31.7.10
Empresa? O que é isso?
O Governo de Portugal é constituído por um primeiro-ministro e mais 16 ministros. Nem um só trabalhou alguma vez numa empresa, participou em órgãos sociais (ou disso se orgulha), a ler pelos seus 17 curricula vitae. Como serão as suas reuniões quando falam sobre empresas e sobre elas decidem tudo e mais alguma coisa? Será que para eles o lucro é mau como quando anunciam os furiosos e rancorosos impostos sobre empresas de alguns sectores como o financeiro?
Esta minha descoberta deixou-me assustado. Mas ao desabafá-la logo um amigo me descansou: "- Está descansado, pá! Depois de saírem do Governo todos estarão enroscados nos respetivos lugares...". (...)
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O organismo
Tudo bem; mas repare-se como isso foi noticiado por dois jornais diferentes: o Público pôs a tónica no autor da 'coisa'; já o DN deu destaque à inocência do poder político.
Vamos a banhos
Todos os dias a minha mãe insistia, mas o meu pai torcia o nariz, com os argumentos de sempre - a situação política instável e o nascimento do meu irmão.
A minha mãe tentava sossegá-lo:
- A monarquia, por muito que lhe custe, está de pedra e cal, e o nosso filho só nasce em fins de Outubro. Não vejo motivo nenhum para não irmos em Agosto para Pedrouços. De resto, a D. Bebiana está à nossa espera, e nunca aluga a casa a mais ninguém. Era uma grande desfeita que lhe fazíamos. (...)
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Os mas do Freeport
O CHAMADO «Caso Freeport», mesmo depois do Ministério Público o ter dado por concluído, sem haver motivos para incriminar José Sócrates, continua a merecer por parte de órgãos da Comunicação Social, comentários os mais diversos, todos alicerçados nos mas mais diversos, ainda que tocando a mesma tecla. Será mesmo que Sócrates não participou activamente nele? As conclusões do processo não terão, elas próprias, sido influenciadas – pode ler-se manipuladas – pelo primeiro-ministro? (...)
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30.7.10
Os prémios serão, respectivamente, «O Santo em Lisboa» e «O Especialista Instantâneo em Economia», livros que ficaram por atribuir num passatempo anterior:
NOTA: Pede-se, a quem ganhar o 1.º passatempo, que se abstenha de concorrer ao 2.º.
«Dito & Feito»
«CORTAR na despesa do Estado é inexorável» para Portugal conseguir libertar-se do endividamento crónico em que tem vivido – avisava, há dias, Ernâni Lopes com a sabedoria de quem conhece bem os vícios do aparelho governativo e da administração pública; e com a lucidez de quem tem um pensamento livre aliado a uma reflexão profunda sobre a sociedade portuguesa e os constrangimentos da sua economia. Ora, soube-se agora, pelo balanço da execução orçamental no 1.º semestre, que a despesa do Estado continua – apesar de todas as promessas de contenção – a aumentar. Alegremente. Irresponsavelmente. (...)
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Passatempo-relâmpago de 30 Jul 10
Clint Eastwood, o realizador
PELO SEU contributo filantrópico e pela sua carreira no cinema, Clint Eastwood acaba de receber o Prémio pelo Reconhecimento do Mérito Artístico, concedido por uma das mais importantes organizações de Saúde Mental dos EUA, o Centro Thalians do Hospital Cedars Sinai. Para quem tenha dúvidas sobre o facto de a idade poder trazer vantagens, Eastwood, hoje com 78 anos, é uma dádiva do céu. Tendo começado como actor em filmes esquecidos, conheceu o sucesso com os western spaghetti, e depois, e justamente, com Dirty Harry, a série dirigida por Don Siegel, o seu mentor. Muitos pensaram que ficaria para sempre rotulado como o mítico macho. Enganavam-se. (...)
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E se os privatizarem, mudará alguma coisa?
Os casos mais incríveis de que me recordo foram declarações para IRS (destinadas a pessoas de prédios vizinhos) e - como já aqui contei - um Aviso Registado (!!) de uma convocatória de um tribunal, endereçada a um vizinho três andares acima do meu.
Agora, a incompetência subiu um furo: recebo correspondência que nem sequer é para a rua onde resido... Que diabo! Nem o Código Postal ajuda a evitar erros grosseiros como este?!
Dantes, ainda me dava ao trabalho de reclamar - oralmente e por escrito. Depois, cheguei à conclusão - desesperante - de que isso de nada adianta.
Espiões
AFINAL, o mesmo ‘site’ da Internet que revelou segredos militares norte-americanos no Afeganistão também desvendou segredos da GNR no Iraque.
O facto, assim fanfarreado ontem pelo DN, constituirá um grande motivo de orgulho para as NT (Nossas Tropas, por oposição ao IN, o inimigo) e uma imensa surpresa para a generalidade dos portugueses. Poucos portugueses saberiam que Portugal, quanto mais a GNR, teriam segredos militares de suficiente interesse para serem devassados. Segredos militares portugueses são mais do âmbito das compras de equipamento e material ou então do puro e simples domínio da "guerra do Solnado". (...)
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29.7.10
O interesse nacional
PENSAVAM os espanhóis que conseguiam iludir-nos e que com o vil metal conseguiam arrumar o assunto da PT ferindo o interesse nacional? Estão muito enganados.
O interesse nacional da posição da PT na Vivo é inalienável e não se concebe que alguém venha alguma vez sequer aventar a hipótese do Estado português vir a conceber a venda, a ablação desse apêndice, absolutamente imprescindível para o nosso desenvolvimento.
Vender a Vivo seria como vender o Algarve aos espanhóis. Sem o Algarve não saberíamos para onde ir no Verão e que destino dar a Portugal. (...)
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Ratos
A JUSTIÇA portuguesa é uma fecunda montanha parideira de ratos. Os processos prolongam-se no tempo, desenvolvem-se e desdobram-se, avolumam-se, incham, engrossam e, chegado o fim da gestação, saem ratos, correntezas de ratos.
Em alguma fase não identificada da gestação, os autos, os termos, os requisitórios, as pronúncias, as diligências, as precatórias transformam-se em ratos. Chegada a hora, os portugueses correm alvoroçados para a sala de espera dos tribunais, à espera da boa nova. «Nasceu. É uma menina e chama-se Justiça». Nada disso. Apenas mais uma paridela de ratos. (...)
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CONVITE - Conferência de imprensa conjunta
O poder central e local, tolhido pelo argumentário da crise, não parece disposto a despender recursos humanos e financeiros na redução dos comportamentos rodoviários de risco numa época crítica como é o período de férias de Verão. (...)
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Etiquetas: ACA-M, Campanha, MJR sinistralidade rodoviária
A regionalização e os partidos políticos
Antes dos acertos dolorosos e necessários, tendo em conta a necessidade estratégica de manter o interior do país povoado e de reduzir o número de autarquias, é imperioso que os regionalistas dos vários partidos consigam superar os bairrismos onde medram o caciquismo e nascem o tribalismo e as rivalidades pessoais. (...)
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28.7.10
Em alguns casos, decerto que sim. Mas, no que toca a cancros como os da Educação e da Justiça, será que a sua resolução depende de nós ou - p. ex. - da Sra. Merkel?
Na parte final, o programa volta a animar com mais uma viva discussão entre Medina Carreira e Filomena Mónica (uma espécie de '2.ª Parte' do que já sucedera em 19 de Junho passado - ver aqui).
Segredo militar é guerra perdida?
O SEGREDO é a alma do negócio e não há negócio mais secreto que a guerra. Ou, melhor, era assim, já não é. Calculem os estragos que o site Wikileaks fez ao tornar públicos 90 mil documentos secretos da guerra do Afeganistão…
O site especializou-se em contar segredos, é a Garganta Funda (o informador do caso Watergate) da era da Internet. Até já propôs ao Governo islandês converter a ilha nórdica num santuário para as fontes sigilosas e para os jornalistas, com leis que protegeriam as fugas de informação como as ilhas Caimão protegem as fugas ao fisco. (...)
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Etiquetas: autor convidado, F.F
Deixa arder
PORTUGAL é um país impreparado. No Inverno morre-se de frio, no Verão sufoca-se de calor. Com as chuvas, vai tudo na enxurrada. Com o calor, o país arde.
E por mais que se saiba que é assim, e que não há surpresas para melhor, o poder deixa arder e deixa ir na enxurrada.
Claro que há excessos descontrolados no clima. Mas já se sabe, quando se aproxima o Verão, que vem aí a chamada "época dos fogos". Só falta ter inauguração com ministros e fanfarra dos bombeiros. Como se sabe que com a chegada do Inverno aumenta o risco de cheias e enxurradas. (...)
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A excepção e o impossível
A RENÚNCIA a pensar parece ser endémica. Como parece estar em marcha um processo substractivo que confere falsa "modernidade" a ideias que julgávamos nos sótãos das velharias ideológicas. As inflexões contemporâneas de alguns tenores da Direita resultam, logicamente, da circunstância de a Esquerda estar vazia de ideias. E uma não existe sem a outra. Chega a ser pungente o que, reclamando-se de "progressistas", alguns preopinantes declamam sobre a necessidade de se "reinventar" a Esquerda. Demonstradamente, é urgente fazer, isso sim, com que a Esquerda o seja. (...)
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27.7.10
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Foto da direita: uma família de estrangeiros - todos lêem livros.
Primeiro vá a votos
PEDRO Passos Coelho propôs uma revisão da Constituição e de repente toda a gente se pôs a falar do conteúdo dessa revisão. (...)
Se de hoje para amanhã, Passos Coelho propuser o relançamento do programa espacial português, incluindo uma missão tripulada a Marte, é possível que todos os outros líderes lhe respondam histericamente, que o primeiro-Ministro convoque o Secretariado Nacional do PS, e que os editoriais levem a ideia a sério, concluindo que se deveria pelo menos fazer uma viagem à Lua. No fim ninguém se lembrará de dizer “relançar? mas nós tínhamos algum programa espacial?”. Na semana seguinte, um tema novo.
O que me espanta é que os outros líderes vão na cantiga, o que me sugere que estão a precisar de férias.
E espanta-me também isto. Neste país onde nenhuma reforma verdadeiramente importante se consegue fazer, os políticos e editorialistas especializam-se em qualquer reforma que venha à rede. Não se resolve o desemprego, a dívida, a estagnação europeia? Reveja-se a Constituição. Ninguém consegue lembrar-se de nenhum problema grave causado pela Constituição? Precisamente por isso, vamos rever a Constituição. Deve ser mais fácil.
É como se eu, por não conseguir consertar o meu esquentador avariado, decidir antes desmontar e arrumar de forma completamente diferente o meu aspirador — que funcionava.
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A densidade humana dos mortos
O «PÚBLICO» revelou que o Instituto de Conservação da Natureza chumbou a construção de um novo cemitério no mesmo local onde poucos anos depois aprovou o Freeport. O chumbo do cemitério fundamentou-se no “aumento da densidade humana” que o cemitério traria àquela zona protegida. Já o Freeport, com os seus 75 mil metros quadrados e uma previsão de meio milhão de visitantes para o primeiro ano de actividade, não aumentava a pressão humana.
Não é por acaso que grande parte dos casos de corrupção passam pela área do Ambiente. O poder de licenciar baseado em critérios que ninguém entende criou um reino de absurdos, onde a língua de pau da protecção da natureza permite tudo licenciar ou chumbar.
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Atendível
AS SONDAGENS que continuam a dar o primeiro lugar nas intenções de voto ao PSD ainda não contemplam os últimos acontecimentos, como sejam algumas modalidades de oposição ao projecto de revisão da Constituição elaborado pelo dr. Teixeira Pinto, antigo secretário de Estado da Presidência dos Conselhos de Ministros de Cavaco Silva, e perfilhado pelo dr. Passos Coelho. E a anteriores manifestações de oposição ao projecto juntam-se com particular vigor e ressonância as da Igreja católica e do PSD Madeira. (...)
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26.7.10
Erosão, transporte e sedimentação
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Uma história de gosto duvidoso
CONTAM os jornais que Paulo Portas, dono e senhor de um partido com cerca de onze por cento, se ofereceu para formar governo com os dois partidos “grandes” do sistema.
Permitam-me uma glosa.
Há anos vi um tipo atravessar a rua. Era numa cidade estrangeira, eu estava sentado numa esplanada de esquina, e aquele tipo chamou-me a atenção porque trazia uma daquelas t-shirts com uma frase escrita e eu — leitor compulsivo que sou — nunca consigo deixar de prestar atenção, apesar da minha miopia me obrigar a semicerrar os olhos muitos metros antes de conseguir ler o que lá vem escrito. (...)
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Etiquetas: autor convidado, RT
Um nicho de mercado?
«Será que as autoridades portuguesas não percebem que, para que o nosso turismo seja competitivo, é preciso oferecer mais do que sol e praia? Ninguém consegue meter nessas embotadas cachimónias que os estrangeiros dão cada vez mais valor a terras minimamente ordenadas e onde as leis são respeitadas?»
Mas, agora, vejo o assunto pelo prisma optimista (como manda o figurino oficial):
«Para essa gente que vem de 'países civilizados', é um verdadeiro Éden uma terra, como a nossa, onde é possível descomprimir de tanta civilização!».
E se o caos (do estacionamento, mas não só...) é uma vantagem competitiva, então há que aproveitá-la pois, nisso, somos inultrapassáveis!
Troca
A DIRECÇÃO DO PS anda mortinha por ceder e negociar a revisão da Constituição com o PSD. Começou por dizer que nem admitia discutir o projecto de revisão de Passos Coelho. O que terá levado alguns incautos a confundir as posições da direcção do PS com as de socialistas como Manuel Alegre ou António Arnaut.
De facto, ficava muito mal aos dirigentes do PS dizerem algo menos forte que Alberto João Jardim sobre o projecto do PSD. Mas, em apenas três dias, os dirigentes do PS encontraram a fórmula para contornar a questão. Mantêm que não discutem o projecto do PSD, mas admitem introduzir "melhoramentos" na lei fundamental, o que constitui um sinal de abertura e uma piscadela de olho. (...)
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25.7.10
O Alfredo voltou
ESTÁVAMOS a tomar o pequeno almoço, ainda o meu pai não tinha saído para a livraria quando, de repente, ouvimos um grito da Rosa.
- Um assalto! — disse logo a minha avó, levantando-se da mesa.
(A minha avó anda muito preocupada porque os jornais não param de falar da onda de assaltos e violência — “onda vermelha” é assim que eles escrevem — na cidade de Lisboa)
Mas não era um assalto, era apenas o Alfredo que voltava!
A Rosa estava branca como se tivesse visto um fantasma, e quase desmaiara ao dar de caras com ele no patamar das escadas de serviço. Mais magro, com olheiras e barba de muitos dias, depois de ter andado por aí, a seguir à fuga dos calabouços da esquadra do Caminho Novo, juntamente com alguns amigos. (...)
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Luz - Ocupação de herdade, 1975
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Os vereadores que ensaiam ser cegos
RUA DA BAINHARIA. Rua de Belomonte. Rua de Cimo de Vila. Rua das Oliveiras. Rua Escura. Rua Bela da Fontinha. Rua de Baixo. Rua do Corpo da Guarda. Rua dos Caldeireiros. Travessa do Barredo. Viela dos Gatos. Rua dos Canastreiros. Rua do Cativo. Rua da Senhora das Verdades. Rua da Oliveirinha. Largo do Terreirinho. Calçada das Carquejeiras. Rua da Lada. Rua de Pena Ventosa. Rua D. Hugo. Escadas do Caminho Novo. Rua das Condominhas... São ruas do Porto. Não sei se Carlos Tê meteu alguma em letra de canção, mas bem podia. São nomes que mesmo não rimando com anel de rubi merecem ser cantados. Soam a granito portuense e a luz húmida, esses nomes. (...)
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24.7.10
Prémio não reclamado
Na página X do livro de Ferreira de Castro, lê-se: «Oh, desculpa! Não me haviam dito nada...»; na página Y do livro de Manuel da Fonseca, lê-se: «A culpa é tua! - gritava-lhe eu...»; na página Z do livro de Miguéis, lê-se: «... a pobre senhora apostrofou-os da janela». Pergunta: Quanto vale X+Y+Z?
Cada leitor poderá dar 2 respostas, até às 15h do próximo dia 27, terça-feira.
Actualização: a solução já pode ser vista [aqui].
Gordos - uni-vos!
GORDOS de todo o mundo - uni-vos! Unamo-nos! Estão, estamos, em alerta vermelho, grande risco, quase como o que é lançado pelo INMG face aos caloraços de Verão. Não é que se trate de um incêndio de dimensões escaldantes. Mas, também não é só fumaça, até porque, sabe-se bem, não há fumo sem fogo. Até o do cigarro. E, até os maços avisam em letras garrafais: FUMAR MATA.
A má-língua viperina afirma que um cidadão é gordo como um texugo, como uma bola, como uma jibóia, como um nabo, que nem um abade. Tontices sem qualquer razão de ser, aleivosias torpes, verdadeiro apartheid entre quem mais pesa e quem pesa menos. (...)
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Um livro inesperado
Trata-se de um livro de piratas, que em tudo faz lembrar A Taça de Ouro (quanto a local, época, personagens - e até objectivos) - com uma diferença: enquanto o livro de J. Steinbeck narra as aventuras de Henry Morgan (um corsário bem real que conseguiu conquistar e saquear a cidade do Panamá!), este, de Crichton, é pura ficção.
23.7.10
Alma Mater Digital
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Figurantes
EM PORTUGAL há figurantes que não se limitam a fazer figura. Também fazem figuras tristes.
Surgem do nada e enchem de um momento para o outro o cenário de um desastre, de um crime ou a porta de um tribunal, em berrante carpidura, ou ululante protesto, movidos não tanto pelo anseio de se fazerem ouvir mas, principalmente, pela ambição de se mostrarem e intervirem, exibindo alguma relação com o caso e respectivos protagonistas. Já presenciei cenas assim, em serviços de reportagem: as pessoas andam por ali, circulam, murmuram, mas sempre de olho alerta, e mal aparece ou é activada uma câmara de televisão entram em agitação violenta, gesticulam, gritam subindo uma oitava o tom da voz. (...)
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22.7.10
D. Juan Carlos, Rei de Espanha
A 22 DE OUTUBRO último [2008], vi o rei de Espanha a entrar na Igreja do Salvador, em Sevilha. De regresso ao hotel, fiquei a pensar neste homem que, em 1956, comigo se cruzara em Cascais. Digo cruzara porque, tanto quanto me lembro, ninguém nos apresentou. O rapazito, de cabelo encaracolado, pareceu-me tímido. O que ignorava era que, nesse preciso ano, vivera uma tragédia: ao brincar com uma espingarda, matara o irmão mais novo, Alfonso. Todas as minhas amigas queriam conhecer o «D. Juanito», uma pretensão que considerei ridícula. A minha família nunca discutira a questão do regime, de forma que nem sequer sabia se, lá em casa, éramos monárquicos ou republicanos.
Em geral, o príncipe não aparecia na praia, mas havia um grupo muito restrito, entre os quais os Arnosos, que, por praticarem vela, se davam com ele. (...)
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Fiasco
O PROJECTO de revisão da Constituição do PSD tem um inegável mérito: conseguiu congregar, contra si, um dos maiores e mais extraordinários consensos dos últimos anos na vida política portuguesa.
O apoio das associações patronais era tão esperado como a oposição dos sindicatos, num país onde a generalidade do patronato vive no século XIX, gananciosa por salários de miséria, precariedade e despedimentos selvagens. Mas o leque dos que se opõem ao projecto de revisão fundamentalista do PSD não deixa de surpreender. Nem tudo está podre no reino da Dinamarca. (...)
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O Islão é demência adquirida
O ISLÃO É UMA CÓPIA grosseira do cristianismo sem a influência da cultura helénica e do direito romano. É a crença inspirada no Corão, um livro medonho que a tradição atribui ao arcanjo Gabriel que o ditou em árabe a um pastor analfabeto e rico, entre Medina e Meca, ao longo de duas décadas.
Reflexo de sociedades tribais e do domínio patriarcal, o islamismo exerce o poder, todo o poder, em numerosos países, sendo responsável pela violência que aí se pratica e pelos crimes que o clero exerce em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso.
O mais implacável monoteísmo só exige crer em Deus, o beneficente, o misericordioso, rezar cinco orações diárias virado para Meca, dar esmolas, fazer jejum no mês do Ramadão e, se possível, ir em peregrinação a Meca, uma vez na vida. Com estes cinco pilares da fé qualquer crente tem o Paraíso garantido. (...)
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21.7.10
Vai tudo raso
O PROJECTO de revisão constitucional do PSD não deixa pedra sobre pedra do regime democrático nascido a 25 de Abril.
Em sete revisões, a Constituição já levara fortes machadadas dadas pelas maiorias qualificadas para o efeito. O PSD quer acabar com o resto.
E não se diga que se trata de limar a Constituição dos resquícios ideológicos de pendor revolucionário. Ao propor a abolição da justa causa para os despedimentos, o PSD revela o carácter da sua mais recente face, não apenas neoliberal, no sentido europeu ou norte-americano, mas inspirada nas economias asiáticas de ditadura do capital financeiro e de mão-de-obra descartável. (...)
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Herculano. Quem?
O GOVERNO desleixou as comemorações do bicentenário do nascimento de Herculano. Está na natureza do Governo. O dr. Cavaco ignorou a data. É a sua relutância às minudências da cultura. O dr. Cavaco tem mais de se ralar do que se apoquentar com a efeméride. Aliás, creio que nem o Governo nem o dr. Cavaco alguma vez se debruçaram sobre uma linha sequer, uma escassa e minguada linha escrita pelo grande historiador. E, no entanto, a chamada de atenção, as celebrações a um homem e a uma obra que tentaram resgatar, do soturno viver, um povo deprimido, deviam proceder das mais altas instâncias. (...)
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20.7.10
O PSD e a revisão constitucional
Eça retratou bem o truque de inventar assuntos da treta quando não se sabe o que se há-de dizer na sua carta a Pinheiro Chagas: é a rábula do Bey de Tunes, personagem que o autor de Os Maias desancou... apesar de nem sequer saber se existia!
O 'ex-libris' de Lisboa
Um pouco à frente, no seu caminho, eram-lhe oferecidas duas hipóteses: ou virava à esquerda, e teria [isto], ou continuava em frente, e teria o que se vê na imagem de baixo.
Elogio ao Governo (mas mitigado)
ONTEM lembrei o abuso das reformas dos administradores do Banco de Portugal: ao fim de um mandato (cinco anos), tinham-na.
Campos e Cunha serviu seis anos como vice-governador, o suficiente para quando chegou a ministro, aos 51 anos, acumular o seu ordenado no Governo com a reforma que já recebia há três anos. O errado não era ele ganhar muito (porque o mérito dele também era muito), era um homem válido receber uma reforma aos 48 anos de idade. (...)
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Atenção aos cotovelos!
A da direita mostra uma senhora enfrentando um outro desafio: dar uma entrevista de 4 páginas ao «DN», tentando falar pelos cotovelos (acerca de aumentos salariais na função pública)... sem se espalhar.
Burrice
AO CONTRÁRIO do que se passa em Portugal desde os anos 80, lá fora a aposta da Educação reside em escolas com dimensão mais humana.
Portugal, que anda em geral com trinta anos de atraso em relação aos países mais avançados, poderia tirar proveito de tal situação para reformar algumas instituições de acordo com as novas tendências, registadas lá fora em função de fracassos como de sucessos. Mas Portugal tem uma mentalidade tacanha, que herdou do velho Manholas, pequeno proprietário rural que fez do País uma horta. De maneira que desconfia das reformas e muda as instituições em função da contabilidade de mercearia. (...)
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19.7.10
«Acontece...» - Passatempo com prémio
(*) Até às 15h de 22 Jul 10 (5ª-feira)
Actualização (23 Jul 10/10h47): a decisão do júri acaba de ser afixada - ver [aqui].
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