lastimando a falta de fotografias dos arquivos, mas anunciando para as 18 horas de hoje, domingo, na RTP-Memória, a transmissão da sua última entrevista.
Não sei se a RTP o recordou aos telespectadores. Por isso aqui fica o aviso. Olhem que é já daqui a pouco.
Seria bom que houvesse muita gente diante dos televisores a essa hora. É essa a homenagem que Adelina Campos merece. A sua última salva de palmas. Para que uma vida de 103 anos não se esgote em meia dúzia de linhas, o nome de três peças e o nome de três filmes.
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Jogos matemáticos
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28.4.08
O Sétimo Dê
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Três Dês
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27.4.08
Esta foi a semana
Etiquetas: AMB
Laranjas e capitães
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Um 'post' inesperado...
Etiquetas: CMR
26.4.08
COMO O NUNO CRATO passa a vida a dizer - e com toda a razão! - que saber a tabuada continua a ser essencial, um amigo enviou-nos(lhe) este divertido vídeo. Para o colocar aqui, procurei o respectivo código no Youtube e, ao fazer uma pesquisa em New Math, tive a surpresa de encontrar outras variantes - com o mesmo gag mas com números diferentes. A famosa dupla Abbot & Costello também pegou no tema (fazendo, até, mais do que uma versão), mas, de todas as que vi, esta pareceu-me a mais bem conseguida. Aqui fica, pois.
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Drama de faca e garfo
Etiquetas: F.F
25.4.08
Actualização-1: a resposta certa foi dada por Helena, a quem o prémio vai ser enviado.
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Um bom 25 de Abril
Etiquetas: AF
Um exercício com 33 anos, sempre actual
(Ne concerne que les cons)
99% des gents sont cons. Vous avez vos chances. Gardez-les mais ne les ruinez pas. Être con est salutaire. Avoir l'air con est rhedibitoire. Soyez assez intelligent pour saisir la nuance.
Premier exercice: comment ne plus avoir l'air con.
a) Le con parle pour ne rien dire. Ne dites rien. Vous ne direz rien d'intelligent, mais ça vous empêchera de dire des conneries. Vous y gagnerez. Au lieu de se dire: "Quel con!", votre interlocuteur se dira: "Joue-t-il au con?", c'est un premier point.
b) Si vous avez vraiment envie de parler, ne vous retenez pas. Dites vos conneries. Et concluez: "Bon, j'arrête de déconner!", votre interlocuteur se dira:"Il joue au con!", c'est un deuxième point.
Deuxième exercice: comment avoir l'air intelligent. Vous avez à votre disposition une série de mimiques qui donnent - inévitablement - l'air intelligent. Soyez assez con pour les copier sans complexes.
a) L'air entendu: Repérez la personne intelligente. Si vous êtes dans un groupe de dix, il y a neuf cons, dont vous. La personne intelligente est celle qui vous semble bizarre. Dès qu'elle dit quelque chose bizarre, faites comme si vous compreniez. Même si vous n'y comprenez rien, les autres auront l'air plus con que vous.
b) L'air pénétrant: Pensez très fort aux contraventions, aux impôts, a votre bagnole emboutie. N'en parlez surtout pas. Ça ferait con. Mais pensez-y. Si vous êtes vraiment très con, ça ne vous donnera pas l'air intelligent. Mais l'air emmerdé fait toujours bien quand on ne donne pas des raisons.
c) L'air pénétré: même exercice que le précèdent, mais avec un compas dans le cul. Avantage: donne une dimension souffreteuse.
Vous avez aussi à votre disposition une série d'attitudes.
a) Le penseur de Rodin: Asseyez-vous. Mettez votre poing ferme sous votre menton et regardez dans le vide. C'est radical. Même si vous ne pensez a rien - ce qui est normal pour un con - il se trouvera toujours un autre con pour vous dire: "A quoi penses-tu?"
b) L'air du type qui n’en pense pas moins: on développe devant vous une théorie saisissante. Vous n’y comprenez rien. Reportez-vous au petit a): l'air entendu. Pour corser, ayez l'air non seulement de comprendre, mais d'avoir votre idée pas con la-dessus. Appliquez le petit b) l'air pénétrant.
c) Le rictus de connivence: hochez un peu la tête de bas en haut. Appliquez l'air pénétré (le compas vous aide à crisper finement les maxillaires).
a) Surveillez votre regard. Votre oeil vide et sans vie vous trahit.Par définition, vous êtes trop con pour avoir la pupille pétillante. Ne vous laissez pas abattre. Gardez l'oeil fixe.
b) Fermez bien votre bouche. Rien ne fait plus con qu’une bouche entrouverte. Maîtrisez-vous: ne mâchez plus de chewing-gum. Si vous êtes trop con pour exécuter en même temps les exercices oeil fixe - bouche close, utilisez le truc de la cigarette:
Tirez sur votre mégot et fixez la fumée.
Exemple :"Ce film a la beauté désertique d'une douleur sans fin", devient:"Ce film a la beauté squelettique d'une couleur sans teint."
Vous ne plagiez pas vraiment et vous gagnez an hermétisme.
L'hermétisme est le secret de ce troisième exercice. Quand vous dites des conneries, dites des conneries incompréhensibles.Les cons les prendront pour des finesses qu'ils ne comprennent pas et, double avantage, les gents intelligents se sentiront cons.
b) Ne faites jamais de citations. Ça fait très con. Appropriez-vous-les corrèment. Mais attention, ne faites pas le con!
N'utilisez pas des citations trop connues. Si un autre con vous dit:"C'est de toi, ça?", ne prenez pas l'air confus. Ne doutez pas de vous. Votre connerie native vous aidera.
Comment faire?
Renvoyee la balle: ”Pourquoi me poses-tu cette question?”
Quand vous ne pouvez plus la renvoyer, affrontez l'adversaire. Utilisez les quelques célèbres formules qui répondront pour vous.
Par ordre chronologique:
- Tu vois ce que je veux dire ... (la formule qui sauve).
- Il me semble que tu limites le probléme. (l'autre a l'air con).
- Tu crois vraiment ce que tu dis?... (l'autre a l’air hypocrite).
- C’est tout ce que tu trouves à me dire, ben merde !... (l'autre a l'air limité).
- Tais-toi, tu m'atterres... (l'autre a l'air très con).
S'il se tait, vous avez gagné !
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24.4.08
Etiquetas: CMR, Passatempos
25 de Abril... Sempre
Há quem exonere da lapela o cravo e da memória a Revolução, parasitas de alheia coragem, a comer frutos da árvore que não plantaram e a repoltrearem-se à farta na mesa que não puseram.
Há quem cavalgue a onda da democracia com ar de enfado e sinta azia com as madrugadas. São os chulos da democracia, proxenetas da liberdade.
Há quem esqueça que há 32 anos alguém arriscou a vida para nos devolver a honra, pegou em armas para nos dar a paz, derrubou a ditadura para trazer a democracia.
Há quem despreze Salgueiro Maia, Melo Antunes, Vasco Gonçalves, Carlos Fabião e outros mais, quem se esqueça de recolher uma pétala vermelha de um cravo de Abril em memória dos que partiram.
Não sei se a Pátria recordará, como deve, os que fizeram Abril. Mas certamente há-de esquecer os parasitas que medram à sua custa e olham o umbigo do seu narcisismo de costas para quem, há 34 anos, fez florir nos canos das espingardas cravos.
Glória eterna aos capitães de Abril.
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23.4.08
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Etiquetas: Van Dog
O futuro é hoje
Etiquetas: BB
22.4.08
Como sempre, ao primeiro leitor que der a resposta certa será atribuído um livro-prémio.
Independentemente desse, haverá um outro para quem souber dizer o nome do pintor que fez este famoso retrato.
Actualização-1: o passatempo duplo já tem vencedores (Pedro e Luís Bonito), a quem os prémios já foram enviados.
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Mira Fernandes
Etiquetas: NC
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21.4.08
Etiquetas: CMR
Próximo
Etiquetas: JPG
Jardim, Cavaco e a Democracia
Etiquetas: AB
20.4.08
Os inimigos da democracia
Etiquetas: AMB
Quanto pesa o livro "Menina e Moça"?
Etiquetas: CMR, Passatempos
Etiquetas: CMR
O povo é sereno
Etiquetas: NBS
19.4.08
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